PCC fatura mais que Atacadão, JBS e Volkswagem

arte-pcc

Não é novidade alguma a atuação do Primeiro Comando da Capital
(PCC), organização criminosa que surgiu após o “massacre do Carandiru” em 1993,
nas cadeias de todo o país.
Em Rondônia, assim
como em outros estados, o PCC mantém em sua folha de pagamento um pequeno
escritório de advocacia que fica à disposição da organização em tempo integral.
O escritório recebe ‘em contrato’, R$ 10 mil/mês para atender os integrantes e
dar apoio a familiares.

Se fosse uma empresa, o PCC seria hoje a
décima sexta maior do país, à frente de gigantes como a montadora Volkswagen,
além da JBS Foods e Atacadão Supermercados.



Trata-se de um império corporativo em que os
produtos são as drogas ilícitas. Os clientes são dependentes químicos. Os
fornecedores são criminosos paraguaios, bolivianos e colombianos.

Os métodos são o assassinato, a extorsão, a
propina e a lavagem de dinheiro. As áreas de diversificação são os assaltos a
banco, o roubo de cargas e o tráfico de armas. A meta, coerente com as
exigências da globalização, é internacionalizar-se, e para chegar lá os líderes
do PCC estão selando alianças com quadrilhas africanas e terroristas do Oriente
Médio.



O PCC recorre ao tráfico de drogas desde sua
fundação. O que no início era apenas uma forma de multiplicar as receitas
obtidas com a venda de proteção nas cadeias tornou-se, com o tempo, sua
atividade central — o core business, para usar um anglicismo do mundo
empresarial. Hoje, a organização controla mais da metade do comércio de
entorpecentes no país.



Apenas com a venda de drogas para consumo no
território nacional, a organização alcança um faturamento anual da ordem de
20,3 bilhões de reais, sem incluir as receitas com roubo de carga e assalto a
banco. Em 2015, cerca de 3 mil caixas eletrônicos foram explodidos no país.
Suspeita-se que o PCC esteja por trás de pelo menos um terço dos ataques.



A fortuna que passa pelas mãos dos
narcotraficantes do PCC é pulverizada. Ela é usada para pagar propina a
policiais, juízes e políticos, patrocinar execuções e remunerar os milhares de
“trabalhadores” envolvidos na operação. Parte significativa é despendida nas
operações de lavagem de dinheiro, que obrigam os criminosos a corroer seu
capital para esconder a origem ilícita dos recursos por meio de empresas de
fachada. Os custos podem ser altos, mas a margem de lucro do tráfico é
imbatível. A diferença de preço entre 1 quilo de pasta-base na Bolívia e 1
quilo de cocaína no Brasil é de 1 500%.


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