VÍDEORREPORTAGEM – Em campanha salarial, servidores municipais protestam em frente a Prefeitura de Conquista

Um ato público em protesto contra atraso de salários e ausência de reajuste salarial reuniu centena de servidores municipais em frente ao prédio da Prefeitura de Conquista, a 509 km de Salvador, na manhã desta quarta-feira (11). Em nota a Prefeitura disse estar em negociação e que não há atraso de salários.

Também em campanha salarial, os profissionais em educação, liderados pelo SIMMP, sindicato da categoria, ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores para pedir apoio e informar aos parlamentares e ao público os rumos das negociações e os próximos passos.

Nessa terça-feira (10) eles realizaram assembleia para discutir os rumos da Campanha Salarial 2018, cujas negociações com a Prefeitura permanecem sem avanço desde março deste ano. Com isso, profissionais da educação, agentes comunitários de saúde, agentes de combate as endemias e demais funcionários públicos não descartam uma greve geral nos próximos dias.

Diante do impasse com o governo municipal, que insiste em oferecer 2,7% de reajuste – e com os servidores sustentando que o percentual está abaixo do repasse do Fundeb, de 6,81%, a greve em julho é quase certa, o que irá prejudicar o ano letivo de mais de 41 mil alunos do ensino médio e crianças em creches.
Uma decisão sobre a greve geral pode sair da próxima assembleia, quarta-feira, dia 18. “É válido ressaltar que o valor está muito abaixo do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é de 6,81% para 2018, e que já ocorreu desde janeiro”, responde o sindicato.

A categoria abrange cerca de 1.700 profissionais em educação que trabalham em 184 escolas municipais e 28 creches em Conquista. Em entrevista, a presidente do SIMMP, Ana Cristina Novais, afirmou que, um repasse salarial abaixo do valor que é proposto e garantido através do Fundeb é uma tentativa de quebra da tabela do profissional da educação.

          

“Essa recomposição de 2,7% não atende a categoria, sendo um desmonte de carreira do profissional da educação. Nós reivindicamos o repasse do Fundeb mais o ganho real, principalmente porque nossa tabela não atende mais às expectativas de formação da categoria, composta por apenas dois níveis”, enfatizou a presidente.

FAIXAS E CARTAZES

Ostentando cartazes com dizeres cobrando promessas de campanha e conquistas que vem se perdendo ao longo dos meses, os grupos se revezaram no uso de microfone de carros de som para denunciar as “péssimas condições de trabalho”, além da indiferença da Prefeitura de Conquista que, segundo uma das faixas exibidas, “paga um dos salários mais baixos da Bahia”.

Além do SIMMP, os protestos reuniram servidores ligados ao Sinserv e Sindacs (Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate as Endemias da Bahia). A presidente do Sindacs, Rita Suzana França Silva, também reclamou da falta de avanço na última rodada de negociações. “O Governo nos ofereceu 2,76% de reajuste salarial e 5% de vale-alimentação”.

A diretoria do Sinserv, sindicato dos servidores, também afirmou que a categoria não aceitou a proposta da Prefeitura. O diretor sindical, José Marcos Amaral, falou à reportagem do Sudoeste Digital.
          
Em entrevista ao Blog do Anderson, o secretário municipal de Administração, Jonas Sala Souza, disse que o governo expôs as suas condições que se remete a uma cautela. “Passamos para os professores todas as nossas possibilidades, dissemos do que podemos fazer”, destacou Sala, que falou do atual cenário econômico vivenciado no Brasil que, segundo ele, se agravou com a redução do PIB (Produto Interno Bruto) e a greve dos caminhoneiros.


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