SEM TRANSTORNOS – Transporte público flui normalmente em dia de protesto das vans

Rafael Júnior e Jussara Novaes (Sudoeste Digital) – Enquanto
os vanzeiros realizavam uma manhã de protesto, nesta quainta-feira, 26, recolhendo vans e deixando de
circular pelas vias de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, os ônibus
coletivos atenderam normalmente à demanda da população. 

O protesto dos chamados
alternativos foi contra a proposta da Prefeitura em abrir licitação para 160
vans, sendo que 80 das quais ficariam em reserva. “Isso é destruir o
transporte alternativo”, queixam os vanzeiros, que cobram mais linhas para
atender a mais de 200 veículos.

A licitação deve ser publicada em 2 de maio próximo,
conforme anunciou o prefeito Herzem Gusmão (MDB), mas os vanzeiros discordam
dos moldes do processo. “Será a 
destruição
da classe”, bradam.

Em entrevista durante a
inauguração de um shopping na cidade, Gusmão foi enfático em
afirmar que 
o poder público não vai voltar
atrás com relação ao edital de licitação do transporte alternativo. 

“Conversei, conversei, conversei com eles. Dialoguei, dialoguei,
dialoguei. recebi na Prefeitura várias vezes. Há poucos dias eu estava saindo
de uma emissora de rádio , inclusive no meio da rua. Saí de uma entrevista na
rádio e fui abordado por eles na porta. Uma comissão e eu atendi no meio da
rua. Conversamos quase dez minutos, mas o edital não vamos mudar. Ele baliza o
processo licitatório que vai acontecer dia 2″.
POVO FALA
Em meio à queda de braço, a população se manifestou sobre o dia de
protesto. “Pra mim não houve diferença com van ou sem van. Cheguei do
mesmo jeito que sempre chego ao trabalho, usando meu cartão de acesso aos
ônibus”, garantiu a vendedora Gercilaine Sampaio, moradora do conjunto
Urbis V. 
 “Se houvesse
disciplina e orientação, todos ficariam satisfeitos, mas da forma que está é só
bagunça, com vans disputando corrida pra ver quem chega primeiro ao
ponto”, completou o estudante Gustavo Santos, morador do bairro Cidade
Maravilhosa. “A Prefeitura tem que manter a posição firme, senão vai ficar
pior”.

Os ônibus circularam
normalmente, cumprindo roteiros nos itinerários estabelecidos pelo sistema de
transporte público. As vans, por sua vez, permaneceram paradas. 

Somente no final da
manhã, por volta das 11h30 é que um grupo de motoristas, filiados à 
Associação do Transporte Alternativo da cidade
(ATRAVIC), saiu desfilando pelas ruas centrais da cidade e protestando com
buzinaço em frente à sede da Prefeitura.
Em nota
pública distribuída essa quarta-feira, a associação 
reclama da falta de diálogo entre
associados e Prefeitura. “Não foi traçado um diálogo (da prefeitura) com a
categoria. Sendo assim, (foi) feito um decreto e um edital que destrói com
os profissionais que aí estão dando esse aporte no transporte da cidade”.
Dados extraoficiais apontam que o serviço conta com
mais de 200 vans ligadas a associações, além do dobro de vans clandestinas e
cerca de 800 carros de passeio que se valem da brecha para invadir itinerários
de ônibus em busca de passageiros.


COMPARTILHAR