Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, 23 mortes já foram confirmadas desde o início do ano até final de outubro; os dois maiores municípios do interior da Bahia lideram o número de ocorrência, sendo Vitória da Conquista, com 780 casos, 528 só na zona rural, seguido de Feira de Santana.A população baiana precisa estar em alerta com aumento do número de casos de adultos e crianças picados por escorpiões no Estado.
Segundo a Secretaria da Saúde da Bahia, desde o início de 2023 até o final do mês de outubro, foram registradas 23 mortes. Os dois maiores municípios do interior lideram este ranking, Vitória da Conquista e Feira de Santana. Em Vitória da Conquista, já são mais de 780 casos registrados, sendo 528 só na zona rural, número que representa mais de 60% das ocorrências.
De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Unime Anhanguera, Kelly Sampaio, a gravidade das picadas de escorpião pode variar, e os sintomas podem incluir dor intensa, inchaço, náusea, vômito, sudorese e, em casos mais graves, acometimentos cardiorrespiratórios. Portanto, é essencial buscar atendimento médico o mais rápido possível.
“As maiores vítimas de morte por picadas de escorpião são crianças com idade inferior a 10 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Por possuírem um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, os pequenos se tornam mais suscetíveis aos efeitos do veneno do aracnídeo. Além disso, normalmente, as crianças podem brincar em locais onde os animais podem se esconder, como embaixo de móveis, caixas e outros objetos”, alerta a especialista.
Para Kelly Sampaio, com a alta dos casos na Bahia, adotar algumas medidas preventivas é essencial. Confira algumas dicas:
Limpeza e organização: Mantenha sua casa e quintal limpos e organizados. Escorpiões se escondem em entulhos, pilhas de madeira, roupas sujas e bagunça.
Vedação: Certifique-se de que portas e janelas tenham telas em boas condições e de que não haja frestas ou buracos por onde escorpiões possam entrar.
Uso de repelentes: Aplique repelentes de escorpiões em áreas onde eles possam se esconder, como rodapés e ralos, além de vedá-los.
Calçados e roupas: Use sapatos e roupas adequadas ao caminhar em áreas onde escorpiões possam estar presentes. Antes de usar qualquer sapato, certifique-se de que ele não seja esconderijo de escorpiões. Afaste do contato com o chão, cobertas e lençóis, pois o mesmo pode subir na cama.
O que fazer caso seja picado:
Procure assistência médica: Leve a vítima imediatamente a um hospital ou posto de saúde. Os médicos podem administrar tratamento específico, como soro antiescorpiônico, se necessário.
Lave a área: Lave a área da picada com água e sabão suavemente.
Mantenha a calma: Mantenha a pessoa calma e imobilize a área afetada, se possível.
Não corte ou sugue a picada: Não tente cortar a área da picada ou sugar o veneno, pois isso pode piorar a situação.
Aplique compressas frias: Aplique compressas frias na área da picada para aliviar a dor e reduzir o inchaço.
Eleve a área afetada: Se a picada for em uma extremidade, eleve-a levemente para ajudar a reduzir o inchaço.Procure assistência médica: Leve a vítima imediatamente a um hospital ou posto de saúde. Os médicos podem administrar tratamento específico, como soro antiescorpiônico, se necessário.Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus:
Escorpião-amarelo (T. serrulatus) – com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano.
Escorpião-marrom (T. bahiensis) – encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – Também apresenta reprodução do tipo partenogenética. É a espécie mais comum no Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – Principal causadora de acidentes e óbitos na região Norte e no Estado de Mato Grosso.