Notícias Recentes

INCERTEZA – Rodoviários temem calote da Viação Vitória após comentários sobre falência

A deflagração de greve na Viação Vitória, pelo Sindicato dos Rodoviários, na tarde desta terça-feira (19), por atrasos salariais desde abril deste ano, deixou apreensivos os mais de 500 funcionários da empresa.

Sem avanço no acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), após quebra de acordo firmado no final de maio deste ano, e com o caso indo parar na Justiça Federal, nenhuma hipótese é afastada, inclusive decretação de falência da empresa. A Vitória não se manifestou até o momento.

“A falência ou calote social já está sacramentado, pois deixaram que os funcionários trabalhassem sem salários e com duas ou mais férias sem receber e, com isso, elevando a soma nas mãos do patrão.

Não bastasse a tragédia social todos os funcionários ficarão sem seus FGTS e rescisões”, disse um especialista consultado pelo Sudoeste Digital.

PASSANDO NECESSIDADE

Sobre os salários atrasados, nenhuma perspectiva de recebimento e, o mais grave: comentários que citam a falência da empresa. “Estamos sabendo disso (falência) e é o que nos deixa ainda mais inseguros”, relatou um funcionário. “Pior que todos estão passando por necessidades, sem dinheiro para pagar as contas e com os nervos à flor da pele”.

            
A situação é tão grave que muitos motoristas e cobradores estão recorrendo a agiotas, financeiras e até a parentes e amigos para comprar o essencial para os filhos. “Como a gente pode trabalhar tranquilo, sem receber salários e com a responsabilidade de transportar centenas de pessoas todos os dias?”

Além dos salários e demais encargos trabalhistas, 
a Viação Vitória deve mais de R$30 milhões ao município, referente à outorga, além de R$500 mil em notificações, desde o ano passado.

Os comerciantes também estão preocupados com os rumos da greve. “Atravessamos uma paralisação dos caminhoneiros durante dez dias, com prejuízos que ainda não conseguimos reverter. Quando tudo parecia caminhar para a normalidade, com o estoque para o São João, temos a infelicidade de entrar em outra situação adversa com essa greve na Vitória. Está difícil”, queixou o comerciante Roberto Fernandes Dias, do ramo de confecções. 

BLOQUEIO

O sindicato informou, por meio do jurídico, que irá ajuizar uma ação até o final desta semana pedindo o bloqueio dos repasses que são feitos à Vitória para que sejam feitos os pagamentos de salários. A declaração foi dada pelo advogado Thalmus Rodrigues Azevedo.

Os ônibus da empresa foram recolhidos pelo sindicato e estão perfilados na Praça da Pedra, tradicional ponto de compra e venda de veículos usados, próximo ao ginásio de esportes “Raul Ferraz”. A Viação Vitória atende, diariamente, 40 mil usuários. Com a greve, a legislação assegura 30% da frota em funcionamento.

QUEBRA DE ACORDO

Em reunião na sede do MPT, que contou com a presença do Sindicato dos Rodoviários e Prefeitura de Conquista, no final de maio, a empresa se comprometeu, em ata, a honrar o pagamento de 40% do adiantamento salarial dia 5 deste mês. Sequer deu satisfação aos funcionários.

O percentual, referente a maio, deveria ter sido quitado no último dia 20 do mês passado. Até então, nada feito. O mesmo aconteceu no último dia 7, quando, também em acordo no MPT, deveria ter sido efetuado o pagamento do ticket alimentação de maio, igualmente em atraso.

Ficou acordado que o restante dos 60% do salário referente a maio deveria ser pago também nessa quinta, considerando ser este o 5º dia útil subsequente ao mês do salário vencido. A empresa nem pagou, nem se manifestou sobre a quebra de acordo.

No acordo, a procuradora deixou claro que, em caso de descumprimento do acordo por parte da empresa, esta teria que pagar a título de multa uma cesta básica, no valor de R$120,00, a cada um dos trabalhadores prejudicados por item descumprido.

NOTA DA PREFEITURA


“A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), informa que o problema com o descumprimento das obrigações contratuais por parte da empresa Viação Vitória é recorrente, sendo que o município já adotou todas as medidas cabíveis, entre elas, o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de Caducidade. Sobre a diminuição do serviço em razão da presente greve, a Semob já está tomando as medidas administrativas”.

CONQUISTA EM MEIO AO CAOS – Sindicato dos Rodoviário deflagra greve na Viação Vitória

Imagem: Anderson Oliveira/Blog do Anderson

O Sindicato dos Rodoviários deflagrou greve na Viação Vitória, empresa de transporte coletivo em Conquista, e recolheu os ônibus da empresa até que sejam pagos aos funcionários os salários em atraso desde abril deste ano.

A Viação Vitória atende, diariamente, 40 mil usuários. Com a greve, a legislação assegura 30% da frota em funcionamento.

Apesar de a empresa ter quebrado um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que previa o pagamento salarial e tickets nos dias 5 e 7 deste mês, respectivamente, uma nova rodada de negociação aconteceu nesta terça-feira (19) no órgão, mas sem avanço.

Como não houve acordo entre empresa e rodoviários, o caso será levado à esfera judicial. “O sindicato vai ajuizar uma ação até o final desta semana pedindo o bloqueio dos repasses que são feitos à Vitória para que sejam feitos os pagamentos de salários”, disse o advogado Thalmus Rodrigues Azevedo ao jornalista Anderson Oliveira, do Blog do Anderson.

Especialistas consultados pelo Sudoeste Digital têm outro entendimento a respeito do caso destacado pelo assessor do sindicato. A lei de recuperação judicial dá cobertura à empresa a não pagar dívidas e, com isto, pagar seus funcionários de modo que eles mantenham a empresa funcionando.

“Como então que a empresa não consegue pagar os funcionários? Então já não cabe mais a recuperação e sim  falência”, observa a fonte. “A falência ou calote social já está sacramentado, pois deixaram que os funcionários trabalhassem dois meses e meio sem salários e, com isso, elevando a soma nas mãos do patrão. Não bastasse a tragédia social todos os funcionários ficarão sem seus FGTS e rescisões”, emenda.

Os especialistas em transporte público vão mais além e questionam a Prefeitura. “O município vai acionar o seguro garantia do contrato de concessão, já que ele (município) tem sido solidário com a empresa celebrando o TAC, dando um reajuste de tarifa de 18%, devolvendo a linha D38 e por fim aceitando a recuperação judicial e não o processo de caducidade deixado concluso pela gestão anterior?”

Diante do caos instalado e a tragédia há muito anunciada, ficam no ar a pergunta sem resposta: “Qual a empresa que viria para operar em caráter emergencial no lugar da Viação Vitória sabendo que: enfrentará uma cidade com a fama de falir cinco empresas de ônibus; a cidade está infestada de clandestinos; terá que herdar um passivo milionário dos direitos trabalhistas de funcionários e ex-funcionários da Viação Vitória; só poderá operar por seis meses em caráter emergencial e depois enfrentar uma nova licitação em que ela não terá nenhuma garantia, depois ir embora e pagar tudo novamente?”

Procurada, a Prefeitura ainda não se manifestou, a exemplo da Viação Vitória.

COELBA – Lotéricas reajustam sistema e voltam a receber pagamento de contas; Coelba diz que foi falha de sistema e recomenda suspensão

Resultado de imagem para conta da coelba
Depois de 19 dias suspenso o recebimento de pagamento de contas de energia elétrica foi restabelecido nas casas lotéricas nesta terça-feira (19). O comunicado foi feito no início da tarde deste terça-feira (19) e confirmado pelos agentes lotéricos em Vitória da Conquista, mas a Coelba sustenta que houve falha no sistema da CEF e recomendou a suspensão.

Segundo a Coelba, em nota, desde novembro de 2017 havia tentativas de negociação com a Caixa Econômica Federal (CEF), mas não houve êxito, o que teria motivado a suspensão, a partir de 1º de junho. Sobre a retomada do serviço na tarde desta terçafeira, a Coelba não se manifestou.

A Caixa aumentou 54% no valor da tarifa por fatura arrecadada, e, segundo a Coelba, inviabilizou a manutenção do convênio de arrecadação. Em decorrência desse reajuste, outras empresas de serviços públicos também não renovaram o contrato de arrecadação com as lotéricas.

TRANSTORNOS

Desde então, somente transtornos para quem precisava resolver esse serviço. Sem a opção costumeira, milhares de clientes formam imensas filas nos pontos de atendimento que ainda mantém contrato com a empresa de energia elétrica, a exemplo dos correspondentes bancários e lojas de eletrodomésticos (que também suspenderam o recebimento).

Além da falta de orientação, o deslocamento de casa para locais mais afastados nortearam a maioria das queixas. Se em Vitória da Conquista, terceiro maior município da Bahia, o tumulto e a desorganização eram comuns, nas demais cidades da região e povoados a situação deve ser inaceitável, principalmente onde a lotérica era o único local que aceitava contas da Coelba.

EDUCAÇÃO – Dez produtos da UESB são finalistas no Intercom Nordeste


Quando a vivência prática é parte importante do processo de formação profissional dentro da graduação, grandes produções são desenvolvidas. Na Uesb não tem sido diferente.
Na 20ª edição do Congresso de Ciências da Comunicação (Intercom) da região Nordeste, 16 produtos da Universidade foram inscritos, dos quais 10 selecionados como finalistas em diversas modalidades.

O evento acontecerá em Juazeiro (BA), e as produções finalistas foram desenvolvidas nos cursos de Jornalismo e Cinema e Audiovisual, ambos do campus de Vitória da Conquista. As informações são da Acom Uesb.

Os formatos finalistas são os mais variados, colocando a Universidade na disputa em modalidades como fotojornalismo, telejornalismo, filme de ficção e de não ficção, documentário, jornalismo impresso, entre outros.

Produção audiovisual – Finalista na modalidade “Filme de não ficção / Documentário / Docudrama”, a produção “Colar de Pérolas” é assinado pelo estudante Micael Aquillah. O filme foi produzido na disciplina “Produções de Documentário”, no curso de Cinema e Audiovisual”.

A narrativa poética traz a história de Milerina Almeida da Silva, 94 anos, abordando questões ligadas à resistência do nordestino diante da fragmentação cultural.

Aquillah releva que o processo de construção do produto foi uma forma de experimentar, na prática, dispositivos utilizados por grandes cineastas brasileiros, como Caio Guimarães e Eduardo Coutinho.

“Ver o documentário de outra maneira já anuncia um aprendizado para vida”, analisou o estudante, que ficou entusiasmado em ver o filme concorrer em uma premiação no Nordeste: “‘Colar de Pérolas’ teve a oportunidade de ser selecionado em alguns dos estados brasileiros e fora do país. Mas, quando algo acontece no Nordeste, na minha casa, o sabor é outro”.

AGRO – 9º congresso da Fetag-BA reúne agricultores em Salvador

Lideranças sindicais à agricultura familiar estão reunidas no 9º Congresso Estadual de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Bahia. O evento, aberto nesta terça-feira (19), é realizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Bahia – Fetag-BA.



O congresso, que termina amanhã, acontece no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Patamares. O encontro, que tem como tema “Consolidando um projeto alternativo de desenvolvimento rural sustentável e solidário”, reúne representantes de 410 municípios baianos, a exemplo da assesora Sindical da Região Sudoeste, Nildma Ribeiro (foto).

O presidente da Fetag – BA, David Rodrigues falou da importância do encontro para os trabalhadores rurais. “Esse momento é de muita importância para debater o desafio que o país está passando com essa crise jamais vista de retrocesso, vamos discutir a negação de direitos, de políticas públicas”.

Para garantir o reconhecimento desta importância, os agricultores vão discutir como aprimorar a atuação do movimento sindical rural, visando a garantia de mais políticas públicas, tanto no âmbito estadual quanto federal, que possam garantir o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar no estado.

“A partir desse debate esperamos construir politicas a nível nacional para a gente poder contribuir com a discussão nacional da Contag, que vem coordenando todo esse processo no país, então vamos analisar o nível da Bahia e levar para Brasília para que a gente possa avançar um pouco mais, fortalecendo a nossa luta, e alcançando mais resultados”, concluiu David.

CHACINAS DIÁRIAS – David Salomão cobra providências contra os altos índices de violência em Vitória da Conquista

Imagem: Ag. Sudoeste Digital/18.06.18

Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, nessa segunda-feira (18), o vereador David Salomão (PRTB) cobrou providências contra os altos índices de violência que tem assolado o município de Vitória da Conquista.

“Alunos foram mortos na porta da escola”, disse o parlamentar lembrando do ocorrido da semana passada, que vitimou fatalmente dois adolescentes no bairro Ibirapuera.


Para David Salomão, a culpa desses índices assustadores é do Governo. “Incompetência do Governo”, analisou o vereador. “Crianças na frente da escola, quem é que vai fazer alguma coisa? São estudantes, não tem antecedentes criminais”, apontou ele. “Tem lugar seguro em Vitória da Conquista?”, questionou David.

Ele voltou a lembrar que nem mesmo os profissionais da segurança pública têm sido poupados da violência. “Polícia está morrendo, delegado está morrendo e eles não fazem nada. Cadê o secretário de Segurança Pública? Esse cara tem o quê, que ele não cai?”, questionou David Salomão, criticando a postura do Governo do Estado diante dos casos. 

Confira o pronunciamento do vereador:

RECONHECIMENTO – OAB de Vitória da Conquista lança prêmio em homenagem a Ruy Medeiros


A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, lançou a 1ª Edição do Prêmio Ruy Medeiros de Direito Público.
O prêmio é uma homenagem ao jurista Ruy Medeiros, presidente da Comissão de Direitos Humanos da subseção. As informações são do blog Rapazoi Notícias.

As inscrições estão abertas até 16 de julho de 2018. O concurso premiará artigos jurídicos sobre Direito Público, na categoria da advocacia. Podem participar advogados e advogadas de todo o estado da Bahia, inscritos na OAB-BA e que estejam adimplentes com as anuidades e em pleno exercício profissional (que não estejam suspensos ou licenciados).

Haverá premiação para os três artigos com maiores notas: 1º Lugar, 1 Ipad; 2º Lugar, 1 Notebook ; e 3º Lugar, 1 Tablet. O presidente da OAB de Vitória da Conquista, Ubirajara Ávila, afirma que Ruy “é referência de competência, honradez, conhecimento e determinação”. “Até hoje atende a todos os chamados da OAB, principalmente no combate à violação de prerrogativas dos colegas e na defesa dos direitos dos menos favorecidos.

Tenho em Ruy a figura do porto seguro da nossa profissão, ao passo que essa homenagem é justa diante da sua grandeza e da completude do seu legado. Ruy Medeiros é realmente um exemplo para jovens e experientes advogados e advogadas”, declarou. A íntegra do edital pode ser conferida aqui.

LUTO – Morre ex-prefeito de Macarani, Paulo Lacerda, aos 68 anos

Resultado de imagem para Paulo Fernandes Lacerda
Macarani amanheceu de luto nesta terça-feira (19), após a notícia do falecimento do médico cardiologista e ex-prefeito do município, Paulo Fernandes Lacerda, 68 anos.

Paulo Lacerda estava internado em Vitória da Conquista há vários dias, com complicações na saúde, já debilitada. Nascido em Macarani, em 4 de agosto de 1949, se formou em medicina como cardiologista, mas pouco exerceu a profissão

Optou por cuidar dos negócios da família, que era a pecuária. Se especializou no melhoramento do gado nelore, criando a raça Jaita, famosa nacional e internacionalmente.

Em 1996 entrou na política e foi eleito vice-prefeito de Macarani, na chapa com Armando Porto, sendo reeleito em 2000 na mesma chapa. Entre outubro de 2002 a 31 de dezembro de 2003 exerceu a função de prefeito, substituindo o então prefeito Armando Porto, em licença médica.

Em 2004, disputou a Prefeitura de Macarani pela primeira vez e perdeu para Olisandro Nogueira Em 2008 era favorito nas pesquisa, mas desistiu na por problemas com a Justiça Eleitoral.

Paulo Lacerda ainda voltou a tentar mais uma vez a Prefeitura, em 2012, quando perdeu para o então prefeito e candidato a reeleição Antônio Carlos Macedo (Carlinhos). Não há informações sobre o local do velório e do sepultamento. Paulo Lacerda deixa dois filhos: Jaime Lacerda (Jaiminho) e Paulo Lacerda Filho (Paulinho). (Revista Geral da Bahia)

EXCLUSIVO – Pastor foragido planeja abrir igreja na região de Itapetinga com ajuda de aliados


Mesmo com a prisão preventiva decretada pela Justiça de Vitória da Conquista, nessa segunda-feira (19), o auto-proclamado pastor evangélico Edimar dos Santos Brito, 39 anos, não tem planos de se entregar. Pelo contrário.

Imagem relacionada
Edmar (à direita) é apontado como autor intelectual dos homicídios. Fábio (azul) e Adriano, teriam executado as ordens.
Foto: Arquivo

Segundo informações de fontes, ele quer se manter na atividade, abrindo uma pequena congregação na região de Itapetinga, com apoio de antigos aliados de Potiraguá e Iguaí, onde ele já congregou e tem parentes e mantém residência em seu nome.

Os fieis da região, onde Edimar tem bases e relações diretas com a comunidade, defendem o líder de todas as acusações e acreditam em sua inocência.

Edimar foi preso sob acusação de ter sido o mandante do duplo homicídio que teve como vítimas a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, então com 38 anos, e da prima dela, Ana Cristina Santos Sampaio, 36.

Ele também foi apontado como autor intelectual da tentativa de homicídio contra o marido da pastora, Carlos Eduardo de Souza, 52. Para consumar os crimes, ele contou com ajuda do também auto-proclamado pastor evangélico Fábio de Jesus Santos, 36, apontado como participante direto nos assassinatos.

Tanto Edimar, quanto Fábio, receberam o benefício da liberdade por excesso de prazo. Apenas o vigilante ilegal, Adriano Silva dos Santos, de 38 anos, terceiro participante nos crimes, cometidos em 19 de janeiro de 2016, foi julgado e condenado a 30 anos de prisão, mas sua condenação foi anulada pelo Tribunal de Justiça da Bahia.

Nessa segunda-feira o  juiz Reno Viana, da Vara do Júri e Execuções Penais de Vitória da Conquista, decretou novamente a prisão preventiva dos três, em decisão de pronúncia que determinou que todos eles sejam julgados pelo Tribunal do Juri.
Por força da decisão desta segunda-feira, Fábio e Adriano já estão presos em Vitória da Conquista. Edimar continua foragido.

Fábio foi preso pela Rondesp horas depois de ter a prisão decretada

Imagem: Rondesp/divulgação

                                         

Disputa por fieis teria sido o principal fator, caracterizado como vingança, apurou a polícia civil à época. 

Por que foram soltos?
Tribunal de Justiça ignorou a Súmula 21

Ao ignorar a Súmula 21, do Supremo Tribunal de Justiça, que diz que “pronunciado o réu não se alega excesso de prazo”, o Tribunal de Justiça da Bahia mandou colocar em liberdade, em 20 de junho do ano passado, o autor intelectual dos crimes, Edimar da Silva Brito

A professora e pastora Marcilene Oliveira Sampaio (E) foi morta ao lado da prima.

Imagem: Reprodução/redes sociais

Um ano depois da reviravolta jurídica num dos crimes de maior repercussão na Bahia nos últimos ano, ainda provoca revolta na comunidade de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, onde o episódio ocorreu. O promotor do caso, José Junseira Almeida de Oliveira, se mostra indignado com a situação.

Resultado de imagem para josé junseira
“O autor de dois crimes bárbaros, a peça-chave, hoje está posto em liberdade”, desabafou o promotor José Junseira

Imagem: Divulgação/arquivo

Ao ignorar a Súmula 21, do Supremo Tribunal de Justiça, que diz que “pronunciado o réu não se alega excesso de prazo”, o Tribunal de Justiça da Bahia mandou colocar em liberdade, na tarde desta terça-feira, 20, o ‘Pastor Edimar da Silva Brito’, 38 anos, acusado de ser o mentor intelectual do duplo homicídio que matou a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, 38, e a prima dela, Ana Cristina Santos, 36, em dezembro do ano passado.
A reviravolta jurídica num dos crimes de maior repercussão na Bahia nos últimos ano, provocou revolta na comunidade de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, onde o episódio ocorreu. O promotor do caso, José Junseira Almeida de Oliveira, se mostrou indignado com a situação.
“Eu estava em férias, retornei dia 19, e fui surpreendido. Fiquei indignado com a notícia de que o Edimar havia sido posto em liberdade por ordem do Tribunal de Justiça, não daqui da Vara do Júri de Vitória da Conquista. Vejam os senhores que o autor de dois crimes bárbaros, duas vítimas barbaramente violentadas, torturadas, assassinadas e o mentor do caso, autor intelectual, a peça-chave, hoje está posto em liberdade”.
Além de Edimar, outros dois foram denunciados: Fábio de Jesus Santos, 35 anos, e Adriano Silva dos Santos, 37. Adriano foi julgado e condenado a 30 anos de prisão; dois recorreram – Fábio e Edimar – por isso não foram julgados ainda. “Aí vem o Tribunal (de Justiça) e libera, revoga a prisão, dizendo que houve excesso de prazo”, continua o promotor.

“Notem que o caso aconteceu há menos de dois anos, em 19 de janeiro de 2016, a denúncia foi oferecida em 12 de fevereiro de 2016, a audiência de instrução no mês de março e em agosto do ano passado os três foram pronunciados”, enfatiza Junseira

“Nós fomos surpreendidos com essa notícia. Ou seja, Edmar não foi julgado ainda porque? Por culpa exclusiva dele, que não aceitou a pronúncia e recorreu. Se ele não tivesse recorrido, teria sido julgado. Então como alegar excesso de prazo numa demora provocada pela defesa e não pelo Poder Judiciário ou pelo Ministério Público? Isso revolta a comunidade e mais ainda o Ministério Público que é o representante, a voz da comunidade e se sente indignado com uma situação dessa”. 

JULGAMENTO À REVELIA

O promotor chega a temer pela fuga de Edimar. “Quando esse cidadão vai ser preso, vai ser julgado? Agora vai ser apreciado o recurso do Tribunal, mantida a pronúncia e ele deverá ser julgado, mas quem garante que ele será encontrado? O Edimar fugiu. Ele precisou ser perseguido pela polícia para ser preso e responder ao processo”. 

Foram sete dias de diligências contínuas, sendo que no dia da prisão, a equipe do delegado Marcus Vinícius saiu de Conquista às três da madrugada e voltou à meia-noite, após rodar 832km.

Todo esforço da polícia foi ignorado com a soltura do acusado. O promotor reclama: “E a esse que e negava a responder pelo crime que cometeu, se dá a liberdade de forma gratuita. Ele já mostrou que não tem interesse em responder pelos crimes que cometeu e em ser julgado. Se tivesse ele teria se apresentado, mas, não. Ele fugiu. Quem garante que ele não vai fugir novamente? Ele foi o mentor, por motivo fútil, torpe.”

A frieza de Edimar foi também citada pelo promotor. “Ceifa duas vidas, mostrando que não tem o menor respeito pela integridade, pela sociedade, pela vida humana e o Tribunal concede a esse cidadão. Ele pode ser julgado, inclusive, à revelia, sem a presença dele. Mas ele tem que ser preso para cumprir a pena que lhe seja imposta”, concluiu.

RELEMBRE O CASO

De acordo com a polícia, o crime teria sido motivado por vingança após as vítimas, que eram colegas do pastor suspeito, terem saído da igreja dele depois de um desentendimento para fundar uma nova e levado a maioria dos fiéis.

“O crime foi motivado por vingança, após as vítimas terem fundado outra igreja. O pastor foi o mandante e também executor”, afirmou o delegado Marcus Vinícius, titular da 10ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Vitória da Conquista).

Marcilene Oliveira Sampaio também era professora do curso de letras da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). Segundo a instituição de ensino, ela também já atuou como diretora do Departamento de Ciências Humanas e Tecnológicas (DCHT) do Campus XX da Universidade, em Brumado.





O marido da professora morta, Carlos Eduardo de Souza, que, assim como a companheira, também é pastor, era outro alvo dos criminosos, mas conseguiu escapar do carro em que estava quando sequestrado pelos suspeitos depois de provocar um acidente.

A professora Marcilene Oliveira Sampaio, o marido e a prima, Ana Cristina, tinham acabado de sair da igreja, na noite de terça-feira (19), e estavam a caminho do sítio onde moram quando o carro em que estavam apresentou um defeito na estrada que liga ao município de Barra do Choça.

Carlos Eduardo disse à polícia que desceu do veículo e abriu o capô para verificar o que tinha acontecido quando foi abordado por três homens que chegaram em outro carro. Entre os suspeitos estava o pastor apontado como mandante do crime.

Segundo a polícia, a intenção dos criminosos era matar toda a família no sítio em que as vítimas residiam. A suspeita é de que Marcilene e os parentes já estavam sendo seguidos desde o momento em que deixaram a igreja.

Conforme a polícia, ao perceberem as vítimas paradas na estrada, os suspeitos decidiram agir. Carlos Eduardo foi colocado dentro carro dos suspeitos e seguiu pela estrada com um dos criminosos. O outro suspeito e o pastor ficaram ao lado da professora e da prima dela às margens da rodovia. As duas mulheres foram mortas em seguida a pedradas.

De acordo com a polícia, o marido de Marcilene, que estava no banco de passageiro sob a mira de um revólver, foi agredido várias vezes ao longo do trajeto pelo suspeito. No entanto, ao perceber que iria ser morto, Carlos se jogou na direção do veículo, que acabou colidindo em outro que trafegava pela rodovia. Carlos conseguiu abrir a porta e escapar pelo mato. Em seguida, acionou a polícia.

Um dos suspeitos, Fabio de Jesus Santos, 34 anos, foi preso por policiais militares minutos depois do acidente provocado por Carlos. Segundo a polícia, Fábio confessou participação na ação, mas disse apenas ter dirigido o carro.

Segundo a polícia, o suspeito também apontou quem seriam os demais comparsas: Adriano Silva dos Santos, de 36 anos, e o pastor de prenome Edmar. Adriano, que teria matado Marcilene e a prima dela com Edmar, foi preso na manhã desta quarta, confessou participação no crime e apontou o pastor como mandante.
Conheça o perfil de Edimar, o “canela de fogo”

Um homem de elevada periculosidade, com histórico de violência extrema e que, contra si, possui duas acusações de ser o mentor intelectual de dois homicídios que abalaram o País, está livre para voltar a delinquir. Tudo isso com o aval do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Bahia), que lhe concedeu liberdade, contrariando até mesmo uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). (VEJA ABAIXO)

Estamos falando do auto proclamado pastor Edimar da Silva Brito, que em companhia dos comparsas Fábio de Jesus Santos e Adriano Silva dos Santos ceifaram as vidas da pastora Marcilene Sampaio, e a prima dela, Ana Cristina Santos Sampaio, em 19 de janeiro do ano passado, em Vitória da Conquista. As duas mulheres foram emboscadas e mortas a pedradas.

Mas, qual o risco que ele pode oferecer agora?

Somente quem conhece a vida pregressa de Edimar pode responder com segurança. “Ele pode ameaçar testemunhas, intimidar familiares das vítimas, lançar seus seguidores contra a opinião pública e até tentar saber que serão os jurados, caso seja levado a julgamento. Esse que dizia ser ‘canela-de-fogo’ é muito, mas muito perigoso”, garante um ex-membro da igreja dele.

N.R.: “Canela-de-fogo”. Essa expressão quer dizer que alguém é cheio do Espírito Santo, e que os dons dele se manifesta no crente.

Pela motivação do crime, logo se entende a razão de tanto temor. O crime teria sido motivado por vingança, após a pastora ter abandonado a igreja dele, depois de um desentendimento, para fundar uma nova e levado a maioria dos fiéis. A intenção dos criminosos era matar toda a família no sítio em que as vítimas residiam.

Para arquitetar o plano diabólico, os três escolheram como “escritório” da quadrilha uma mesa de bar no bairro Guarani, na noite de terça-feira, mesmo dia do crime. Todos beberam, segundo o dono do estabelecimento. Uma cena, aparentemente normal.
Só que ele não sabia que ali estavam “evangélicos” acertando os detalhes finais de um crime brutal de repercussão nacional. Na mesa, o “pastor”, Edimar Silva Brito, então com 37 anos, o “pastor” Fábio de Jesus Santos, 34, e o amigo e vigilante ilegal, Adriano Silva dos Santos, de 36 anos.

Crime planejado após uma bebedeira entre a quadrilha, numa mesa de bar

O trio tinha a missão de “dar um susto” no casal de pastores desafetos, Carlos Eduardo de Souza, 50, e Marcilene Oliveira Sampaio Souza. Mas a vingança, originada no fato de o casal ter rompido com a igreja de Edimar, há mais de cinco anos, e constituído outra congregação, foi muito mais além, atingindo a prima de Marcilene, Ana Cristina Santos Sampaio, 36.

“Edimar disse que tinha mudado de ideia e ia matar as duas para não deixar testemunhas”, revelou Adriano, que trabalhava armado como vigilante sem ter licença para porte de arma. As duas mulheres foram emboscadas e mortas a pedradas. 

Crime foi por vingança: pastor criminoso teria “perdido” 80% dos fiéis para a igreja das vítimas

O pastor Carlos Eduardo, apesar de brutalmente espancado, conseguiu fugir. Mas, quais os outros motivos – além do rompimento e divisão da igreja – que levaram Edimar a orquestrar tamanha brutalidade? Ana Cristina, prima da pastora, era casada, mãe de dois filhos e vivia em São Paulo, vindo para a Bahia visitar familiares e participar de um casamento. Marcilene e Carlos Eduardo não tinham filhos.

Dívida

Em 2010, quando a economia de Vitória da Conquista já se destacava na Estado, com o setor de serviços em plena expansão, o pastor Edimar liderava mais de 200 fieis e via sua igreja caminhar a passos rápidos. A cada final de culto, os fieis deixavam mais de R$ 6.500 nos cofres da igreja. “Era dinheiro de oferta, dízimos e outras arrecadações. Tudo era contado com o acompanhamento do pastor”, revelou um dissidente da igreja. Três reuniões por semana, 12 cultos por mês e R$ 78.000 em caixa. A conta era simples.

Descontadas as despesas permanentes, restavam ainda R$ 72.000 para a igreja. “Os pastores Eduardo e Marcilene eram auxiliares do pastor Edimar, mas eles passaram a discordar das posturas, principalmente denúncias de adultério dele (Edimar)”, revelou um fiel, sob anonimato.

O passado adúltero de Edimar, em Itapetinga, sua cidade-natal, sempre conspirou contra ele. “Era comum flagrar o pastor Edimar com as irmãs de igreja mais jovens e até com uma pastora. Não era segredo para ninguém o envolvimento dele com as mulheres”, revela um ex-vizinho, residente no Bairro Morumbi, em Itapetinga.

As brigas entre o pastor e o casal chegaram ao limite. Em todas, o binômio “adultério-dinheiro” ditava o rumo das discussões – geralmente agressivas por parte de Edimar. Mas Edimar não prosperou somente por conta dos seus esforços. Houve um tempo de vacas magras na igreja dele. E quem foi a ‘salvação’?

O casal vítima do crime, de quem Edimar recebeu emprestado R$ 3.000, segundo conta Wagner de Oliveira, 35, ex-membro da Igreja “Profetizando Vida”, criada por Marcilene e Carlos Eduardo, após deixar a igreja de Edimar.

Calote

Só que o tempo passava e Edimar não pagava. O pastor Carlos Eduardo resolveu cobrar o dinheiro, mas não teve sucesso. Começava aí a primeira ruptura, agravada quando Edimar quebrou o para-brisa do carro de Carlos Eduardo. “Aos poucos, a máscara dele foi caindo, principalmente quando começou a mexer com mulheres casadas”, emenda Wagner. “Todo mundo foi vendo quem Edimar era de verdade”. As pessoas foram saindo [da igreja dele].

O casal resolveu abrir outra congregação e muita gente resolveu acompanhar. E a igreja foi prosperando”, declarou ao jornal “Correio”. Wagner diz acreditar que o pastor foragido premeditou o crime. “Pouco tempo atrás, Edimar sentou em um trailer e comentou ‘esse ministério dela tá pra acabar’. O pessoal achou que ele tava (sic) falando que ia falir, algo assim. Mas, talvez ele já tava premeditando o crime”, avalia.

Com o ódio incrustado no coração há cinco anos, e nesse mesmo período pregando a palavra de Deus e promovendo palestras, Edimar finalmente convenceu Fábio a se juntar ao vigilante e finalizar seu plano diabólico.

“Eu só fiquei no carro de Edimar, segurando o pastor Eduardo. Não participei das mortes”, defende-se Fábio, um declarado apaixonado por motos possantes e carros. “Edimar nos falou que só queria dar um susto”. Se dizendo arrependido, mas assumindo a cumplicidade, arrematou: “Agora é pagar as consequências”.

O vigilante Adriano, por sua vez, acompanhou Edimar com as mulheres rendidas, sob a mira de um revólver, até o matagal. “O revólver é meu. Comprei de um caminhoneiro”, assumiu. A arma só foi usada para subjugar as vítimas. Não houve disparo. Ele e o vigilante estão presos. Edimar fugiu. Só seria alcançado após um imenso esforço da equipe do delgado Marcus Vinícius.

Foram sete dias de diligências contínuas, sendo que no dia da prisão, a equipe do então coordenador da 10ª Coordenaria de Polícia do Interior,  delegado Marcus Vinicius Morais de Oliveira, saiu de Conquista às três da madrugada e voltou à meia-noite, após rodar 832 km.

O trio de criminosos foi preso, mas somente Adriano foi levado a júri e condenado a 30 anos de prisão. Fábio, que também é auto intitulado pastor, continua atrás das grades, mas Edimar – o líder da quadrilha de homicidas – goza de liberdade desde a tarde dessa terça-feira, 20. A soltura dele contraria a Súmula 21, do STJ, que diz que “pronunciado o réu não se alega excesso de prazo”.

O promotor do caso, José Junseira, parece não acreditar no “pacote de bondades” do TJ-Bahia. “Eu estava em férias, retornei dia 19, e fui surpreendido. Fiquei indignado com a notícia de que o Edimar havia sido posto em liberdade por ordem do Tribunal de Justiça, não daqui da Vara do Júri de Vitória da Conquista.”

“Vejam os senhores que o autor de dois crimes bárbaros, duas vítimas barbaramente violentadas, torturadas, assassinadas e o mentor do caso, autor intelectual, a peça-chave, hoje está posto em liberdade”.

“Notem que o caso aconteceu há menos de dois anos, em 19 de janeiro de 2016, a denúncia foi oferecida em 12 de fevereiro de 2016, a audiência de instrução no mês de março e em agosto do ano passado os três foram pronunciados”, enfatiza Junseira
“Nós fomos surpreendidos com essa notícia. Se ele não tivesse recorrido, teria sido julgado. Então como alegar excesso de prazo numa demora provocada pela defesa e não pelo Poder Judiciário ou pelo Ministério Público? Isso revolta a comunidade e mais ainda o Ministério Público que é o representante, a voz da comunidade e se sente indignado com uma situação dessa”. 
O promotor chega a temer pela fuga de Edimar. “Quando esse cidadão vai ser preso, vai ser julgado? Agora vai ser apreciado o recurso do Tribunal, mantida a pronúncia e ele deverá ser julgado, mas quem garante que ele será encontrado? O Edimar fugiu. Ele precisou ser perseguido pela polícia para ser preso e responder ao processo”. 
A diligente polícia não se desanima e já está pronta para uma nova caçada ao bandido. O TJ-Bahia deu o sinal.