SAÚDE – Transtorno Borderline: O que é e como tratar

Conhece alguém que foi diagnosticado com o transtorno de personalidade chamado Borderline? Entenda o que é a doença e como tratar.

O Borderline caracteriza-se por um transtorno de personalidade. Para que se possa diagnosticar um transtorno de personalidade algumas diretrizes, segundo o CID10 – Classificação Internacional de Doenças, devem estar presentes.


Diretrizes diagnósticas do transtorno de personalidade


Atitudes exageradamente desarmônicas envolvendo alguma das seguintes áreas: afetividade, excitabilidade, controle de impulsos, modos de percepção e de pensamento e estilo de relacionamento com os outros.

  1. O padrão anormal de comportamento é permanente, de longa duração e não limitado a episódios de doença mental.
  2. O padrão anormal de comportamento é invasivo e claramente mal-adaptativo para uma ampla série de situações pessoais e sociais.
  3. As manifestações acima sempre aparecem durante a infância ou adolescência e continuam pela idade adulta.
  4. O transtorno leva à angústia pessoal considerável, mas isso pode se tornar aparente apenas tardiamente em seu curso.
  5. O transtorno é usual, mas não invariavelmente associado a problemas significativos no desempenho ocupacional e social.

Características


A característica mais marcante, e que dá nome a esse transtorno, é o aspecto limítrofe, ou seja, a pessoa fica “na borda” da lucidez e da insanidade.
Estatísticas afirmam que 2% da população mundial é afetada por esse transtorno, sendo 70% mulheres. Um dado alarmante refere-se à taxa de mortalidade por suicídio que é de 10% dos pacientes.
Alguns especialistas dizem que o borderline é como uma colcha de retalhos de vários sintomas de diversos transtornos.


Sintomas do Borderline

  1. Sensações conflitantes como: raiva, tristeza, vergonha, pânico, terror e sentimentos crônicos de vazio e solidão.
  2. Alternam com frequência de um estado para o outro apresentando alteração na cognição.
  3. Experiências de despersonalização e perda da percepção de realidade.
  4. Podem ocorrer sintomas psicóticos como episódios de ilusões e alucinações.
  5. Impulsividade é um traço marcante.
  6. Comportamento destrutivo como suicídio, automutilação, abuso de drogas, desordens alimentares, participação de orgias, explosões verbais e direção imprudente.
  7. Geralmente se envolvem em relacionamentos intensos e instáveis, apresentam muito medo de abandono o que os levam a manifestar esforços desesperados para evitar ser deixado sozinho.
  8. Ora idealiza, ora desvaloriza o outro, o que torna comum que os relacionamentos sejam pontuados por brigas e rompimentos.
  • Possíveis causas

Fator genético

Há uma certa tendência ou predisposição, mas não é hereditário.


Fatores ambientais

Eventos muito traumáticos podem desencadear, ou ativar essa predisposição.


Fatores biológicos

O Psiquiatra Larry Siever, professor da universidade Mount Sinai School Of Medicine, defende que essa patologia se associa a baixos níveis de serotonina, o que explicaria os sintomas de instabilidade afetiva e impulsividade, porém não se sabe se isso poderia ser a causa ou consequência desse transtorno.


Tratamento

O tratamento ambulatorial frequentemente ajuda, porém em casos de surtos, talvez, seja necessário intervenção medicamentosa. O importante é estar em acompanhamento médico constantemente e se já houver a prescrição de medicamentos segui-la com precisão.
O tratamento multiprofissional é capaz de oferecer para pessoas com esse transtorno a possibilidade de uma vida plena e feliz.

Por Taís Bonilha da Silva


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