TALENTO | De fritador de batata frita a compositor de Luan Santana e Matheus & Kauan

Raffa Torres — Foto: Divulgação/Site Oficial
Raffa Torres tem 147 músicas registradas em seu nome no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). Sozinho e com parcerias. Muitas delas já ficaram entre as mais tocadas das rádios.

Requisitado entre sertanejos, o compositor baiano de 28 anos conquistou o quarto lugar no ranking de autores com maior rendimento em rádios no ano passado. Ficou atrás de Bruno Caliman, Junior Angelim e Victor Chaves. O conteúdo é do G1.

São dele músicas como:

“2050” e “Acertou a mão”, com Luan Santana
“Bom Rapaz”, com Fernando & Sorocaba e Jorge & Mateus
“Eu era” e “Tão Feliz”, de Marcos & Belutti
“Ao vivo e a cores”, Matheus & Kauan e Anitta

A facilidade na composição é inversamente proporcional à de verificar se está sendo pago corretamente por elas. “Fico meses sem olhar relatório. Pessoal até pega no meu pé. Não só por causa do ECAD. Eu fico três meses sem olhar conta no banco”, explica.

“Sou do tipo que já deixei de pagar três contas de luz de R$ 30 e fiquei sem luz, porque vieram cortar. E eu tinha dinheiro. Foi há quatro meses, já estava em quarto em arrecadação no Ecad. Mas esqueço.”

             

Raffa lançou neste mês seu primeiro DVD, “Ao Vivo em São Paulo”. Mas bem longe do sertanejo: passeia pelo pop romântico com algo do R&B, a música americana romântica e com toques do blues.

Antes de cantar e compor, sonhava em ser goleiro de futebol quando criança. “Mas não cresci o suficiente, precisava de uns 20 cm a mais”, lamenta.

Passou 20 dias fritando batata frita em uma lanchonete quando deixou Vitória da Conquista, na Bahia, e seguiu para São Paulo. “Queimava muito minha mão e não conseguia tocar violão.”

Também foi primeiro lugar em vendas de planos telefônicos de uma grande empresa por três anos consecutivos batendo de porta em porta. “Pessoal comprava por dó”, recorda.

“Não tenho pressa que as coisas aconteçam, mas quero viver [de música] pra sempre. Quero ser o cantor que as avós ouvem e os jovens ficam zoando.”

Amigo de Luan e Caliman


Raffa Torres — Foto: Divulgação

Bruno Caliman, líder do ranking do Ecad, e Raffa são grandes amigos e parceiros em várias composições. “O Bruno é meu maior ídolo na composição”.
“Às vezes sai uma matéria com o nome só de um, e o outro fica feliz. Não tem obrigação de me citar”, diz Raffa. “Não tem rixa, não tem ciúme”. Mas não existe mesmo competição neste meio?
Outro grande amigo de Raffa é Luan Santana. Além de fotos no Instagram, os dois compartilham fãs: muitas das admiradoras de Luan passaram a acompanhar o trabalho de Raffa.
“Algumas fãs do Luan me viram com ele e algumas me seguiram. Não sei te dizer se é pelo meu trabalho ou se pra saber quando estamos juntos.”
“Nunca fiz música voltada pra outros intérpretes. Eles acabam ouvindo e pedem. Mas nunca consegui fazer música por encomenda. Isso me trava. O melhor jeito de criar é ver uma folha em branco e sem briefing.”
             


Medo de parar de compor?
Na nova caminhada, Raffa não pretende parar de compor, mas tem medo que aconteça com ele o que já aconteceu com outros artistas que eram sucesso na composição e decidiram assumir os microfones.
Maiara e Maraisa, Zé Neto e Cristiano, Marília Mendonça e outros artistas diminuíram – e quase extinguiram – a produção como compositores para se dedicar aos palcos.
“Cantar, um cantor, na hora que dá um violão na mão, ele vai conseguir cantar. Mas compor é só quando Deus quer. Às vezes, fico um mês sem conseguir compor. Aí do nada faço uma em dez minuto.”

Raffa Torres — Foto: Divulgação


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