SÃO JOÃO | Santanna pede licença e exalta a herança cultural deixada por Luiz Gonzaga

Antes mesmo de subir ao palco do Centro Cultural Glauber Rocha, onde se apresentou como a terceira atração desta quinta-feira (22), o cantor e compositor Santanna – autodenominado “O Cantador” – fez uma solene deferência à cidade de Vitória da Conquista.

“Primeiro, tenho que pedir licença a Xangai, a Elomar, a Glauber Rocha, porque é uma responsabilidade muito grande. Para mim, estar na terra dos meus ídolos é um privilégio e deixa a gente muito emocionado”, disse o artista, referindo-se a dois colegas de cantoria – o primeiro, atualmente no cargo de secretário municipal de Cultura, Turismo Esporte e Lazer; o segundo, compositor de obras como “Arrumação” e várias outras canções reconhecidas internacionalmente; e, por fim, mencionando o cineasta e precursor do Cinema Novo, morto em 1981, aos 42 anos, e que dá nome ao espaço onde se realiza o Arraiá da Conquista e ao aeroporto da cidade.

Outro grande ídolo de Santanna é Luiz Gonzaga, a quem conheceu pessoalmente quando tinha 24 anos, e de quem se tornou amigo e colega. Costumava abrir shows para Gonzagão e também se apresentava a seu lado, fazendo vocais. “Ele criou uma verdadeira trilha sonora”, comentou o artista.

Pouco depois da morte do Rei do Baião, o “Cantador” começou sua própria carreira profissional. Com pouco mais de três décadas de atuação, ele é o responsável por hits como “Ana Maria”, sempre lembrada em períodos de São João, e ainda outros sucessos como “Tamborete de forró”, “Xote universitário” e “Mensageiro Beija-Flor”.

A mensagem romântica, de simplicidade tocante, é o mote de “Mensageiro Beija-Flor”: “Leva no bico uma canção que tem a mesma cor e o cheiro dela… Aproveitando, pergunta pra ela, meu Deus, como é que fica o nosso amor… No fundo do meu coração, não vivo sem a luz dos olhos dela… Explica tudo direitinho a ela, por Deus, meu mensageiro beija-flor….”

Ao cantar esses versos, o artista demonstra que a simplicidade não está somente na canção: “É bonitinha, não é?”

Todas essas canções foram gravadas por Santanna no DVD Forró Popular Brasileiro, lançado em 2006, e fizeram parte de sua apresentação no palco do Arraiá da Conquista. Além disso, o repertório incluiu outros clássicos que não faltam nos shows de nenhum artista de forró que se considere minimamente respeitável – a exemplo de Flávio José, cujo sucesso “Espumas ao vento” foi apresentado por Santanna.

Depois de Santanna, sobe ao palco do Arraiá da Conquista o Forró do Mariá, última atração da terceira noite do evento. O show está previsto para começar à 1h.


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