ARTIGO | As contradições da esquerda (Padre Carlos)*

As pessoas que consideram que o ano para os políticos, só começa depois do fim do carnaval, não tem noção para os problemas que a esquerda brasileira vem enfrentando desde os primeiros dias deste ano que se inicia.

Como prevíamos, o trabalho do presidente Lula tem sido desde que saiu da prisão, construir um discurso que possa mobilizar as massas para o enfrentamento com o projeto de extrema-direita antinacional e ultraliberal, que vem passando um trator nos direitos sociais e dilapidando o patrimônio nacional.

Não podemos negar que já faz algum tempo que estamos enfrentando dentro e fora do partido uma divergência em relação à tática a ser empregada na luta contra as forças fascistas que chegaram ao poder.

Há uma contradição entre a política apresentada por uma parte da esquerda que cria uma abertura a outras forças inclusive de direita que participaram do golpe de Estado de 2016 e que defendem a mesma política neoliberal do governo de Jair Bolsonaro.

Nesse pacto cabem todos os que se opõem ao que representa o bolsonarismo e seu regressivismo político e ideológico, mas não econômico.

Essa Frente, de resistência política, ideológica e objetiva (materializando-se na ação), deverá avançar para a recuperação de espaços perdidos, a partir de uma plataforma política alternativa e progressista. A Frente é, portanto, uma plataforma liberal, abrindo assim perspectivas política para que em determinados estados possa apresentar-se como tal.

Não podemos negar que parte dos governadores petistas no Nordeste são favorável a este projeto. Um exemplo claro, foi a reforma da previdência. Não que ela não fosse necessária, mas a forma como foi conduzida e implantada. 

Esta reforma contraria toda a linha política do partido e além de contrariar tudo que o PT defende, seus dirigentes foram omissos e se calaram diante do que estava acontecendo.

O trabalho de Lula neste momento é tentar harmonizar o partido para poder sair fortalecido na busca de uma unidade pelas esquerdas, criando assim, um canal de diálogo com o campo progressista.

Desta forma, ao analisar as contradições da esquerda brasileira, chamamos a atenção do leitor, para que possa acompanhar de perto estas divergências interna dentro do partido e no campo da esquerda de um modo geral. Sendo assim, podemos constatar que serão muitos os problemas que iremos enfrentar dentro e fora do partido na construção desta sonhada unidade do campo progressista.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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