SAÚDE | Cemerf concedeu mais de 2 mil aparelhos auditivos em três anos

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“Quando eu recebi meu aparelho auditivo foi uma bênção de Deus. Eu acho que foi a coisa mais sagrada que eu tenho. Meu aparelho é meu neném. É maravilhoso!”, conta dona Carmen Silva, de 75 anos, paciente do Centro Municipal Especializado em Reabilitação Física e Auditiva (Cemerf) que recebeu do serviço a sua prótese auditiva há pouco mais de um ano.

Assim como dona Carmen, outros pacientes receberam, de 2017 a 2019, 2.292 aparelhos auditivos que foram concedidos pelo Cemerf. Antes disso, o tempo de espera dos pacientes cadastrados na lista para receber o aparelho auditivo era de três de anos, mas, graças ao empenho da gestão, esse tempo de espera foi reduzido para um ano e meio, seguindo todo o processo necessário para o recebimento do benefício.

O paciente que apresenta algum problema auditivo é encaminhado ao Cemerf pela atenção básica ou é acolhido por demanda espontânea com um encaminhamento em mãos. A porta de entrada para o serviço de saúde auditiva é o atendimento de um dos otorrinolaringologistas do serviço que realizam a avaliação dos pacientes que estão com intercorrências relacionadas ao ouvido.

“Pode ser um paciente que tem demanda de aparelho, que vem para retirar o cerume ou está com um zumbido no ouvido, por exemplo. Quando o otorrino entende que é uma demanda de reabilitação auditiva, o paciente é admitido e isso gera um protocolo”, explica Cristinane Cestari, coordenadora do Cemerf.

Assim que o paciente é cadastrado no serviço, é necessário passar por uma série de procedimentos até que ele receba a prótese auditiva. Após a avaliação com o otorrino, é feito o encaminhamento para a assistente social que vai orientá-lo para realizar os exames de audiometria ou imitanciometria, que detectam a perda auditiva, e cadastrá-lo na lista de concessão.

Quando o paciente é chamado para seleção do ASSI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual), mais popularmente chamado de aparelho auditivo, é necessário fazer todos os exames, disponibilizados gratuitamente dentro do serviço, para passar pelo processo de pré molde da orelha, que é totalmente individualizado.

“Temos que fazer todo esse trabalho de avaliação para identificar qual o melhor para ele dentro das possibilidades que nós temos. O paciente é encaminhado para a empresa licitada para fazer os ajustes, refinar o volume, a intensidade de som, e isso requer uma parte mais técnica que deve ser feito pelo terapeuta da empresa. Após realizar todo esse circuito, o paciente recebe o aparelho auditivo que tem garantia, no mínimo, de cinco anos”, ressalta a Cristiane.

Dona Carmen é uma paciente que recebeu prótese bilateral, pois ela perdeu totalmente a audição dos dois ouvidos e conta que isso foi motivo para o seu isolamento social e a baixa autoestima.

“Eu não ia nos cantos porque eu não entendia o que as pessoas falavam e eu gosto muito de sair, ir numa festa, conversar e falar, mas eu tinha me privado disso porque eu tinha vergonha. O médico já tinha me falado, mas a gente fica naquela de pensar que é porque a gente está velho e surdo, mas não é só isso. Mas quando eu recebi o aparelho, foi como se eu tivesse nascido de novo. Minha qualidade de vida mudou de zero pra mil”, conta ela, com um sorriso no rosto.

Atendimento especializado para crianças e adolescentes – Dentro dessa lista de espera, as crianças e adolescentes tem um pouco mais prioridade no recebimento da prótese por conta do período de desenvolvimento escolar e de integração à vida social, para que elas não se sintam isoladas nos seus meios de convivência.

Um dos recursos, de concessão mais restrita, que o Cemerf também oferece para as crianças em idade escolar é o aparelho com sistema FM (frequência modulada), que pode ser acoplado na roupa da professora e é conectado no aparelho da criança.

“Quando a gente adapta uma criança ao aparelho auditivo, ela precisa aprender a ouvir e limitar os barulhos que ela tem. Ele vai ouvir só a voz da professora e não vai ter tanta dispersão na escola, porque ele vai conseguir focar a atenção. Mas não é toda criança que se adapta”, conta a coordenadora.

Além disso, tem o atendimento aos bebês com o teste da orelhinha que é obrigatório para todo o bebê, de preferência nos primeiros de vida que tem uma maior eficácia na detecção precoce de qualquer tipo de perda auditiva. A marcação é bem rápida e fácil, só ligar no 3429-3460 e agendar com um dos fonoaudiólogos do serviço.

O Cemerf fica localizado no Complexo de Saúde (Cemae), na Avenida Olívia Flores, nº 3000, Candeias. | Secom/PMVC


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