Costinhas Bar: Estrutura que desabou estava comprometida



Peças que sustentavam o teto tem emendas e marcas de “cupim”, diz engenheiro

Fotos: Celino Souza


Vitória da Conquista
– As peças de madeira, que faziam a sustentação do teto do Costinhas Bar, apresentam
emendas em parte da extensão, além de marcas de “cupim”, detectadas por um
engenheiro entrevistado pelo Blog do Celino Souza. Os responsáveis pelo local afiramam que a documentação relativa ao alvará de funcionamento e vistoria dos Bombeiros está em dia.

A
pedido do blog, o profissional, que optou por não aparecer, disse estas são, a
princípio, as principais causa do desabamento da estrutura, na noite dessa
quinta-feira, 2, ferindo levemente um garçom e um casal de clientes. As vítimas
foram atendidas por unidades do SAMU 192.

Somente
o laudo do CREA pode atestar as reais causas. “Esse imóvel é antigo, com mais
de 80 anos de construído e somente foi restaurado em parte, sendo que uma das
paredes antigas foi retirada, ficando um vão para aumentar o espaço do bar”,
comentou. “Com isso, a “tesoura” (principal peça de sustentação do telhado ) ficou
desprotegida, sustentando o telhado pesado, o que contribuiu para o incidente.”.

Resumindo,
conforme o engenheiro, “o incidente pode ter sido provocado pelo emprego de
material reaproveitado, como madeira e ripões usados na “tesoura”“. A
reportagem detectou que há registro de alvará, com validade até fevereiro de 2017, mas não detectou se a obra possui Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART), documento emitido pelo
Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) que
inclui dados do profissional responsável.

A ART determina as responsabilidades dos profissionais
envolvidos na obra e permite identificar os autores de eventuais erros técnicos
e deve constar no banco de dados do CREA Regional em relação à reforma.
Até
o momento o CREA não se manifestou sobre a perícia no local e posterior emissão
do laudo de vistoria.

OUTROS CASOS

Em
outubro de 2009 o teto da igreja Nossa Senhora Aparecida, no bairro Jurema,
também desabou, ferindo 6 pessoas, dentre elas o padre Wesley Santos. Na época,
o CREA afirmou,  por meio da inspetora
Nelma Moraes, que não havia “registro da documentação da Anotação de Responsabilidade
Técnica”.

Episódio semelhante na região Sudoeste também ocorrer em 24
de dezembro de 2008, durante um culto de Natal, quando o teto da igreja Batista
de Icaraí, distrito de Caatiba (596 km de Salvador) desabou e matou Lindaura de
Jesus Santos, 42 anos.
Cinco pessoas ficaram feridas. 
Ao todo, 15 fiéis
estavam no templo. As vítimas contaram que o culto já estava no final quando o
telhado começou a ceder pelos fundos, como ocorreu em Conquista. O restante da
estrutura desabou em “efeito dominó”. O forro serviu como
proteção para muitos, livrando as vítimas das telhas e dos ripões, como recorda
a coordenadora pedagógica Elândia de Almeida. A igreja havia passado por
reforma no mesmo ano e não apresentava rachaduras. Até hoje as causas são
desconhecidas.

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