SUDOESTE | Tribunal do Júri condena homem a 28 anos de prisão por feminicídio em Aracatu

O Tribunal do Júri realizado ontem, dia 28, condenou Edvaldo Nascimento Porto a 28 anos de prisão pelo feminicídio de sua companheira em setembro de 2020 no Município de Aracatu. Conforme a denúncia, Edvaldo Nascimento Porto entrou na residência da vítima a madrugada do dia 26 de setembro de 2020, localizada no bairro de Santa Luzia, em Aracatu, e com emprego de meio cruel, asfixiou a sua companheira Celia Neris de Sousa com o uso de uma corda.

Consta ainda que o relacionamento de ambos era conturbado e marcado por um histórico de violência doméstica, tendo o réu, inclusive, ameaçado a vítima em diversas oportunidades. Eles tiveram um relacionamento por mais de seis anos, moraram juntos e tiveram um filho.

O crime foi praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, em situação de violência doméstica e familiar. O acusado de matar e deixar o corpo da ex-companheira por cerca de três dias ao lado do filho, de 4 anos, foi preso no Estado de São Paulo.

A acusação foi sustentada no Júri pela promotora de Justiça Daniela de Almeida. Na sentença, o juiz Genivaldo Alves Guimarães determinou que o réu cumpra a pena em regime fechado.

RELEMBRE – O corpo de Célia foi encontrado no dia 28 de setembro, já em estado de decomposição. A perícia da polícia apontou que ela já estava morta há pelo menos três dias quando foi achada. A criança tem necessidades especiais e estava sozinha com o corpo da mãe durante esse tempo.

A vítima foi morta por estrangulamento. A polícia disse ainda que o suspeito modificou o local do crime e que tentou forjar uma cena de suicídio, hipótese que já foi descartada.

Os familiares disseram que houve uma discussão entre a vítima e o companheiro no dia do crime, e que ele a ameaçou. A irmã de Célia, Estela Neris de Souza, está cuidando do sobrinho e disse que a criança está traumatizada com a situação. De acordo com ela, o menino acorda no meio da noite aos gritos.

“Eu estou cuidando da criança, que está indo para o médico porque acorda à noite gritando. Vai dando desespero cada vez mais, então eu peço pelo amor de Deus. Minha irmã era uma pessoa esforçada, trabalhadora. Era uma pessoa que cuidava de minha mãe. Minha mãe é apaixonada por ela. Eu quero justiça”, contou Estela.


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