CONQUISTA | O FIM DE MÊS CHEGA E AS CONTAS TAMBÉM, MAS OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO CONTINUAM COM OS SALÁRIOS CORTADOS

Mais um fim de mês chega, a folha de pagamento fechou e as autoridades políticas não se posicionam sobre os cortes salariais dos profissionais da educação. No dia 19 de maio, a audiência pública sobre o assunto contou com a presença de apenas três vereadores, Valdemir Dias – que convocou a audiência -, Coriolano Moraes e Márcia Viviane.

Onde está o Secretário de Educação, que oportunamente se calou diante de todos esses ataques aos profissionais que fazem sua secretaria funcionar? Onde estão os agentes políticos? Cadê os outros 18 vereadores da Câmara Municipal?

Os salários não irão ser ressarcidos com apenas uma moção de repúdio. Enquanto a gestão municipal se resguarda em suas casas, colocam os profissionais da educação em situação de risco. Esses profissionais que têm trabalhado 24h por dia, 7 dias por semana, através de atividades ditas remotas com os alunos, mas que estão indo às suas unidades de ensino para planejar, imprimir e distribuir atividades, entregar as cestas extremamente básicas.

Os profissionais da educação não pararam, mas seus salários sim. Mais de 70% a menos dos salários e a comunidade política se mantêm calada, assim como fizeram diante das perdas salariais dos últimos 3 anos. A educação não importa, senhores vereadores? A eleição se aproxima e, então, vocês se lembrarão das nossas pautas, mas nós não nos esqueceremos do silêncio.

Silêncio esse que foi o que mais aconteceu na Câmara de Vereadores nos últimos quatro anos. Se importaram mais em promover moções de aplauso do que construir leis para o bem social e fiscalizar as ações do poder executivo.

Foram complacentes aos seguidos empréstimos tomados pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC) para construir as pautas que fundamentarão uma tentativa de reeleição. Auxiliaram na quebra do caixa municipal e no inchaço das folhas de pagamento, quando viram cargos e mais cargos sendo criados e continuaram calados, quando a PMVC contratou assessorias milionárias e poucos denunciaram.

Agora nos perguntamos repetidamente para onde está indo todo o dinheiro do nosso município. Os asfaltos derreteram, a invenção que seria o terminal de ônibus coletivo nem começou a ser construída, as unidades escolares construídas e reformadas foram pagas com antigas verbas. Para onde foi o dinheiro do Fundeb, PNAE (um mini kit não justifica o gasto do dinheiro), PNATE (as aulas estão interrompidas). Cadê as dezenas de milhões que foram enviados para o combate à covid-19?

Aliás, como combater uma pandemia, quando o maior mal é a fome que invade os lares, as contas que ficaram sem pagar, arriscando, inclusive, a moradia? Como combater a covid-19, quando a educação pública vem sendo ameaçada há muito tempo por um problema muito maior: o descaso e a má administração dos governantes?

A maior pandemia é um governo que apenas contribui para o aumento da desigualdade social, que se esquece do seu território e só ajuda para que ele se encontre em um quadro desastroso após o período de isolamento social.

A maior pandemia é um governo que não oferece alimento aos alunos em tempos normais e não tem condições mínimas para bancar a higienização adequada ao fim da suspensão das aulas. E agora, com salários ainda menores que antes, os profissionais da educação não terão a mínima condição de suprir as faltas do governo, que nem água sanitária tem condições de colocar nas escolas. 

As aulas continuam suspensas, mas como os profissionais da educação pagarão suas contas de água, gás, aluguel e, principalmente, energia e internet, para continuar oferendo as aulas em ensino a distância? Esses profissionais estão tendo que contratar empréstimos e quem irá pagá-los? Mas se não contratam, como irão sobreviver?

É desumano colocar quem cuidou por toda sua vida da educação municipal e formaram cidadãos em uma situação como essa. Agora, quem cuida precisa de cuidado, no entanto tem o silêncio como resposta, o que é a maior prova de desvalorização para com os profissionais da educação pública municipal. | Ascom/SIMMP


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