Jussara Novaes (Sudoeste Digital) – Na contramão da racionalidade, o presidente do sindicato dos rodoviários, Álvaro Souza, caminha a passos largos e trôpegos rumo ao abismo. Nesse caminho sem volta ele não quer se acabar sozinho. Pretende levar consigo sua diretoria e alguns rodoviários, órfãos da combalida Viação Vitória.
Com o fim da contribuição sindical obrigatória, que resulta em enormes perda de receita para bancar a farra com o dinheiro suado do trabalhador, Álvaro recebeu mais um duro golpe esta semana.
A interdição de 74 ônibus da Vitória, seguida da pronta ação da Cidade Verde em assumir as linhas falidas, com o anúncio da absorção da mão-de-obra dos rodoviários daquela empresa, não estava nos planos dele.
Desesperado com a queda, fingindo e importar com os rodoviários, o inconsequente contra-ataque foi imediato. Primeiro resolveu atacar a imprensa, alegando que os jornalistas e radialistas só estavam preocupados com os usuários do transporte público (como se isso não fosse motivo para se preocupar). A categoria, desconfiada, se afastou dele.
Com motivos, obviamente. Não se esquecerem do abandono quando a Viação Vitória descumpriu um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), bateu o pé firme e não pagou salários atrasados, nem tickets alimentação.
Não fosse a arrecadação de alimentos, vaquinhas e doações, os rodoviários da Vitória passariam necessidade – muito embora muitos ainda estejam em situação delicada.
Agora, mesmo com a certeza de que os rodoviários não ficarão desamparados, visto que a Cidade Verde, após assumir as linhas abandonadas pelas sucatas da Vitória e “abraçou a categoria”, Álvaro volta a atacar a imprensa e faz birra de menino mimado, dizendo que não quer uma empresa que sempre cumpriu suas obrigações trabalhistas.
Quem não quer mais acreditar no sindicato são os próprios diretores, que começam a renunciar aos cargos da base e os rodoviários, que já articulam eles mesmo ir em busca dos seus direitos, sem atravessadores.
Aos poucos a insatisfação ganha corpo, vozes ecoam pelos quatro cantos da garagem, no terminal, nas rodas de bate-papo, nos grupos de whatsapp. Será o triste fim de um sindicato que mais se assemelha a uma sucursal da Viação Vitória.
Perguntas que surgem, respostas que não vem: É papel de um sindicalista demonstrar tantos vínculos com empresários de ônibus a ponto de dizer que possui o poder sobre qual a empresa deva entrar ou não na cidade? Como explicar?
Não seria a população que depende do transporte público?
Estaria Álvaro falando por alguém?
Como explicar um presidente de sindicato com uma categoria dependendo de donativos e dizer que não aceita a Viação Cidade Verde que paga em dia?
Qual é a verdadeira prioridade de Álvaro?
Resolver as questões da categoria ou de algum político ou empresário ?
Álvaro do Sintravc está falando por quem?
Quem estaria por trás dele?
A – A Viação Vitória ?
B – Algum empresário de seu interesse?
C – É papel de sindicalista definir os rumos de um serviço essencial?;
D – Álvaro tem solução para as rescisões dos funcionários da Viação Vitória ?
E – Álvaro tem solução para os salários atrasados de mais de 500 funcionários?
F – Por quanto tempo mais os funcionários e seus familiares suportarão ficar sem os seus salários?
Por fim, a pergunta de um milhão de reais:
POR QUE ÁLVARO NÃO QUER A CIDADE VERDE?
O Que a Viação Vitória faz pelo Álvaro que a cidade Verde não faz?
Álvaro teria mais facilidade de atingir seus objetivos com uma empresa irregular ?
E a opinião pública quanto aos serviços prestados pela Viação Cidade Verde?
Terá que se curvar aos interesses desse sindicalista ?
E a opinião pública quando aos desserviço da Vitória?
Terão que aceitar porque Álvaro morre de amores por ela?
E o prefeito Herzem Gusmão?
Terá que se curvar diante dos caprichos de um mero sindicalista que não controla nem o seu sindicato ?
Se o prefeito ceder a Álvaro, o que irá sugerir para a sociedade conquistense que depende do transporte público ?
Esta resistência declarada e velada de Álvaro teria conexão com o processo judicial que ataca a Viação Cidade Verde ?
Algo muito estranho ocorre dentro do sindicato dos rodoviários e dos interesses deste. O sindicato tem mais de R$1 milhão a receber da Viação Vitória e isto não incomoda ao Álvaro. Por que?
Toda a diretoria do sindicato vem pedindo exoneração Qual a razão ?
O Ministério Público deve recomendar investigação, o que pode caber até à Polícia Federal, até porque agora ficou público as ações e intenções dele em manipular pessoas e famílias sofridas, que são os funcionários da Viação Vitória.
A lógica de qualquer sindicalista sério seria conduzir seus associados (motoristas e cobradores) a receber seus salários e ter segurança de emprego.
Que motoristas, cobradores, autoridades e passageiros estejam atentos às essas manobras.
Antes que as respostas venham, e estamos aguardando isso, cabe uma pergunta a Álvaro: “A TUA MENTE, ATUA OU MENTE?“
* Jussara Novaes é jornalista