SOS CHUVAS | Moradores isolados esperam doações e recuperação de rodovias

Moradores de comunidades isoladas pelas chuvas nos municípios de Wanderley, Angical, Cotegipe e Tabocas, na região oeste do estado, ainda aguardam o restabelecimento dos acessos por rodovias, além de água potável, alimentos e medicamentos. Informações atualizadas, na sexta-feira, 7, pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), apontam 26.534 desabrigados e 61.551 desalojados no estado. Ao todo, 164 municípios estão com decreto estadual de emergência reconhecido. A Bahia, que soma 26 mortos pelas chuvas desde dezembro de 2021, tem ainda dois desaparecidos e 520 feridos, atingindo 850.325 pessoas.

Na região oeste, existe ainda a preocupação com as chuvas esperadas para este final de semana, segundo previsão do Instituto Climatempo e do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A região engloba os municípios da bacia do Rio Grande, um dos principais tributários do São Francisco.

Apoio

A ajuda está chegando principalmente por barcos e helicóptero com apoio do Batalhão Aéreo da PM do Distrito Federal. Equipes do 17º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, com sede em Barreiras, atenderam nos últimos dias comunidades como Goiabeiras, em Wanderley. Também moradores de Tapera, em Cotegipe, receberam socorro aéreo com o transporte de profissionais de saúde e resgate de uma idosa.

Na região, uma das frentes de mobilização conta com a União dos Municípios do Oeste da Bahia (Umob) e do Consócio Multifinalitário do Oeste da Bahia (Consid). De acordo com a secretária executiva da Umob/Consid, Érika Seixas, “existe um trabalho para buscar uma alternativa de acesso para cerca de 8 mil moradores do distrito de Missão e dos assentamentos da reforma Agrária, em Angical”. Eles estão ilhados desde o final de 2021, assim como outros moradores da região, como de Jupaguá, em Cotegipe, e da Baboseira e Goiabeira, em Wanderley, que também estão isolados. “A melhor resposta tivemos da sociedade civil organizada, com ajuda humanitária”, afirmou Érica Seixas.

No entanto, conforme a presidente da Associação dos Pescadores Artesanais do Rio Grande, Fernanda Henn, “moradores que naturalmente ficam distantes de estradas e povoados, estão sofrendo ainda mais, porque a ajuda ainda não chegou até eles”.

Conforme nota divulgada, na sexta, pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), em diferentes regiões acontecem intervenções para recuperação de rodovias, com restauração de pontes, bueiros e bancas. Na sexta, as principais ações ocorreram na ponte da BA 634, sobre o rio Pardo, entre Itambé e Ribeirão do Largo com a passagem de veículos já normalizada. Ao todo 69 pontos afetados estão sendo monitorados. Com 16 locais que precisam de recuperação, a região oeste tem o maior número vias prejudicadas.

Em outra frente a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) anunciou, na sexta, que vai aplicar R$ 12,4 milhões para restaurar trechos afetados de rodovias em todas as regiões, firmando convênios com consórcios regionais.


COMPARTILHAR