SAÚDE EM RISCO – Profissionais ignoram risco de contaminação e andam pelas ruas com jalecos

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Pode parecer absurdo, mas apesar do risco de contaminação, tem sido cada vez mais fácil encontrar médicos e profissionais de saúde com roupas de centro cirúrgico e jalecos em restaurantes e bares próximos a clínicas hospitais de Vitória da Conquista.

Vigilância minimiza


Mas a vigilância sanitária do município e do estado não enxergam um risco assim tão grande. A Secretaria Estadual disse que os profissionais são orientados a não usarem os trajes fora dos hospitais. Já a vigilância do município afirmou que não há nenhuma legislação que proíba a utilização dos jalecos fora do local de trabalho.


A prática infringe uma norma de segurança e saúde do Ministério do Trabalho


A Norma Regulamentadora 32, no inciso 32.2.4.6.2, afirma que “os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais”. No entanto, não é o que fazem muitos profissionais do ramo em Salvador.
A prática também é condenada por infectologistas e pelo Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed

Infectologista alerta: “O risco nunca é zero”

Na opinião do infectologista Adriano Oliveira, a contaminação deve ser, sim, motivo de preocupação. “O risco [de contaminação] nunca é zero. Existe ali um percentual de risco mesmo para quem toma todos os cuidados e providências. Uma pessoa saudável adoecer porque entrou em contato com uma bactéria super-resistente é pequeno.

A possibilidade maior é que, a gente, enquanto vetor, leve essa bactéria para outros pacientes que não são saudáveis e que têm a imunidade baixa”, explica. De acordo com o médico, a regra é clara: “Sem dúvida alguma é bom evitar [a exposição com roupa cirúrgica ou jaleco]. Para o leigo, quando ele vê uma pessoa com roupa de trabalho em lugares abertos, a imagem que ele tem é ruim”, argumentou o infectologista.

Sindimed reafirma recomendação 

Se o assunto ainda divide a classe médica, a situação já é bem definida para o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia, Francisco Magalhães. “Uns acham que não [tem risco de contaminação], mas eu acho [que tem]. Porque é até antipedagógico você usar uma roupa no hospital e se expor fora do local, principalmente quem tem relação com o centro cirúrgico”, argumentou.

Do ponto de vista do paciente, também não há dúvida sobre o uso do traje fora das unidades de saúde. “É um horror. Eles levam bactérias para dentro do hospital e saem. Todo mundo sabe que dentro de hospital circula muita bactéria. Tanto levam quando trazem bactérias”, reclamou uma administradora de clínica.


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