SÍNDROME DO TIO PATINHAS | Grupo de empresários ameça demissão em massa para forçar prefeito a revogar decreto que mantém comércio fechado

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Menos de quatro dias de vigência do decreto municipal do prefeito Herzem Gusmão (MDB), que determina o fechamento do comércio, e um pequeno grupo de empresários já fala em crise profunda, contas a pagar e prejuízos incalculáveis.

Isso tudo, repito, em menos de quatro dias. Como a choradeira de criança birrenta não surtiu efeito, passaram a apelar para o extremismo, usando alguns blogs para tocar o terror nos funcionários, prometendo demissões em massa, fechamento de lojas caso o isolamento social não seja revertido.

Esbravejam contra a Organização Mundial de Saúde (OMS) que recomenda o “se puder, fique em casa”. Ora, é sabido há anos que, para muitos desses, funcionário é produto descartável. Demitem friamente, seja em crise ou em temos de vacas gordas. Mão-de-obra bate à porta.

Velhos conhecidos, que somete respiram lucros, que colocam a família em terceiro plano – imaginem os funcionários (explorados à exaustão ate altas horas após o expediente) e somente para eles importa o engodar dos extratos bancários e dinheiro na caixa. Síndrome do Tio Patinhas, o avarento “quatrilionário” das histórias em quadrinhos.

Já era previsto esse terrorismo empresarial por parte de alguns poucos mercenários, que resistiram até onde pôde para evitar o fechamento o comercio, bravamente defendido por um grupo de mulheres empresárias que pensavam o contrário.

Como argumento, as mulheres usaram como mote “salvar vidas”. Nesse momento é bem mais prudente agir assim, a bem da vida de todos, o que inclui o dos próprios pregadores do caos, seus familiares e colaboradores. A grande maioria dos lojistas defende o decreto, tanto que a própria Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) , que resistia ao fechamento, fez uma pesquisa e as “Mulheres do 20 de março” venceram. (LEIA AQUI).

Em nota, logo após o decreto, a CDL se manifestou: “O decreto Decreto 20.202 que determinou o fechamento temporário do comércio, foi uma medida inédita na história da nossa cidade, e conta com o apoio da maioria dos lojistas. O decreto é totalmente necessário para diminuir o avanço do vírus e possibilitar o retorno das atividades o mais rapidamente possível“.

Mas as pressões externas continuam. Menos de quatro dias de comércio fechado e surgem pressões ao prefeito Herzem Gusmão para que, finda a vigência do decreto, no próximo domingo, 29, não mais se prorrogue. O prefeito deve avaliar o caso, que chegou até o seu gabinete por meio de apelos nas redes sociais, encabeçado por um advogado aliado seu.

Estão na contramão do que recomenda a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL):

“Entendemos que o momento não é de descontrole e que as autoridades de saúde estão tomando todas as providências necessárias. No entanto, cabe a uma entidade do porte da CNDL ajudar a esclarecer os seus associados com relação aos cuidados para evitar a contaminação. Lembramos que a natureza do comércio implica no contato direto com o consumidor e que esse encontro pode fazer a diferença entre a propagação da doença e sua contenção”.

Nesse momento de respeito às exigências sanitárias, é menos doloroso contar os desempregados do que os mortos. Bom seria que não houvesse nem um, nem outro, mas tem que haver algum sacrifício para vencermos essa fase. O momento é de emergência. Chegamos ao caos, mas somos fortes para recuperar o que for perdido. Deus queira que não sejam vidas.


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