TRANSPORTE PÚBLICO (EDITORIAL) – Tragédia seria inevitável, alertou vereador em 2017

O ano era 2017, em plenário, dia 6 de novembro, foi apresentado pelo vereador Professor Cori (PT), um requerimento: “Nos termos regimentais, requeiro à Mesa nos termos regimentais vigente (…) que seja solicitado ao senhor Herzem Gusmão, prefeito, providências judiciais, no sentido de penhora dos bens da Viação Vitória para garantir o pagamento de dívidas com os funcionários e ex-funcionários da empresa. (…)”

Enquanto ele lutava para evitar ou minimizar a falência social e econômica dos 517 funcionários da Viação Vitória, estranhamente o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Álvaro Souza, ignorava o apelo do edil, bem como os sinais de que a própria empresa passava, prestes à iminente falência. Sem contar, ainda, com o histórico comportamental da família que controlava as empresa Serrana e Viação Vitória.

” (…) LHES DAREI O CÉU (…) “

Álvaro seguiu seu rito alienante, promovendo assembleias e mais assembleias e uma espécie de “evangelização”, com orientações em grupos de whatsapp voltadas aos funcionários da empresa, sempre os estimulando a seguirem adiante, trabalhando.

Ele sempre passava uma mensagem de confiança, de que estava negociando, ora com esse ou aquele representante da Viação Vitória ou com alguém do governo municipal.

Na derradeira da trágica hora, o representante dos rodoviários passou a prometer, em saltitante contagem regressiva dez, cinco, três, uma empresa de ônibus que viria do além para resgatar a todos.

Os sinais e atitudes do sindicalista revelavam-se cada vez mais desconexas, estranhas, fora de lógica, porém sua persuasão manteve os 517 funcionários em marcha.E assim foi… E eles os seguiram.

Mais estranhos foram as promessas e desejos do sindicalista, já que não é prerrogativa de alguém nessa posição definir qual empresa deva operar uma concessão pública. Atribuição exclusiva da liturgia de concessões que envolvem os poderes executivo, legislativo e, em alguns casos, do judiciário. 

Para levar a efeito as enganações aos sofridos funcionários da Viação Vitória (“solução final”*), Álvaro estranhamente impediu que os funcionários com três meses sem salários, sem FGTS e qualquer direito trabalhista garantido – a exemplo das  rescisões – fossem acolhidos pela Viação Cidade Verde. Outra vez, insanamente, ele atropelou a lógica dos fatos levando à derrocada quem ele deveria proteger.

N.R.: *Solução final ou solução final da questão judaica (do alemão Endlösung der Judenfrage) refere-se ao plano nazista de remover a população judia de todos os territórios ocupados pela Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial e transportá-los para o leste.

Leia a íntegra do documento apresentado pelo vereador Cori.


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