Vanzeiros bloqueiam dois pontos da Rio-Bahia em protesto contra Prefeitura de Conquista

Um grupo de motoristas de vans, sob o comando da Atravic, Associação do Transporte Alternativo de Vitória da Conquista , ateou fogo em pneus e bloqueou dois pontos da BR-116 (Rio-Bahia), nos trechos que cortam o bairro Lagoa das Flores e nas imediações do Atacadão, em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador. 


Segundo o presidente da Associação, João Paulo Cordeiro, o protesto, que começou nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, 27, é contra a proposta de edital do prefeito Herzem Gusmão (MDB). 

A Prefeitura propõe regulamentar o transporte alternativo por meio de licitação, contemplando 160 vans, sendo que 80 das quais ficarão em regime de reserva. 
Os vanzeiros protestam e dizem que o modelo irá destruir o sistema de transporte alternativo, que atualmente funciona com mais de 200 vans ligadas à associação.


Pelo menos o dobro em caráter clandestino, cooptando passageiros que geralmente utilizam o sistema de transporte regular, feito por duas empreas de ônibus. O prefeito declarou nessa quinta-feira, 26, que a licitação está mantido e que será publicada dia 2 de maio.


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local para ordenar o trânsito na rodovia e tentar desobstruir os pontos interditados. Filas de veículos que trafegam pela BR-116 são vistas nos dois sentidos. Os motoristas impedidos de seguir viagem se dividem entre apoiar a manifestação dos vanzeiros e criticar a interrupção, que alegam ter horário de chegada no destino.


Em entrevista, o presidente da Atravic declarou que os vanzeiros irão continuar o protesto no decorrer do dia, em diversos pontos na cidade de Conquista. “O prefeito pode ter a palavra dele, mas não vamos falar mais em palavra, porque ele prometeu uma coisa para a categoria e está fazendo outra”, disparou, numa alusão à promessas de campanha, em 2016.


“Que ele não mude de ideia, mas que a população conquistense entenda quem é o prefeito de Vitória da Conquista hoje aí”, alfinetou, informando que após conversar com a federal (PRF) marcar reunião com os vanzeiros e manifestar em outro ponto da cidade. 


“Hoje é o dia de protesto, amanhã, domingo, segunda e, quarta-feira, último dia da licitação, é praticamente o fim do transporte alternativo de Conquista e onde iremos trabalhar em protesto, o restante da vida, em cima da carreira política do prefeito”, finalizou, em entrevista ao repórter Ricardo Gordo.


PARALISAÇÃO


Na manhã de ontem (quinta-feira), os vanzeiros realizaram um protesto, também contra a proposta da Prefeitura em abrir licitação para 160 vans, sendo que 80 das quais ficariam em reserva. “Isso é destruir o transporte alternativo”, queixam os vanzeiros, que cobram mais linhas para atender a mais de 200 veículos.

A licitação deve ser publicada em 2 de maio próximo, conforme anunciou o prefeito Herzem Gusmão (MDB), mas os vanzeiros discordam dos moldes do processo. “Será a destruição da classe”, bradam.

Em entrevista durante a inauguração de um shopping na cidade, Gusmão foi enfático em afirmar que o poder público não vai voltar atrás com relação ao edital de licitação do transporte alternativo. 

“Conversei, conversei, conversei com eles. Dialoguei, dialoguei, dialoguei. recebi na Prefeitura várias vezes. Há poucos dias eu estava saindo de uma emissora de rádio , inclusive no meio da rua. Saí de uma entrevista na rádio e fui abordado por eles na porta. Uma comissão e eu atendi no meio da rua. Conversamos quase dez minutos, mas o edital não vamos mudar. Ele baliza o processo licitatório que vai acontecer dia 2″.
Em meio à queda de braço, a população se manifestou sobre o dia de protesto. “Pra mim não houve diferença com van ou sem van. Cheguei do mesmo jeito que sempre chego ao trabalho, usando meu cartão de acesso aos ônibus”, garantiu a vendedora Gercilaine Sampaio, moradora do conjunto Urbis V. 
 “Se houvesse disciplina e orientação, todos ficariam satisfeitos, mas da forma que está é só bagunça, com vans disputando corrida pra ver quem chega primeiro ao ponto”, completou o estudante Gustavo Santos, morador do bairro Cidade Maravilhosa. “A Prefeitura tem que manter a posição firme, senão vai ficar pior”.

Os ônibus circularam normalmente, cumprindo roteiros nos itinerários estabelecidos pelo sistema de transporte público. As vans, por sua vez, permaneceram paradas. 

Somente no final da manhã, por volta das 11h30 é que um grupo de motoristas, filiados à Associação do Transporte Alternativo da cidade (ATRAVIC), saiu desfilando pelas ruas centrais da cidade e protestando com buzinaço em frente à sede da Prefeitura.
Em nota pública distribuída essa quarta-feira, a associação reclama da falta de diálogo entre associados e Prefeitura. “Não foi traçado um diálogo (da prefeitura) com a categoria. Sendo assim, (foi) feito um decreto e um edital que destrói com os profissionais que aí estão dando esse aporte no transporte da cidade”.

Dados extraoficiais apontam que o serviço conta com mais de 200 vans ligadas a associações, além do dobro de vans clandestinas e cerca de 800 carros de passeio que se valem da brecha para invadir itinerários de ônibus em busca de passageiros.


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