DESEMPREGO | Prefeitura se cala sobre saída de rede de supermercados; medida pode gerar demissão em massa

Imagem: Sudoeste Digital

A rede de supermercados Carrefour, uma das maiores do Brasil, anunciou o fechamento das lojas hipermercado da Bahia, inclusive a loja em Conquista. Apesar de ser uma empresa privada, o empreendimento goza de isenções fiscais e, por isso, deveria ao menos dar satisfação ao município, mas até então não se manifestou e nem recebeu manifestação da Prefeitura.

Na esteira da omissão, especialmente sobre o destino dos colaboradores, o cenário afeta fornecedores, promotores e terceirizados, totalizando a estimativa de 4 mil postos de trabalho que serão perdidos em todo o estado. A estimativa é feita pelo Sindicato dos trabalhadores de Supermercados (SintraSuper).

Dentre os funcionários que serão desligados com a ação, cerca de 600 atuam nas lojas localizadas na Avenida ACM, Avenida Reitor Miguel Calmon e no bairro de São Cristóvão, em Salvador. A rede atuava há um ano na capital baiana assim como em Conquista.

“O sonho de milhares de baianos, de trabalhar em uma das maiores empresas de supermercados do mundo, virou pesadelo. Decidir fechar as lojas em pleno final de ano foi um ‘presente de grego’ para a categoria e a Bahia”, disse Rosa de Souza, presidente do SintraSuper.

Cenário

O Carrefour anunciou a aquisição do Grupo BIG (antigo Walmart) por R$ 7,5 bilhões, em março de 2021, com o foco na expansão da presença da empresa nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. No entanto, em 26 de dezembro de 2023, a empresa surpreendeu ao divulgar o encerramento de operações em grande parte das lojas na Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A rede tem presença em todo o território nacional, com mais de 40 lojas de diferentes formatos de varejo, Cash&Carry e Clube de Compras. O vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS), avalia que o grupo não apresenta risco financeiro ou de mercado que justifique a decisão fechamento de unidades na Bahia, em especial na capital.

“O balanço da empresa não apresenta prejuízos. Pelo contrário, apresenta lucros. O fechamento dessas lojas prejudica, sobretudo, os trabalhadores”, destacou Augusto.

Protesto

O SintraSuper, que tem recebido apoio de outras entidades sindicais, a exemplo do Sindicato dos Comerciários de Salvador, chegou a fazer protesto contra o fechamento dos supermercados no estado, com alerta para o impacto em Salvador. O ato foi realizado no último dia 11, durante o cortejo da Festa do Bonfim, que saiu da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Comércio, até a Colina Sagrada, no bairro do Bonfim.

O fechamento está previsto para o dia 31 de janeiro de 2024. Segundo informações não oficializadas, as lojas Sam’s Club devem continuar operando.

O Carrefour também anunciou fechamento da loja em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, alegando que outras unidades do grupo já suprem a necessidade dos consumidores locais.

“Conforme divulgado em 28 de novembro, o Grupo Carrefour Brasil está em processo de revisão do seu portfólio como forma de otimizar a rede de lojas de seu ecossistema. Neste sentido, algumas lojas serão convertidas para outros formatos e também estão previstos alguns fechamentos pontuais. […] Reafirmamos o compromisso da rede com o estado da Bahia, uma praça de extrema importância para nossos negócios, e que continuará contando com a presença do Grupo Carrefour Brasil com mais 40 lojas de diferentes formatos de Varejo, Cash&Carry e Clube de Compras”, disse o grupo, em nota. A Prefeitura ainda não se manifestou.


COMPARTILHAR