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FEIRA DA MATA – Pichações de ódio e ameaças contra a Polícia Militar

Prédios públicos e residências, além de um veículo oficial foram pichados com frases ofensivas à PM

Foto: Whatsapp 
A cidade de Feira da Mata, no Sudoeste da Bahia, amanheceu nesta quarta-feira (1º) com diversas fachadas de casas e órgãos públicos pichadas com frases ofensivas à Polícia Militar, entre as quais a que sugere que ‘PM bom é PM morto’. A ousadia dos bandidos pode estar ligada à morte, em confronto, de diversos marginais suspeitos de participação no assalto frustrado e no assassinato de dois Policiais Militares em Bom Jesus da Lapa no último dia 23 de janeiro. 
Um dos bandidos que supostamente teria participado da ação em Bom Jesus da Lapa, e que está sendo procurado pela força-tarefa da Secretaria de Estado de Segurança Pública da Bahia envolvida nas ações para identificação e prisão do bando, Gildazio Mendes Pereira, que estaria escondido na região. 
Também haveria, segundo uma fonte da cidade, a possibilidade das pichações terem sido uma reação de amigos de jovens que teriam sido agredidos em abordagens da Polícia Militar.
O caso que mais tem repercutido na cidade é o do jovem Bruno Brito dos Santos, cujos familiares denunciam Policiais Militares lotados no Pelotão da PM da cidade, por supostas agressões. Segundo a fonte, Bruno Brito dos Santos teria se envolvido em episódios com a Polícia Militar. O primeiro, em 
dezembro, quando foi abordado, em um bar onde estava bebendo cerveja com outras pessoas, por estar com o som do carro ligado em um volume muito alto, o que teria justificado a denúncia de moradores da vizinhança. 
Na oportunidade, segundo foi apurado, os Policiais Militares chegaram ao local e desligaram o 
som e fecharam a porta traseira do veículo sendo interpelados e desacatados por Bruno Brito. Ato contínuo, o jovem teria tentado agredir os Policiais, um deles inclusive foi atingido no rosto por um chinelo, sendo contido com gás de pimenta. 
Apresentado à Delegacia Territorial de Polícia Civil, Bruno Brito dos Santos foi autuado por desordem e desacato à autoridade. Desde então, segundo familiares, Bruno Brito dos Santos tem sido perseguido pelos Policiais Militares. No último dia 15 de janeiro, o jovem postou nas redes 
sociais um vídeo no qual pede desculpas aos Policiais Militares, que segundo familiares, não teria sido gravado de forma espontânea, mas obrigado pelo Policiais Militares, nas dependências da Delegacia Territorial de Polícia Civil.
A reportagem não conseguiu contato com o comandante do Pelotão da Polícia Militar de Feira da Mata e nem com o delegado que responde pela Delegacia Territorial de Polícia Civil do município, mas apurou que um inquérito policial já teria sido aberto e nenhuma hipótese será descartada. Testemunhas podem contribuir para identificação dos pichadores.

CAATIBA – Homem é preso após colocar fogo em livros didáticos e em escola pública

O caso aconteceu no município de Caatiba, no Sudoeste da Bahia, na madrugada de segunda-feira (30). Um homem de 27 anos pulou o muro de uma escola da rede municipal de ensino, no distrito de São José do Colônia, e deixou o local parcialmente destruído. O acusado também colocou fogo em livros didáticos.  Por sorte, agentes da Guarda Civil Municipal chegaram a tempo e conseguiram prender o homem e apagar o incêndio.
Crispin da Cruz Couto foi levado pela Polícia Militar para a delegacia de Itapetinga, onde o caso foi registrado. Ele conta com passagens na delegacia do município, inclusive já cumpriu pena por roubo no presídio de Jequié. Em 2012, Crispin fugiu do Complexo Polícia de Itapetinga junto com 18 detentos, mas acabou preso novamente.
O acusado, que seria usuário de drogas, já se envolveu em outros casos de dano ao patrimônio público, em São José do Colônia. Ele permanece preso aqui em Itapetinga, mas ainda esta semana  será transferido para a delegacia de Caatiba.
Por Itapetinga RepórterEudo Mendes

É CADA UMA… – Porco é apreendido pela CAESG; Entenda a história

0bf6d5e3-616e-41a1-947f-cfc5a65e795cPor volta das 6:00 hrs da manhã de hoje (01), em rondas pelo bairro Henriqueta Prates, uma guarnição da CAESG recebeu informações de que 3 individuos se encontravam em um veiculo modelo Gol Bola de cor branca, tentando vender um porco. Os militares encontraram o veiculo, onde após consulta, foi constatado que o carro se tratava de um produto de roubo.f69c4fc6-8fdb-48d3-bd92-53013ce854e5

Em contato com o proprietário do veiculo, o mesmo informou que o individuo teria pedido para fazer um teste com o veiculo na última sexta-feira (27), e desapareceu. Dentro do carro apreendido, se encontrava um porco, que possivelmente seja produto de roubo também.

Os indivíduos não foram localizados. O veiculo e o porco, foi apresentado no DISEP.

Por: Blog do Léo Santos

JANEIRO NEGRO – Crise na educação marca primeiro mês da gestão HG. Servidores e aliados criticam “Pacote de medidas”

Fotos: Blog do Anderson

O primeiro mês do ano foi de protestos em Vitória da Conquista. Além das manifestações através das redes sociais, motoristas lotados na Secretaria Municipal de Educação também lançaram seus repúdios. Eles protestaram contra o não pagamento de suas horas extras referentes a dezembro do ano passado.

Além disso, o contracheque disponibilizado nessa terça-feira (31) veio sem o crédito em torno de R$ 400, referente a Condição Especial de Trabalho (CET) dos profissionais que atuam na zona rural do município.

Eles saem para o trabalho pela manhã e só retornam à noite. “As horas extras prometeram pagar até o dia dez de fevereiro, mas agora não poderemos fazer mais de duas por dia”, afirmou um internauta ao Blog do Anderson. Segundo o Blog, a fonte preferiu não se identificar com receio de represálias.

Conforme informou o secretário municipal de Administração Paulo Williams Rocha da Silva em entrevista ao Band Revista, o seu colega, Marcelo de Melo Silva, titular da Secretaria da Educação, tem recorrido ao prefeito Herzem Gusmão Pereira em busca de uma solução.

A presidente do Sindicato Municipal dos Professores, Arlete Dória, informou que, caso a folha suplementar, prometida até o dia 06, não for concretizada, os monitores prometem paralisar as atividades. “Esperamos que o Governo faça o necessário para devolver o valor de imediato, para que não seja causado nenhum prejuízo para os monitores”, disse a sindicalista ao Blog do Rodrigo Ferraz.

O pacote de medidas lançado pelo prefeito Herzem Gusmão em seu primeiro mês de governo também desagradou aliados. Sob a alegação de conter gastos com as contas públicas, Herzem retirou horas extras e gratificações aos servidores. Segundo servidores, em alguns casos  os contracheques tiveram uma queda de até 80% em relação ao mês anterior.

Um dos insatisfeitos com o pacote é o presidente da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, Hermínio Oliveira Neto (PPS), para quem a ação foi prematura. “Eu observei que foi uma decisão prematura. O prefeito já tomou conhecimento, está sabendo do que aconteceu, a administração fez isso aí, sem dúvidas, evidentemente, que eu ainda não conversei, (mas ele) deverá revogar isso aí”, afirmou o vereador (foto).

Afirmando estar em defesa dos trabalhadores, foi mais além: “Sempre em defesa do trabalhador. Preservar o trabalhador. O trabalhador é a base de tudo. É a base da máquina, então a gente tem que procurar valorizar o trabalhador. Aqui na Câmara vai ser assim também”, complementou, em entrevista ao Blog do Anderson. 


Em discurso na abertura da Jornada Pedagógica 2017, na manhã desta quarta-feira, 1º, o prefeito Herzem Gusmão, falou pela primeira vez sobre os cortes nos contracheques dos servidores, principalmente nas gratificações. O prefeito pediu ‘paciência’ aos servidores, informando que pretende realizar “uma gratificação linear, sem favorecer ninguém a mais”.

IRREGULARIDADE – Tarifa de ônibus pode ser revogada. Reajuste é considerado abusivo e sem a participação do Conselho Municipal de Transporte

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O aumento da tarifa do transporte
coletivo em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, pode ser revogada nas
próximas horas por suposta ilegalidade cometida pela Prefeitura, que não teria
consultado o Conselho Municipal de Transporte (CMT), como prevê a legislação.

A tarifa, que entrou em vigor
domingo, 29, saltou de R$2,80 para R$3,30 – R$0,50 a mais. Em nota, a Prefeitura garante que “o reajuste de
17,85% foi autorizado após a análise minuciosa da planilha de estudo tarifário”,
que detalha os custos do sistema de transporte público.

 

Não cita, no
entanto, a participação dos membros do CMT nas análises e votação. 
O último aumento da
passagem de ônibus em Vitória da Conquista foi  em julho de 2015; a tarifa
passou de R$ 2,40 para R$ 2,80, o índice aplicado na ocasião foi de 16,6% de
reajuste – percentual menor que o mais recente.

 

Diante desse
quadro, a
bancada de oposição
na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista deve entrar com uma ação no
Ministério Público para tentar suspender o aumento da tarifa. Para justificar o
pedido de revogação, os vereadores devem argumentar que o aumento é considerado
abusivo e porque o Conselho Municipal dos Transportes não foi ouvido.

 

A decisão de entrar no MP contra
o reajuste foi confirmada pelo vice-líder da bancada, vereador Valdemir
Oliveira Dias (PT). Até o momento nem a Prefeitura, nem as duas empresas
concessionárias, se manifestaram sobre esse novo episódio envolvendo o aumento
de tarifa.

 

Outros nove vereadores da bancada
de oposição – dos 21 que compõem o Legislativo conquistense, devem apoiar a
ação. São eles: Fernando Jacaré, Viviane Sampaio, Cori Moraes (PT); Nildma
Ribeiro, Danilo Kirimbamba (PCdoB); Cícero Custódio (PSL); Luciano Gomes (PR);
Adinilson Pereira (PSB) e Rodrigo Moreira (PP).

 

Celino Souza

MACARANI – Ação conjunta entre polícias civil e militar recupera motos de procedência duvidosa

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Em ação conjunta entre Polícia Militar e Polícia Civil foram recuperadas duas motos de origem duvidosa na cidade Macaraní,  na região médio sudoeste da Bahia.
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As diligência se deram na tarde de segunda-feira (30/01), onde os policiais encontraram duas motos em residências localizadas em Vila das Graças, distrito da cidade. Uma das motos, que estava na casa de Adenilson Santos Pereira, vulgo “Besouro”, de 27 anos, uma Honda Fan 125, cor vermelha, já estava sendo desmontada e com o chassi raspado.
A outra moto uma Honda Fan, cor azul, estava na casa de Sandro Malta Lima, tembém de 27 anos, também foi recuperada na ação. Uma terceira moto, uma Suzuki IS 125 preta, que estava abandonada também foi apreendida. As motocicletas foram apresentadas na Delegacia para adoção de procedimento cabível. 
Por: Marlon Araújo.

VÍDEO – Homens são detidos transportando burro dentro de carro de passeio Os cinco homens levavam o animal a Fortaleza, segundo eles, para ser trocado por um bode. O carro deu prego no meio do caminho e foi preciso chamar reboque

Um caso curioso aconteceu na tarde desta quarta-feira (31) em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza. Cinco homens foram detidos por transportar um burro dentro de um carro de passeio. Eles foram levados para a delegacia do município para prestar depoimento.
Segundo os homens, eles estavam levando o animal para Fortaleza, onde uma pessoas iria trocá-lo por um bode. No caminho, o carro deu prego e foi preciso chamar um reboque. Quando o motorista do reboque chegou, achou o caso estranho e acionou a polícia.
Segundo inspetora, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado, e os homens respondem em liberdade por maus tratos a animais.
De acordo com depoimentos, o burro seria de um deles, e o carro seria da mãe de outro rapaz que também estava envolvido. O veículo foi apreendido e pode ser recuperado mediante apresentação de documentos. O animal, também apreendido, será encaminhado para um centro especializado.
Veja as imagens do momento em que o animal é retirado do automóvel:

ARTIGO – 7 coisas que todo brasileiro deveria aprender com a prisão de Eike Batista

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 Felippe Hermes – 


Imagine nos cinemas.
O homem que perdeu R$ 100 bilhões: Ascensão e queda do império X
Uma boa direção estilo Martin Scorsese, o diretor de O Lobo de Wall Street, ou Oliver Stone, responsável pelo clássico dos anos 80, Wall Street, Poder e Ganância, e um orçamento um pouco maior do que a verba garantida pela Ancine aos filmes nacionais – talvez seja tudo o que a história de Eike Batista necessite para se tornar um sucesso nos cinemas e arrebatar milhões de espectadores.
No que depender de um pequeno público, no entanto, os agentes da Polícia Federal, a parte mais interessante da história ainda é desconhecida: como afinal Eike conseguiu estes bilhões para perder?
Seu retorno ao Rio de Janeiro e o cumprimento do mandado de prisão em seu nome sob a alegação de pagamento de propina ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, deve ser justamente o ponto de partida para descobrir esta história – que, ao contrário de sua queda, não parece ter sido tão bem narrada pelos jornais. Trata-se do início daquilo que pode ser uma abertura completamente nova para a Lava Jato: o BNDES e os campeões nacionais.
Se não há, porém, expectativa de que uma delação de Eike possa ser tão grande quanto a de Marcelo Odebrecht e seus 77 executivos, há ao menos uma certeza: será tão profunda e impactante quanto. Razões para crer nisso não faltam. Ao longo da última década, nenhum empresário brasileiro esteve tão próximo ao poder e foi tão bajulado por ele quanto Eike Batista. Foram R$ 16 bilhões apenas em empréstimos para suas empresas, fora licenças de exploração e construção, além de lobby direto para lhe favorecer, executado por ministros de Estado.
De fato, muito antes de qualquer delação ser fechada para garantir sua saída da penitenciária, no Rio de Janeiro, ou passar a história a limpo, como disse o empresário ao embarcar em Nova York, sua prisão já garante ao Brasil uma série de lições sobre nossa história recente.

1. O governo brasileiro é uma máquina de concentração de renda.

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Entender a profundidade da figura de Eike Batista não é nem de longe uma tarefa fácil. Basta dizer, por exemplo, que em certo momento, vozes tão antagônicas quanto as da ex-presidente Dilma Rousseff e da revista Veja, expuseram Eike como um símbolo do empresariado brasileiro e do novo capitalismo nacional.
Eike era o novo, o ambicioso, o rico que não tinha vergonha de exibir o que conquistara, nem que com isso acabasse expondo a decoração com gosto duvidoso de sua sala de estar, com uma Lamborghini estacionada no meio. Em um país acostumado a ver entre os seus bilionários herdeiros discretos ou ricos contidos, foi uma novidade e tanto ter alguém disposto a se engajar em causas filantrópicas e ainda ajudar a construir o país pela base.
Por trás do heroísmo que as mais de vinte capas de revistas como Exame ou Época Negócios lhe garantiram, Eike mostrava justamente uma face desconhecida do tal capitalismo à brasileira onde empresários selecionados assumiam riscos com o dinheiro alheio.
Graças a uma massiva injeção de dinheiro do banco de desenvolvimento brasileiro, o BNDES, empresários como Eike se tornaram opções viáveis para receber a missão concedida pelo governo de reinventar nossa economia. Criaríamos grandes empresas com dinheiro público, que concorreriam com as multinacionais e colocariam o Brasil na rota do capitalismo global.
Por anos, Eike foi um recordista em captar recursos para seus projetos vendendo ações na bolsa de valores (até hoje o recorde de maior quantidade de recursos levantada permanece com ele e sua petroleira, a OGX), além de um especialista em vender o Brasil e atrair investidores internacionais. Em 2007, por exemplo, em apenas um negócio, Eike foi responsável sozinho por 10% do saldo de dólares que entraram no país: na venda para a mineradora Anglo American, de seu projeto de mineração que uniria Minas Gerais e o Rio de Janeiro. Foram R$ 5,5 bilhões em lucro em uma única tacada.
Na hora do aperto, porém, a cobrança de acionistas minoritários por resultados e metas acabaram levando o empresário a buscar um sócio bem mais compreensivo: o governo. Com bilhões em dinheiro público, Eike louvava a eficiência da gestão federal e ajudava a passar a imagem de um país pujante.
A política de campeões nacionais oficialmente não existe mais, mas seus custos ainda podem ser sentidos – são estimados em R$ 30 bilhões anuais, além de parte considerável de nossa dívida pública, empenhada na tarefa de enriquecer alguns poucos Batistas, sejam eles Eikes ou Joesleys (da família dona do grupo JBS Friboi, a segunda empresa que mais recebeu recursos do BNDES neste mesmo período).
Eike é o perfeito exemplo daquilo que o governo sabe fazer melhor do que ninguém: criar concentração de renda.

2. Grandes empresários não fazem doação, mas investimento.

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Ir e voltar de Nova York nem sempre foi tão desconfortável para Eike – e não apenas pela prisão que esperava por ele no desembarque no Rio. Durante anos, Eike consolidou uma frota de aviões tão grande que o obrigou a criar uma empresa para geri-la: a AVX. Suas oito aeronaves valiam juntas US$ 200 milhões, ou quase R$ 700 milhões.
Você talvez esteja se perguntando por que afinal uma pessoa precise de tantos aviões, mas a lógica por trás disso é bem mais simples do parece: prestar favores.
De Lula a Eduardo Paes e Sergio Cabral, os jatinhos de Eike foram muito úteis em tornar confortável a vida de políticos brasileiros aos quais o empresário achava necessário manter uma boa relação.
Foi a bordo de seu Gulfstream, avaliado em US$ 60 milhões, por exemplo, que a delegação brasileira foi à Dinamarca buscar as Olimpíadas para o Brasil. Na tarefa de conquistar o evento para a cidade, o empresário empenhou outros R$ 23 milhões.
A ideia era simples: Eike era um grande investidor da cidade do Rio. Por lá, não apenas sua holding, a EBX, mas uma grande parte dos seus negócios possuíam sede. Apenas na capital fluminense, Eike detinha a concessão da Marina da Glória, parte do novo Maracanã e o hotel Glória. Os milhões investidos para despoluir a lagoa Rodrigo de Freitas se misturavam aos milhões investidos na compra de metade do Rock In Rio ou na realização do Rio Open de Tênis pela IMX – ou quem sabe ainda na criação do RJX, seu próprio time de vôlei.
Segundo apurou a Polícia Federal, no mesmo período, Sergio Cabral movimentou um esquema que ajudou a superfaturar bilhões de reais e desviar centenas de milhões dos cofres do estado do Rio de Janeiro.
A imagem de Cabral e Eike foi por um bom tempo difícil de se distinguir. Com alguns milhões, Eike apoiava o governador na construção de UPPs, com cerca de R$ 20 milhões (que acabaram sendo canceladas graças à crise em suas empresas) e consolidava a imagem do ex-governador e atual residente da penitenciária de Bangu, como um dos responsáveis por fazer o Rio de Janeiro renascer economicamente. Do outro lado, Cabral concedia isenções fiscais até mesmo para o restaurante chinês de Eike (que deixou de pagar R$ 2,6 milhões).
Para a Polícia Federal, Eike deu a Cabral algo próximo de US$ 16,5 milhões, enquanto Cabral teria dado R$ 80 milhões em isenções fiscais a Eike, além de algumas centenas de milhões em benefícios para as empresas que aceitassem operar no Porto do Açu, projeto da LLX.

3. Que conquistar a confiança de um presidente não é fácil, mas vale a pena.

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Foi em 2002 que Eike conheceu a figura do ex-presidente Lula. Na sede da EBX, muito mais modesta do que viria a ser, Eike, que voltara ao Brasil em 1999, após uma fracassada tentativa de criar uma mineradora global com sede no Canadá, recebeu um tesoureiro de campanha do ex-presidente com uma única missão: pagar o que faltara da campanha vitoriosa de Lula em 2002.
Oficialmente, Luma de Oliveira, sua ex-esposa, foi a maior doadora de campanha como pessoa física para Lula em 2002. Foram R$ 27 mil doados.
O relato acima, parte da biografia de Eike escrita pela jornalista Malu Gaspar, mostra aquilo que viria a se tornar uma obsessão para o empresário, quase tão grande quanto a de superar o próprio pai, o criador da moderna Vale do Rio Doce: a de estar próximo a Lula.
Em 2006, por exemplo, Eike contratou José Dirceu para resolver um pequeno problema burocrático na vizinha Bolívia: Evo Morales havia nacionalizado sua siderúrgica e Eike buscava uma reparação. Como consultor, Dirceu tinha a incumbência, sem sucesso, de evitar o prejuízo.
O fracasso, porém, não foi de todo ruim. Assim como seu amigo e jornalista Roberto D´Ávila, que fez por vezes o papel de assessor de imprensa de Eike, Dirceu era uma nova porta que se abria em direção ao Palácio do Planalto e seu ocupante principal.
A obsessão de Eike não foi sem sentido. Irritado com as negativas da maior mineradora do país de investir em siderurgia, Lula, convencido por André Esteves, do BTG, e pelo próprio Eike, em uma reunião em Nova York, topou levar adiante um dos maiores planos do governo para ampliar sua presença na economia: colocar um protegido seu no controle da Vale.
A boa relação com o ex-presidente Lula, no entanto, garantiu a Eike uma voz mais bem ouvida no novo governo. Foi a partir de 2010, por exemplo, que suas empresas começaram a ter grande apoio por parte dos bancos públicos, deixando de depender do mercado financeiro. Eike entrou para o círculo dos amigos do rei.

4. Que o povo na rua é a melhor forma de evitar abusos.

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Sua derrocada em 2013 foi um evento daqueles raras vezes visto. Em toda história recente da humanidade, não há um único caso em que alguém tenha perdido US$ 30 bilhões de forma tão rápida.
Durante sua queda, graças em boa parte ao não cumprimento de promessas de produção por parte da petroleira OGX, a maior empresa do grupo, Eike contou com a generosidade do governo – até mesmo com a atuação direta de ministros. Segundo conta O Globo, em 2013, os ex-ministros Guido Mantega e Fernando Pimentel, atual governador de Minas Gerais, pressionaram o estaleiro de Cingapura, Jurong, para trocar o Espírito Santo pelo Porto do Açu, no Rio.
A ida do povo às ruas nos protestos de junho, porém, tornou o que parecia difícil, impossível. Articular para salvar Eike em um momento no qual o governo era incapaz de salvar a si mesmo, ficou fora de cogitação.
Por quase um ano, Eike acreditou que a Petrobras poderia salvar seu porto se o escolhesse como base operacional para guardar e exportar o petróleo produzido pelo pré-sal. Seria uma alternativa bilionária capaz de fazê-lo dar a volta por cima.
Nada disso, no entanto, saiu do papel. Preocupar-se com um bilionário falido enquanto o povo nas ruas realizava os até então maiores protestos de rua do país em duas décadas, seria sentenciar o governo ao próprio fim.

5. Que é mais fácil e barato comprar leis e políticos do que prestar um bom serviço.

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Desde que seus negócios tornaram-se inviáveis, graças em boa parte as promessas excessivas e pouco ou quase nenhum resultado entregue, Eike virou-se de vez para Brasília.
Segundo o próprio empresário, Guido Mantega teria lhe feito um pedido de R$ 5 milhões em contribuição direta para o Partido dos Trabalhadores. Eike atendeu prontamente, depositando os recursos no exterior para pagar os marqueteiros da campanha de Dilma.
Até mesmo uma nora do ex-presidente Lula entrou para o rol de recebedores de propinas do empresário, segundo apurações da PF. Cerca de R$ 2 milhões teriam sido liberados pelo estaleiro de Eike, parte da OSX, em troca de certos benefícios. O responsável pelo pedido: José Carlos Bumlai, grande amigo de Lula, atualmente preso em Curitiba.
Pelos recursos, Bumlai ajudaria Eike a conseguir contratos junto a Sete Brasil, a empresa responsável por financiar e alugar para a Petrobras as sondas do pré-sal.
Apesar de o contrato nunca ter saído, a OSX de Eike conseguiu um feito e tanto – o de renegociar o pagamento de suas dívidas junto à Caixa Econômica Federal em até 40 anos.
Para receber R$ 1 bilhão do Fundo de Investimento do FGTS, Eike teria liberado alguns milhões para Eduardo Cunha, responsável por indicar o vice-presidente da Caixa Econômica, e membro do conselho do FI-FGTS, Fábio Cleto.
Em 2013, Eike ganhou até mesmo uma Medida Provisória para chamar de sua. A MP dos Portos, apelidada no congresso de MP Eike Batista, deveria ajudar a salvar seu porto no Rio, ao garantir demanda para ele.

6. Que o jeitinho brasileiro é o maior empecilho ao desenvolvimento no país.

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A abertura de capital de sua mineradora, a MMX, foi a primeira das grandes tacadas de Eike. Em 2006, o empresário levou R$ 1,18 bilhão por um terço de sua mineradora.
Em 2007, Eike vendeu para a gigante Anglo American seu projeto de mineração que ligaria Minas e Rio de Janeiro, por R$ 5,5 bilhões. Apenas os acionistas do empresário levaram para casa R$ 2 bilhões com esta operação. Em outras palavras: ganharam em um ano algumas vezes o valor que haviam aplicado, e ainda detinham parte relevante da mineradora.
O negócio se tornou famoso e ajudou Eike a levar à bolsa outras quatro empreitadas que existiam apenas no papel: sua petroleira OGX, a elétrica MPX, o estaleiro OSX e a companhia portuária LLX. Juntas, as empresas captaram um valor próximo de R$ 17 bilhões, quase duas vezes os empréstimos do BNDES a Eike.
Tornar-se sócio do empresário virou uma obsessão, e não era pra menos. Eike teria uma mini-Petrobrás, uma mini-Vale e uma Embraer dos mares. Seus projetos não eram nada modestos e sua fortuna, ao menos virtualmente, fazia jus ao que propunha.
Por que levar anos para ter de volta o valor investido em empresas mais consolidadas como Itau, Ultrapar e Ambev se era possível obter o retorno magicamente em pouco tempo? Em uma bolsa de valores repleta de pequenos investidores, o que poderia parecer um meio de captar recursos privados para projetos privados que alavancariam a infraestrutura brasileira, logo se tornou um grande cassino.
Graças a mal sucedida experiência do grupo X, que terminou causando um prejuízo de US$ 5 bilhões apenas a Anglo American (suficiente para causar a demissão de sua presidente), captar recursos na bolsa para projetos nascido do zero se tornou uma experiência impensável. Por anos, os IPOs ficaram em segundo plano.
Por que assumir riscos com minoritários e cumprir metas se era possível pegar dinheiro junto ao governo? O caminho mais fácil tornou-se óbvio: o governo era uma mãe. E tudo iria muito bem para estes poucos selecionados, não fosse o país dar sinais de que não aguentaria arcar com a festa por muito tempo.

7. Que nos negócios e na política, é possível enganar algumas poucas pessoas por um certo tempo, mas jamais todos o tempo todo.

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“A OGX irá produzir 50 mil barris de petróleo em no segundo trimestre de 2013″, afirmou Eike aos seus investidores em 2012.
Na história mundial do setor de petróleo e gás, encontrar uma empresa que produziria um resultado tão expressivo em um período de três anos, entre a aquisição das áreas e o primeiro óleo, é uma tarefa considerada impossível. Para os investidores de Eike, no entanto, que toparam ser sócios de um empresário sem qualquer experiência na área, era plenamente crível.
Quando realizou a maior abertura de capital da bolsa brasileira até então, Eike não possuía sequer um único direito para explorar petróleo. Foram R$ 6,6 bilhões entrando em caixa em troca de nada concreto.
Com este dinheiro, o empresário levou para a OGX a peso de ouro executivos e engenheiros da Petrobras, com a promessa de que eles estariam por dentro da maior novidade brasileira até então: o pré-sal.
Nos três anos seguintes, os tweets de Eike contando como era acordado de madrugada para ser informado sobre as novas descobertas de petróleo da empresa eram suficientes para fazer as ações subirem.

ARTIGO – O bandido bom e as selfies com Eike Batista

O bandido bom e as selfies com Eike Batista
Por Daniel Kessler de Oliveira
Recebo do amigo e brilhante professor Cássio Benvenutti uma reportagem que mostra brasileiros tirando selfies com Eike Batista no aeroporto de Nova York.
Bom, creio que todos sabem, pelo tanto que fora divulgado que o empresário brasileiro teve sua prisão preventiva decretada e embarca para o Brasil com rumo certo para um estabelecimento prisional.
Mas e por que razão brasileiros tietam um indivíduo com uma prisão preventiva decretada e que está se entregando para a polícia?
A mesma reportagem destaca provocações, xingamentos por parte de outras pessoas, mas revela, também, muitos que elogiavam o empreendedorismo do milionário brasileiro.
Pois bem, não adentrarei aqui na seara das acusações que pesam sobre ele, tampouco da decisão que decretou a sua preventiva, por não ser este o foco que pretendo trabalhar.
O que quero refletir, para tentar alcançar alguma possibilidade de compreensão, é o porquê da existência de um filtro de seletividade na definição do bandido para grande parcela de nossa sociedade.
Por que uma sociedade repleta de cidadãos de bem, que enchem a boca e estufam o peito para bradar frases como: bandido bom é bandido morto ou a clássica: direitos humanos para humanos direitos, chegando a mais nova e vergonhosa: menos corrupção e mais chacina não sente a mesma ojeriza quando se trata de um bandido do naipe de Eike Batista?
Simples. Vivemos em uma sociedade doente, por diversos fatores, mas uma sociedade extremamente dependente e escrava do capital, onde o dinheiro tudo compra, inclusive o respeito.
O mesmo cidadão capaz de enaltecer as virtudes de Eike Batista e cumprimentá-lo pelos seus feitos é capaz de vibrar com o linchamento público de um jovem que tenha sido pego furtando algum objeto ou com os números de mortos nas chacinas em prisões.
Não se trata de defender nenhuma das condutas, as pessoas que cometeram crimes devem sofrer o devido processo e receber a justa punição, independente de quem sejam.
Mas é comum vermos como o ódio ao bandido na maioria das vezes se projeta como mais uma das faces do ódio aos pobres, aos menos favorecidos.
Os ditos cidadãos de bem não se projetam no jovem da favela, mas deliram na possibilidade de se projetar em um indivíduo como Eike Batista.
Um indivíduo como Eike é o que eles querem ser, é o que sonham em representar, pelo que ele fez? Não, mas pelo que ele tem (ou teve).
Uma sociedade em que trata bem as pessoas pelo que elas têm, sendo irrelevante se o caminho percorrido fora lícito ou ilícito.
Quantas vezes ao questionarmos o ganho de alguém, não somos taxados de invejosos ou ao duvidar do ganho lícito de alguma pessoa não somos surpreendidos com frases do tipo: Mas ele tá rico e tu?
Isto são faces de mais uma dentre tantas doenças sociais que as redes sociais não criam, mas escancaram, os fins justificam os meios e tudo é válido nesta corrida insana em busca do dinheiro e do poder.
Obviamente que aqui não tem nenhum discurso hipócrita de ódio ao dinheiro, todos queremos conquistas em nossas profissões e não é feio almejar uma boa ou ótima condição financeira, mas como nos ensinou Frejat: é preciso dizer, ao menos uma vez, quem é mesmo o dono de quem.
Ou seja, nesta sociedade submissa ao dinheiro, o bandido pobre merece a morte, o ódio, a prisão apodrecida, enquanto o bandido rico, no fundo recebe minha inveja, minha ira por não ter sido eu a viver aqueles momentos e obter aqueles ganhos.
Um vizinho traficante, corrupto, sonegador, que me convidar para passear no seu iate e me proporcionar alguns momentos de pura felicidade ganhará o meu respeito e tudo o que ele tenha feito de errado será secundário e aqueles que tentarem me alertar, serão recalcados que não tiveram os méritos deles.
E, infelizmente, assim segue a vida em terrae brasilis, com argumentos e jargões carregados de doses cavalares de hipocrisia e contradição entre eles próprios.
Esta reflexão não tenta bradar a pena de morte ao Eike Batista, como não a defende em nenhuma outra hipótese, também não acho que ele deve ser recolhido ao presídio nas condições dos nossos estabelecimentos e sofrer com uma chacina, apenas não entendo o seu trato como herói, justamente pelas pessoas que tanto querem matar os bandidos.
Esta reflexão serve mais uma vez para que não nos deixemos cair na sedução do discurso pronto e falacioso do cidadão de bem.
Primeiro, quem define quem é o cidadão de bem? bandido bom é o bandido morto, mas quantos cidadãos de bem também não são bandidos. Ah, mas o meu crime é diferente, dirão eles. Sim, sempre é diferente, sempre há uma justificativa.
O problema, que precisamos enxergar, é que tudo não passa de uma forma de punir e de esconder através de uma política encarceiradora: o pobre.
Uma leitura atenta do Código Penal e das leis dos crimes tributários nos permite ver qual o bem jurídico que recebe maior tutela, porque um furto recebe um tratamento mais severo do que uma enorme sonegação, dentre tantas outras passagens que evidenciam isto.
O Direito Penal foi feito para punir o pobre e esta grande parcela da sociedade ou não enxerga isso ou, pior, enxerga e concorda, mas por falta de coragem de defender em voz alta, finge que não vê.
E, assim seguimos, bradando o horror à criminalidade e tirando selfies com acusados de crimes, enaltecendo a seletividade social de nosso ódio.

DISQUE-DENÚNCIA – Foragido da Bahia é capturado em Niterói


30_1_2017__1_Flavio Jovanio Cardoso dos Santos - Capturado - 12 BPM.jpg - uploaded/imgs/noticias/30_1_2017__1_Flavio Jovanio Cardoso dos Santos - Capturado - 12 BPM.jpg - Foragido da Bahia é capturado na Comunidade da Fazendinha, em Niterói, após informações do Disque-Denúncia


Contra ele, havia um mandado de prisão por um homicídio em Canavieiras, município brasileiro do Estado da Bahia.Após informações repassadas pelo Disque-Denúncia sobre a localização de um foragido da Justiça do Estado da Bahia, uma equipe do 12º BPM (Niterói) esteve na tarde de hoje (30) na Travessa dos Lírios, no interior da Comunidade da Fazendinha, Sapê / Niterói, onde foi possível encontrar e prender Flávio Jovanio Cardoso dos Santos.

Flávio foi encaminhado, pelos policiais, à Delegacia de Homicídios de Niterói onde as medidas cabíveis estão sendo tomadas.

O Disque-Denúncia solicita a população de todo o Estado que continue denunciando qualquer tipo de atividade criminosa através de seu APP de denúncias, onde é possível anexar fotos e vídeos, disponível nas lojas virtuais Google Play e Apple Store ou através dos telefones 2253 1177 (capital) e 0300 253 1177 (interior) no custo de uma ligação local.
O anonimato é garantido ao denunciante.