VIZINHOS | Conheça as cidades do Norte de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) – A Região Norte de Minas é formada por 89 municípios, onde vivem cerca de 1,8 (um milhão e oitocentos mil) mineiros, divididos em 7 microrregiões, com sede nas cidades de Januária, Janaúba, Salinas, Pirapora, Bocaiuva, Grão Mogol e Montes Claros.

Região que, ao longo das duas últimas décadas vem se desenvolvendo muito, tanto na industrialização, no turismo, no artesanato, cultura, educação, na saúde, na ampliação do comércio, prestação de serviços e qualidade de vida oferecidas aos seus moradores, bem como na energia solar. (na foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc, vista parcial de Montes Claros MG)

O Governo de Minas Gerais irá construir 4 usinas solares no Estado, em parceria com a multinacional espanhola Solatio.  O parque de energia solar será instalado em Arinos no Noroeste do Estado e em Janaúba, no Norte de Minas, com capacidade de produção de 1.300 MWP. Serão as duas maiores usinas do mundo. Além dessas, mais duas serão construídas em  Várzea da Palma, no Norte de Minas que irão gerar 650 MWP.
A previsão é para conclusão do parque de energia solar em 2023, o que fará de Minas Gerais, o maior produtor mundial desse tipo de energia. Serão beneficiados na região cerca de 1,2 milhão de pessoas, e ainda gerará empregos e renda. Outras usinas solares serão construídas em parceria com a iniciativa privada em outras regiões de Minas Gerais
O Norte de Minas se destaca também na agropecuária, principalmente na pecuária leiteira, na produção de mel de aroeira, na indústria extrativista, no cultivo de eucalipto. A região é destaque na produção de frutas em Minas Gerais, com sua produção abastecendo o mercado mineiro, de várias outros estados e ainda, exportadas para vários países.
Projetos como o Pirapora Vale do Gorutuba e Jaíba, tem extensas áreas plantadas, com cultivo de grandes variedades de frutas, como uvas em Pirapora e bananas em Jaíba, além da região ser uma das grandes produtoras de mandioca e abóbora. (na foto acima de Sérgio Mourão, a charmosa cidade de São Romão, com cerca de 13 mil habitantes, fundada em 23 de outubro de 1668, uma das primeiras de Minas Gerais.
Indústrias de pequeno, médio e grande porte, como a Nestlé, Rima, Petrobrás, Novo Nordisk, mineradoras e outras empresas de segmentos diversos, vem se instalando no norte mineiro, gerando renda, empregos e desenvolvimento à região. (na foto acima de Sérgio Mourão, a charmosa cidade de Lassance, com cerca de 7 mil habitantes, destaque no Brasil, por ter sido nesta cidade, que o cientistas Carlos Chagas, descobriu o protozoário causador da doença que passou a ter o seu nome, Doença de Chagas). 

A cultura e artesanato do Norte de Minas é apreciada e valorizada em todo o Brasil, além de ser famosa no mundo. Os artesão fazem suas criações com os materiais da própria região como fibras vegetais, madeira, como as carrancas (como na foto acima do Manoel Freitas), criaturas em formatos assustadores, para, segundo a crença dos pescadores, afastar os maus espíritos.

Outro material da região de grande importância para a identidade do artesanato local é a argila, que dá vida a uma infinidade de peças artesanais, como filtros, potes, moringas, copos, jarras, vasos, panelas, pratos, etc., como na foto abaixo dos trabalhos da artesã Cláudia Miranda, de Ferreirópolis, distrito de Salinas MG.

Além do artesanato tem o folclore, manifestado de acordo com as origens, tradições e formação de cada município expressadas como por exemplo na Festa do Pequi e do Biscoito de Japonvar, dos Catopês em Montes Claros, das tradicionais Folias de Reis em Cônego Marinho, Miravânia, Chapada Gaúcha, Itacarambi e Bonito de Minas, além das Congadas, festas juninas, o Boi de Reis de Januária, dentre outros eventos. Tem ainda as  famosas lendas que povoam o imaginário popular desde os tempos antigos, principalmente as famosas lendas contadas pelos povos ribeirinhos ao Rio São Francisco, como em Manga, Januária, Pirapora e São Francisco.

Além de sua riqueza cultural e folclórica, a culinária é um dos grandes destaques do Norte de Minas.

Os pratos típicos da culinária mineira estão presentes, mas a culinária norte mineira tem seus pratos próprios, feitos à base dos peixes do Rio São Francisco, do feijão de Andu (como na foto acima, fotografado pelo Manoel Freitas em Botumirim) da carne seca, onde se destaca Mirabela, considerada a Capital da Carne Seca no Brasil e principalmente, dos pratos feitos à base dos frutos do Cerrado, como pequi com arroz, frango com pequi, licores, doces, etc., além da mandioca e seus derivados, como a farinha, muito consumida na região.

Sem contar também como os derivados da cana-de-açúcar, como a rapadura e a cachaça, como a de Salinas e Brejo do Amparo, distrito de Januária. Da região sai a melhor cachaça do mundo.

Além de sua culinária, seu artesanato e cultura, a região é repleta de belezas naturais impressionantes, com formações rochosas, matas nativas, parques ambientais e rios. Além do Rio São Francisco, o Rio do Peixe em Botumirim (na foto acima de Manoel Freitas), se destaca por suas praias fluviais de areias branquíssimas, água cristalina e formações rochosas impressionantes.

Em toda região, encontra-se cachoeiras, riachos, córregos, montanhas, serras, cordilheiras, penhascos, praias fluviais, como em Pirapora e Januária, São Romão, Janaúba, por exemplos, além de grutas e cavernas, como as do Vale do Peruaçu, entre Januária e Itacambira.

O Vale do Peruaçu, abriga mais de 140 cavernas, mais de 80 sítios arqueológicos e pinturas rupestres, que evidenciam a presença humana há cerca de 12 mil anos atrás. São cavernas com belezas e formações rochosas, trabalhadas pela natureza há milhões de anos, que simplesmente impressiona! (como na foto acima do Manoel Freitas) 

Além do Rio São Francisco e Rio do Peixe, destaque na Região do Norte de Minas o Rio Peruaçu, Rio Gorutuba, Rio Carinhanha, Rio Viamão, Rio Verde Grande, o Rio Pandeiros com um belíssimo balneário em Januária, o Rio Catolé, (na foto acima do Marcelo Santos) em Bonito de Minas com suas belas quedas d´água, dentre outros rios, barragens, lagoas e nascentes por todo o norte-mineiro.
Uma dos mais atraentes destaques do turismo no Norte de Minas é o Barco a vapor Benjamim Guimarães (na foto acima de Sérgio Mourão).  É o único vapor movido a lenha em atividade no mundo. Durantes décadas foi o meio de transporte daa população ribeirinha. A embarcação saia do porto de Pirapora até a Bahia, navegando nas águas do Velho Chico. Hoje, o barco está em reformas e voltará à ativa, com previsão para ser em meados de 2021, mas apenas para passeios turísticos, entre Pirapora e Barra do Guaicuí.
Conheça as 7 microrregiões do Norte de Minas
01 – A microrregião de Januária

Januária (na foto acima do Ricardo Fernandes) está a 630 km de Belo Horizonte e conta com cerca de 70 mil habitantes, tendo a terceira maior população do Norte de Minas e a 54º no Estado. A cidade tem como marco de sua fundação o dia 7 de outubro de 1860, guardando em sua arquitetura e história, construções do período colonial do século XIX, e eclético e neoclássico do século XX. É um município que oferece boa estrutura urbana e educacional a seus moradores, sendo atualmente, um importante polo educacional do Norte de Minas, tendo na cidades campus do IFNMG, Unimontes, Unopar, Unip, FUNAM e Ceiva.

Sua economia gira em torno de pequenas indústrias, um comércio variado, prestação de serviços, artesanato, no turismo e na agropecuária, destacando no município, seu distrito, Brejo do Amparo. Foi fundado no final do século XVII, considerado o berço do Norte de Minas e uma das primeiras povoações do Estado.
Em Brejo do Amparo está a segunda igreja erguida em Minas Gerais, dedicada a Nossa Senhora do Rosário. O templo foi erguido pelos Jesuítas em 1688. É nesse distrito que sai a melhor cachaça de Januária, onde estão seus principais alambiques, além da Gruta dos Anjos, um dos atrativos do de Januária, junto com o Rio São Francisco e o balneário do Rio Pandeiros.

Além de Januária, a microrregião é formada ainda pelos municípios de Itacarambi (na foto acima do Sérgio Mourão), Bonito de Minas, Chapada Gaúcha, Cônego Marinho, Icaraí de Minas, Itacarambi, Juvenília, Manga, Matias Cardoso, Miravânia, Montalvânia, Pedras de Maria da Cruz, Pintópolis, São Francisco, São João das Missões e Urucuia.

02 – A microrregião de Janaúba

Janaúba (na foto acima do Sérgio Mourão), distante 540 km da capital, tem cerca de 72 mil habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa da região. Tem na agricultura, pecuária, comércio e atividades de prestação de serviços, além do artesanato na produção de produtos caseiros, suas atividades econômicas principais.

Está em construção no município pelo Governo de Minas e a espanhola Solatio, uma usina solar, com previsão de inauguração para 2023. Será uma das maiores do mundo. O Rio Gorutuba é um dos pontos de turismo do município, bem como o Balneário Bico da Pedra, a Avenida do Comércio, o Mercado Municipal, O Parque de Exposições, belas praças, a Catedral do Sagrado Coração de Jesus, a Estação Ferroviária e pontes ferroviárias sobre o Rio Gorutuba, dentre outras várias opções de lazer, turismo e cultura no município.
Além de Janaúba, a microrregião é formada ainda pelos municípios de Catuji, Espinosa, Gameleiras, Jaíba, Mamonas, Monte Verde, Monte Azul, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Porteirinha, Riacho dos Machados, Serranópolis de Minas.
03 – A microrregião de Salinas
Salinas, distante 640 km de Belo Horizonte, conta atualmente com cerca de 42 mil habitantes. Se destaca no Brasil pela qualidade de sua cachaça, por seu requeijão, carne de sol, agropecuária e artesanato em argila, feito no distrito de Ferreirópolis, além de suas jazidas minerais. A cidade preserva ainda suas tradições religiosas e folclóricas, sendo destaque na região, a Festa Junina, promovida na cidade. É em Salinas que está o Museu da Cachaça, bem como é na cidade que é realizado anualmente, em junho, o Festival Mundial da Cachaça. (fotografia acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
Além de Salinas, a microrregião é formada pelos municípios de Águas Vermelhas, Berizal, Curral de Dentro, Divisa Alegre, Fruta de Leite, Indaiabira, Montezuma, Ninheira, Novo Horizonte, Rio Pardo de Minas, Rubelita, Santa Cruz de Salinas, Santo Antônio do Retiro, São João do Paraíso, Taiobeiras e Vargem do Rio Pardo.

04 – A microrregião de Pirapora

Pirapora (na foto acima do Sérgio Mourão, o Rio São Francisco e  a ponte Marechal Hermes) conta hoje com cerca de 57 mil habitantes e está a 340 km de Belo Horizonte. É uma das mais a importantes cidades mineiras, destacando-se no turismo, artesanato, agricultura, no cultivo de uvas, principalmente, no comércio, indústria e prestação de serviços.O Parque Industrial de Pirapora é o segundo maior pólo industrial do norte de Minas Gerais, com destaque por suas indústrias de ferro-silício, silício metálico, ferro-ligas, ligas de alumínio e tecidos, que são os principais produtos exportados pelo município. Pirapora é atualmente o 33ª maior exportador do Estado.

No turismo se destaca por ser o começo do trecho navegável do Rio São Francisco e ainda pelo Barco a Vapor Benjamim Guimarães, a Ponte Marechal Hermes, seu artesanato, pelas praias fluviais, cachoeiras e belezas naturais variadas, além de sua culinária, com peixes do Rio São Francisco, com frutos do Cerrado e seus vinhos, já que o município é um dos grandes produtores de uvas.

Além de Pirapora, a microrregião é formada pelos municípios de Buritizeiro, Ibiaí, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Lassance, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Romão e Várzea da Palma. (na foto acima de Sérgio Mourão, os tradicionais orelhões da cidade, em forma de peixes e outros animais)

05 – A microrregião de Bocaiuva

Bocaiuva, (na foto acima de @heidrones) tem sua origem no século XIX, tendo sido fundado em 14 de julho de 1888. Está distante 369 km de Belo Horizonte é a sexta cidade mais populosa do Norte de Minas, contando hoje com cerca de 51 mil habitantes. O município possui atualmente uma das melhores estruturas urbanas da região, se destacando por seu comércio variado, na agricultura e pecuária, prestação de serviços, dentre outros.

Em 20 de maio de 1947, ganhou as manchetes do mundo inteiro, quando recebeu uma expedição composta por renomados  pesquisadores e cientistas renomados na época, como o engenheiro e físico estadunidense Lyman James Briggs, o astrônomo belgo-americano George Van Biesbroeck, responsável por confirmar a Teoria da Relatividade, em 1952. Vieram para observar um eclipse do sol. Segundo os cientistas, Bocaiuva é o melhor lugar do mundo para observar esse fenômeno. Diversas outras expedições internacionais, já estiveram na cidade, para fazer observações e coletar dados para estudos desse fenômeno.
Além de Bocaiuva, a microrregião é formada pelos municípios de Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Guariciama e Olhos D´Água.

06 – A microrregião de Grão Mogol

Sua origem data de 1840, no século XIX. É uma cidade histórica mineira, cujo patrimônio arquitetônico de seu Centro Histórico, foi tombado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (o CONEP), em 2016. Uma parte de seu casario é no tradicional estilo barroco colonial, em pau-a-pique e em sua maioria, em pedra sobre pedra, tradição na região. Suas construções em pedras, diferenciam Grão Mogol das demais cidades históricas mineiras. Destaque para a Matriz de Santo Antônio e a Igreja do Rosário, bem como suas ruas, calçadas em pedras no Centro histórico. A cidade lembra uma vila medieval (como podem perceber na foto acima do Alan Chaves)

Grão Mogol conta hoje com cerca de 17 mil habitantes e está distante 556 km de Belo Horizonte. (foto acima do Manoel. Freitas, a Matriz de Santo Antônio) Além do seu grande potencial turístico, graças a sua história, arquitetura e boa estrutura urbana, está ainda ainda aos pés da Cordilheira do Espinhaço, chama atenção sua rica flora nativa, com algumas espécies únicas, em especial, o Discocactus horstii, espécie de cactus, somente encontrada em Grão Mogol.

Suas cachoeiras e paisagens são incríveis, além de ser uma região em desenvolvimento, graças a instalação no município do lago e Usina Hidrelétrica de Irapé, grande alavanca para o desenvolvimento regional, bem como a mineração, atividade que vem se desenvolvendo no município.

Além de Grão Mogol, a microrregião é formada pelos municípios de Itacambira (na foto acima do Sérgio Mourão) Botumirim, Cristália, Grão Mogol, Josenópolis e Padre Carvalho.

07 – A microrregião de Montes Claros

Montes Claros (na foto acima do Márcio Pereira/@dronemoc) conta hoje com cerca de 415 mil habitantes. É o 6º município mais populoso do Estado e está a 422 km de Belo Horizonte. Sua origem é do final do século XVIII, tendo sido emancipada em 3 de julho de 1857. A cidade ainda guarda relíquias da período colonial, em construções no seu Centro Histórico. (na foto abaixo do Sérgio Mourão, a Casa da Cultura de Montes Claros)

É a maior cidade do Norte de Minas, se destacando há tempos na região e Estado por seu desenvolvimento comercial e industrial. A cidade é dotada de ótima estrutura urbana. A cidade tem ligações com outros centros urbanos por ferrovias, rodovias e aeroporto e ampla rede hoteleira e gastronômica.

Conta ainda com ótimas opções de turismo e lazer em sua área rural, com rios e paisagens nativas do Cerrado, uma boa infraestrutura urbana para a prática de esportes, lazer e cultura. São destaque na cultura, esportes e lazer dos montes-clarenses os Parques Municipais Milton Prates (na foto acima do Sérgio Mourão), Guimarães Rosa e Sapucaia, além de suas charmosas construções coloniais do século XIX e eclética do século XX, se destacando em suas construções a Catedral de Nossa Senhora Aparecida.

Além de Montes Claros, a microrregião é formada pelos municípios de Coração de Jesus (na foto acima do Bezete Leite) Brasília de Minas, Campo Azul, Capitão Enéas, Claro dos Poções, Coração de Jesus, Francisco Sá, Glaucilândia, Ibiracatu, Japonvar, Juramento, Lontra, Luislândia, Mirabela, Patis, Ponto Chique, São João da Lagoa, São João da Ponte, São João do Pacuí, Ubaí, Varzelândia e Verdelândia. | conteúdo postado por CONHEÇA MINAS.


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