O médico Flávio Freitas, 52, passeava de barco em Capitólio (MG) em março de 2012 quando uma enorme fenda em um cânion chamou sua atenção.
“Ela me chamou a atenção pelo tamanho, extensão. Eu tirei uma foto e comentei: ‘essa pedra vai cair'”, lembra ele, que fez um post em sua conta do Facebook na ocasião.
Quando passaram a circular os vídeos sobre o acidente na cidade mineira neste sábado (8), mostrando um cânion caindo sobre lanchas de turistas, Freitas não teve dúvidas.
“Reconheci que era o mesmo local onde eu tinha tirado a foto”, diz ele.
O episódio deixou ao menos sete mortos, informou o Corpo de Bombeiros do estado. Há ainda três pessoas consideradas desaparecidas.
Freitas afirma conhecer bem a região e que aquele local é muito procurado pelos turistas. A única diferença é em relação aos ângulos dos vídeos e à altura da água, que na época era maior.
Para ele, não era preciso ser geólogo para reconhecer o problema. “Com certeza, era uma falha geológica que tinha o risco de queda iminente. Passaram quase dez anos para que acontecesse”, diz.
Assim que notou que também havia feito um post com o assunto, ele tornou a foto pública em seu álbum do Facebook. A imagem, então, viralizou.
Na noite de domingo, a imagem tinha 59 mil compartilhamentos.
” Demorou… Mas um dia cumpriu seu destino. Uma pena que foi na hora errada para algumas pessoas”, escreveu uma pessoa no post. ” Infelizmente aconteceu, caiu”, disse outro.
ATUALIZADO ÀS 08H00 DESTE DOMINGO, 09
Veja o que se sabe até agora:
- O deslizamento ocorreu por volta das 12h30. Ainda não se sabe o que causou o acidente
- Quatro embarcações foram atingidas, segundo os bombeiros
- Sete pessoas morreram. Ao menos 4 seguem internadas
- Uma equipe de mergulhadores está no local e não há previsão de término das buscas (elas foram suspensas durante a noite e serão retomadas no domingo)
- 27 pessoas foram atendidas e liberadas
- A primeira informação dos bombeiros dava conta de 20 desaparecidos, mas o número foi atualizado para 3
- Bombeiros e Polícia Civil estão no local; a Marinha foi acionada e vai investigar a causa
- Defesa Civil havia emitido um alerta sobre chuvas intensas na região com possibilidade de ‘cabeça d’água’, e Marinha também investiga porque os passeios foram mantidos
Mortes
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou 7 mortes pelo deslizamento.
As vítimas são 3 mulheres e 4 homens, informou o delegado de Capitólio; ninguém foi identificado ainda.
Desaparecidos
O coronel dos bombeiros Edgard Estevo disse, primeiramente, que a estimativa é que 20 pessoas estivessem desaparecidas. Entretanto, em entrevista para a EPTV, afiliada Globo, o tenente Pedro Aihara afirmou que atualmente são três pessoas desaparecidas, e que eles conseguiram contato com as outras vítimas.
Feridos
Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a maioria com ferimentos leves.
Dessas, 27 foram atendidas e liberadas: 23 delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra, a 46 km de Capitólio.
Outras 4 pessoas, ao menos, seguem internadas:
- 2 pessoas com fraturas expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio
- 2 pessoas seguem internadas na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio; a terceira pessoa que estava internada em Passos foi para um hospital particular – por isso, os bombeiros não têm informações sobre o estado de saúde dela.
Ninguém foi identificado até agora. Guarnições de Passos e Piumhi foram deslocadas para a região para prestar atendimento às vítimas.
Devido ao mau tempo, o helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros de Varginha foi acionado para auxiliar no socorro às vítimas do deslizamento de pedras em Capitólio, mas não conseguiu chegar até o local do acidente. Segundo o capitão do Batalhão de Operações Aéreas, João Bosco, o helicóptero decolou de Varginha e precisou pousar em Carmo do Rio Claro.