CONQUISTA | Mesmo vedada para essa finalidade, UPA já fez até internações

Com a saúde pública estrangulada, agravada pela síndrome gripal e procura elevada por atendimento, a única Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Vitória da Conquista não tem suportado a demanda e, segundo a própria direção – em entrevista à TV Cabrália nesta terça-feira, 4, chegou a admitir até internamento de pacientes. São cerca de 450 pacientes/dia e quase 200 com síndrome gripal nesse mesmo período.

Teria sido em torno de 15 pessoas, contrariando a finalidade da UPA, que é uma espécie de posto de saúde responsável por concentrar os atendimentos de saúde de média complexidade, daí ser vedado internamento de paciente. O desvio de finalidade por ser alvo de sindicância, a despeito de a saúde estar em primeiro plano.

A isso se soma superlotação, demora no atendimento e falta de estrutura física e profissional. Funcionários e usuários concordam em uma coisa: A superlotação e a demora no atendimento se devem à falta de médico em várias Unidades Básicas de Saúde da cidade, o que acaba direcionando o fluxo de pacientes totalmente para a unidade.

Com o aumento de casos de gripe, a procura por atendimento médico se intensifica e, consequentemente, pessoas ficam  aglomeradas e aumentam o risco de contágio. Em entrevista ao Blog do Anderson, nessa segunda-feira, 3, o diretor do Complexo Hospitalar de Vitória da Conquista (Hospital Geral de Vitória da Conquista e a Unidade de Pronto Atendimento – UPA24h), Geovani Moreno Santos Junior, reconheceu as carências.

“A demanda é excessiva. A equipe já ultrapassou os seus próprios limites. Não é descaso da UPA. É uma demanda excessiva para uma única UPA. Vitória da Conquista precisa dos investimentos na atenção básica e também de outra unidade de Pronto Atendimento”, comentou.

“Nos últimos dias têm chegado a quase 500 atendimentos. Em torno de 450 pacientes dia e quase 200 com Síndrome Gripal”, continuou. A sugestão de Geovani Moreno passada a secretaria municipal de Saúde, Ramona Cerqueira Pereira, poderá minimizar a situação. “Demos a sugestão de abertura de um gripário pra atendimento desses pacientes extras. Ela disse que iria estudar a situação”, completou.

Em resumo, a UPA integra uma rede organizada em conjunto com a atenção básica e a atenção hospitalar, atualmente em colapso em Conquista.

A UPA também possui o objetivo de diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos de menor complexidade sejam encaminhados diretamente para as unidades hospitalares, além de ampliar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).


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