VIAÇÃO ROSA | Histórico negativo da empresa preocupa conquistenses

Frota de ônibus é reduzida após ônibus sumirem de empresa na Bahia (Foto: Imagem/ Tv Subé)
Assim como aconteceu com a Viação Vitória, que abriu falência em setembro de 2018, e deixou 517 famílias de funcionários desamparadas, desaparecendo de Vitória da Conquista com sua frota, os usuários conquistenses temem que o mesmo ocorra com os veículos a empresa Rosa, contratada pela Prefeitura para operar cinco linhas do lote 1.
Ônibus da empresa Rosa sumiram após impasse na Justiça (Foto: Reprodução/TV Subaé)

O histórico negativo dessa empresa justifica a apreensão, especialmente entre rodoviários que, segundo anunciou a empresa,devem ser contratados para compor a mão-de-obra.

Em 27 de janeiro de 2017, na calada da noite, os responsáveis pela empresa Rosa foram até a garagem sumiram com 51 ônibus que integravam o transporte público de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador. DEU NO G1

A manobra foi para burlar a empresa Mercedes-Benz, fabricante dos ônibus, que obteve autorização judicial para a retomada de 51 veículos da empresa Rosa, por causa de dívidas com financiamento, conforme decisão da 29ª vara cível do foro central da comarca de São Paulo.

Três dias após o sumiço, 35 ônibus foram achados em uma fazenda na cidade de Serrinha, região de Feira de Santana, enquanto os outros 16 estavam em diversos pontos do município onde a empresa Rosa operava.

Justiça determina apreensão de 42 ônibus em garagens de Sorocaba e Tatuí

Motivo seria processo de dívida; a empresa Rosa diz que negocia e não confirmou a retirada de veículos

Motoristas e cobradores ficaram parados por quatro dias porque não havia veículos suficientes para trabalhar. O Sudoeste Digital tentou entrar em contato com a empresa Rosa, mas não conseguiu contato.

Os rodoviário abandonados pela Viação Vitória não escondem o temor. “Depois que que aconteceu com a Viação Vitória, estamos vacinados em relação a essa nova empresa que vai chegar para Conquista”, sustentou um rodoviário. “Se tentarem nos enganar mais uma vez, entraremos com uma ação coletiva contra o município, que é o garantidor do contrato temporário”, emendou.

Dois anos depois a empresa sai das sombras e senta acampamento em Vitória da Conquista, em profunda crise no transporte público. Ignorando a vida pregressa da empresa Rosa, a Prefeitura aposta suas fichas e celebra contrato de dois meses, que deveria ter início no último dia 1º de junho.

A empresa Rosa vai receber R$ 505.480,25 mensalmente, totalizando R$ 1.010.960,50. Com a Novo Horizonte, que assumiu as cinco linhas, com sete veículos, foram dois contratos, de R$ 810 mil e R$ 781.709,10, perfazendo R$ 1.591.709,10. Com a Rosa a Prefeitura contratou oito ônibus e dois micro-ônibus.

Reincidente

Assim como em  Feira e Santana, em setembro do ano passado, a mão da Justiça também alcançou a empresa Rosa, desta vez em Sorocaba e Tatuí, interior de São Paulo. Por determinação judicial, as garagens da empresa foram vistoriadas  por oficiais com mandados de busca e apreensão de 42 ônibus, em decorrência de uma ação movida desde 2016 pelo Banco Mercedes-Benz do Brasil S/A.

Conforme as informações do processo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em 16 de dezembro de 2016, quando a ação foi distribuída, o valor da dívida era de R$ 23,3 milhões. Também foi apurado pela reportagem que dos 42 ônibus com ação de busca e apreensão, 29 são urbanos e 13 rodoviários, fabricados entre 1993 e 2007.

Operação adiada

Em entrevista ao Blog de Giorlando Lima , o secretário de Mobilidade Urbana, Jackson Yoshiura, justificou o adiamento da operação da empresa Rosa, alegando que “o município ainda não está preparado para a operação, já que logo que os novos carros (que não são carros novos) começarem a rodar os passageiros voltarão a pagar passagem”.

Ele explicou que o contrato com a Novo Horizonte valerá por mais 15 dias, mas os carros da Rosa podem assumir antes disso. A prefeitura alugou oito ônibus e dois micro-ônibus da empresa de Sinop, Mato Grosso, no valor de R$ 1.591.709,10, incluindo aluguel e quilômetro rodado, por um período de dois meses.

De acordo com o secretário, na mesma entrevista, o contrato só começa a valer quando for dada a ordem de serviço. O contrato determina que Viação Rosa colocará os ônibus à disposição da prefeitura, com motorista e cobrador. A orientação do prefeito é que a empresa contrate pessoal que ficou sem emprego desde a saída da Viação Vitória e os que serão demitidos pela Cidade Verde assim que ela for dispensada do lote 1, que está atendendo emergencialmente.

De acordo com Jackson Yoshiura, o município retomará o lote 1 nos próximos dias, mas não há data definida. “Na próxima semana começamos nas cinco linhas, já estamos nos estruturando para operar as demais”, explicou.

Como vai acontecer com as cinco linhas que a prefeitura assume até o dia 15, as demais que fazem parte do lote 1, originalmente atendido pela Viação Vitória desde a licitação e que hoje estão com a Cidade Verde, de forma emergencial, serão operadas diretamente pela Semob, com veículos alugados da Viação Rosa. A empresa fornecerá os veículos, com pessoal, a prefeitura fará a gestão, cobrando passagem normalmente.

Yoshiura diz que não será possível cobrir os custos das cinco linhas com a cobrança de passagem, mas os estudos confirmam que nas demais linhas o faturamento deve superar os custos do aluguel dos carros. Os recursos obtidos com as passagens, segundo ele, “irão para uma conta específica, tudo com o controle da Associação da Empresas de Transportes Urbanos de Vitória da Conquista (ATUV), que está sob intervenção municipal”.

Sobre a licitação para contratação da empresa que assumirá o lote 1 de forma definitiva, o secretário Jackson Yoshiura falou que o processo será iniciado logo depois que a prefeitura receber o estudo que foi encomendado à Fundação Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).


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