Conhece alguém que foi diagnosticado com o transtorno de personalidade chamado Borderline? Entenda o que é a doença e como tratar.
O Borderline caracteriza-se por um transtorno de personalidade. Para que se possa diagnosticar um transtorno de personalidade algumas diretrizes, segundo o CID10 – Classificação Internacional de Doenças, devem estar presentes.
Diretrizes diagnósticas do transtorno de personalidade
Atitudes exageradamente desarmônicas envolvendo alguma das seguintes áreas: afetividade, excitabilidade, controle de impulsos, modos de percepção e de pensamento e estilo de relacionamento com os outros.
- O padrão anormal de comportamento é permanente, de longa duração e não limitado a episódios de doença mental.
- O padrão anormal de comportamento é invasivo e claramente mal-adaptativo para uma ampla série de situações pessoais e sociais.
- As manifestações acima sempre aparecem durante a infância ou adolescência e continuam pela idade adulta.
- O transtorno leva à angústia pessoal considerável, mas isso pode se tornar aparente apenas tardiamente em seu curso.
- O transtorno é usual, mas não invariavelmente associado a problemas significativos no desempenho ocupacional e social.
Características
A característica mais marcante, e que dá nome a esse transtorno, é o aspecto limítrofe, ou seja, a pessoa fica “na borda” da lucidez e da insanidade.
Estatísticas afirmam que 2% da população mundial é afetada por esse transtorno, sendo 70% mulheres. Um dado alarmante refere-se à taxa de mortalidade por suicídio que é de 10% dos pacientes.
Alguns especialistas dizem que o borderline é como uma colcha de retalhos de vários sintomas de diversos transtornos.
Sintomas do Borderline
- Sensações conflitantes como: raiva, tristeza, vergonha, pânico, terror e sentimentos crônicos de vazio e solidão.
- Alternam com frequência de um estado para o outro apresentando alteração na cognição.
- Experiências de despersonalização e perda da percepção de realidade.
- Podem ocorrer sintomas psicóticos como episódios de ilusões e alucinações.
- Impulsividade é um traço marcante.
- Comportamento destrutivo como suicídio, automutilação, abuso de drogas, desordens alimentares, participação de orgias, explosões verbais e direção imprudente.
- Geralmente se envolvem em relacionamentos intensos e instáveis, apresentam muito medo de abandono o que os levam a manifestar esforços desesperados para evitar ser deixado sozinho.
- Ora idealiza, ora desvaloriza o outro, o que torna comum que os relacionamentos sejam pontuados por brigas e rompimentos.
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Possíveis causas
Fator genético
Há uma certa tendência ou predisposição, mas não é hereditário.
Fatores ambientais
Eventos muito traumáticos podem desencadear, ou ativar essa predisposição.
Fatores biológicos
O Psiquiatra Larry Siever, professor da universidade Mount Sinai School Of Medicine, defende que essa patologia se associa a baixos níveis de serotonina, o que explicaria os sintomas de instabilidade afetiva e impulsividade, porém não se sabe se isso poderia ser a causa ou consequência desse transtorno.
Tratamento
O tratamento ambulatorial frequentemente ajuda, porém em casos de surtos, talvez, seja necessário intervenção medicamentosa. O importante é estar em acompanhamento médico constantemente e se já houver a prescrição de medicamentos segui-la com precisão.
O tratamento multiprofissional é capaz de oferecer para pessoas com esse transtorno a possibilidade de uma vida plena e feliz.