SUDOESTE | Rex, Camarassauro e Triceratops: conheça fábrica baiana que produz esculturas de dinossauros para diversas cidades do Brasil

Na cidade de Jaguaquara, onde moram quase 46 mil pessoas, no sudoeste da Bahia, um estabelecimento comercial inusitado chama a atenção: uma fábrica de dinossauros que produz esculturas e miniaturas realistas que são enviadas para todo o Brasil.

É lá que o baiano Anilson Borges, de 47 anos, se inspira no personagem fictício de histórias infantis Gepetto. Mas ao contrário do pai do Pinóquio, que fazia bonecos de madeiras, ele dá vida a dinossauros gigantes, se apresenta como “paleoartista”, e é dono do ateliê “Criando dinossauros”.

Das esculturas já produzidas por Anilson, a maior foi a de um Camarassauro com 18 metros de comprimento e cerca de 8 metros de altura. A obra da espécie de dinossauro herbívoro e quadrúpede que viveu no período Jurássico, na América do Norte, levou oito meses para ficar pronta. Anilson contou com a ajuda de outro três artistas diariamente para concluir o projeto.

A peça é uma das várias que estão espalhadas por Santa Inês, no Vale do Jequiriçá, vizinha de Jaguaquara, que é conhecida como a “Cidade dos Dinossauros”.

“É uma escultura bem grande, mas já me perguntaram se eu faria uma maior e estou aguardando se a proposta vai se concretizar. Tenho vontade de quebrar esse recorde”, revelou o baiano.

Mesmo com o tempo longo e grande esforço dedicado ao Camassauro, não foi essa a escultura considerada mais difícil por Anilson. Um Anquilossauro, de quase 10 metros de comprimento, exigiu uma riqueza de detalhes maior e foi a que tirou o sono do artista.

A espécie podia chegar até oito metros de comprimento e representa um grupo de dinossauros herbívoros cujos corpos eram cobertos por placas ósseas e espinhos.

“Fazer o Anquilossauro foi mais complicado, porque ele tinha detalhes que eu nunca tinha feito. Tirou meu sono por várias noites, mas o resultado foi satisfatório”, lembrou.

Paixão por dinossauros

O resultado do trabalho do ateliê “Criando dinossauros” é baseado no talento, mas nasceu fruto de paixão e amor pelas criaturas pré-históricas. Tudo começou quando Anilson Borges assistiu o filme “Jurassic Park”, um ano após o lançamento, em 1994.

“A primeira escultura que fiz partiu do filme ‘Jurassic Park’, em 1995. Fiquei encantando e a partir daí comecei a fazer esculturas para mim”, lembrou.

O que é era hobby virou trabalho depois que o baiano foi convidado para fazer a primeira exposição, em 2001, no então Shopping Iguatemi, hoje Shopping da Bahia, localizado em Salvador.

“Foi uma exposição com esculturas bem menores que as que a gente produz atualmente. As pessoas ficaram interessadas, consegui vender duas miniaturas e isso me fez pensar em produzir outras peças para vendas”, contou o artista baiano.

Anilson Gomes produz miniaturas e esculturas de dinossauros — Foto: Arquivo Pessoal
Anilson Gomes produz miniaturas e esculturas de dinossauros — Foto: Arquivo Pessoal

Desde então, a vida de Anilson Borges mudou de vez. Ele criou todas as peças do parque temático da cidade de Santa Inês e expandiu horizontes ao levar as esculturas de dinossauros para:

Resultados de pesquisas

Algumas peças foram produzidas para museus — Foto: Arquivo Pessoal

Algumas peças foram produzidas para museus — Foto: Arquivo Pessoal

Os detalhes realistas que fazem os olhos das crianças brilharem e impressionam os fãs de dinossauros, são resultados de pesquisas feitas por Anilson e quatro funcionários do ateliê.

De acordo com o artista, no início da carreira, as esculturas eram criadas sem preocupações quanto as medidas e proporções. Com o tempo, as peças ganharam mais detalhes e passaram a ser mais profissionais.

“Antes eu assistia os filmes e tentava reproduzir, mas há alguns anos passei a trabalhar de uma forma diferente. Comecei a olhar referências e desenhos científicos, livros que falam sobre paleontologia, tiro dúvidas com amigos paleontólogos, principalmente alguns que gerenciam museus”, explicou.


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