Os atletas baianos fizeram bonito na Olimpíada de Tóquio, com cinco medalhas de ouro e uma de prata conquistadas. Para quem já ficou com saudade, agora começa a Paralimpíada no Japão, e há boa expectativa de pódio para os representantes do estado.
Representando a região Sudoeste está o itapetinguense Renê Pereira. Em 2006, ele foi diagnosticado com abscesso epidural (acúmulo de pus no canal vertebral), o que causou uma compressão da medula e, por consequência, a perda dos movimentos das pernas. Seis anos depois, começou a praticar o remo e iniciou uma carreira cheia de conquistas.
Entre elas, prata na etapa da Copa do Mundo de 2019 em Roterdã (Holanda) e ouro no Mundial de Remo Indoor em Boston (EUA), em 2017. Ele compete na categoria single scull masculino (PR1M1x), que tem o barco formado por remadores que possuem somente mobilidade de ombros e braços.
Renê foi vice-campeão na etapa da Copa do Mundo de 2019 em Roterdã |
Além de Renê, ao todo, são nove competidores nascidos na Bahia nos Jogos. Três deles estão no futebol de 5, modalidade disputada por atletas com deficiência visual – exceto os goleiros – e que tem o Brasil como único campeão paralímpico. Desde que o esporte entrou no evento, em Atenas-2004, somente o país conquistou o ouro.
Um dos principais nomes da seleção é Jefinho, de 31 anos. Eleito o melhor jogador do mundo em 2010, o baiano de Candeias perdeu totalmente a visão aos 7 anos, devido a um glaucoma. Passou pela natação e pelo atletismo até se descobrir no futebol de 5. Em Tóquio, buscará, além do penta brasileiro, sua quarta medalha dourada – ele já foi campeão em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.
Jefinho foi eleito o melhor jogador do mundo em 2010 |
Nessa missão, Jefinho estará acompanhado dos conterrâneos Cássio Reis e Gledson Barros. O primeiro também subiu ao pódio nas duas últimas edições do evento. O jogador, nascido em Ituberá, perdeu a visão aos 14 anos por causa de um deslocamento de retina seguido de catarata.
Cássio é bicampeão paralímpico |
Já Gledson, o Guegueu, foi campeão em Londres-2012, sua única Paralimpíada até aqui. Soteropolitano, ele teve uma atrofia no nervo óptico que o fez perder a visão aos 6 anos.
Gledson conquistou o ouro no futebol de 5 em Londres-2012 No atletismo, a Bahia está representada por quatro mulheres. Entre elas, Edneusa Dorta, primeira medalhista paralímpica brasileira em maratonas. O feito foi conquistado nos Jogos do Rio-2016, na estreia da atleta pela seleção brasileira, aos 40 anos. Em 2019, a soteropolitana foi vice-campeã no Mundial de Londres e mira um novo pódio em Tóquio, aos 45 anos. Edneusa disputa na classe T12, para deficientes visuais. Ela possui baixa visão desde o nascimento, decorrente de uma rubéola que a mãe adquiriu durante a gravidez. Além da maratona, está inscrita na prova dos 1.500m.
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