Sabe quem vai pagar a fatura da Viação Vitória?

A Viação Vitória usou e abusou do apoio do prefeito Herzem Gusmão (MDB) e quem vai pagar a conta?

A resposta está aqui: A conta chegou e quem paga são os passageiros e os próprios funcionários da empresa. E tem mais…

Apoiada incondicionalmente pela figura do próprio prefeito, como é sabido por todos, a Viação Vitória deveria ter dado um show de reorganização e  excelência operacional. Não fez!

Muito pelo contrário. O que vimos foi uma aguda acomodação da empresa a ponto de não reagir e sim, retroceder.

O que fez a empresa ?

Praticamente nada. Estagnou, não investiu sequer em peças e acessórios para a sua frota e, sobretudo, sua administração ou a sua desorganização pioraram ainda mais, talvez pela certeza que tivessem que resolveriam tudo na base politicagem.

A soma dos fatos comprovaram que os problemas enfrentados pela Viação Vitória jamais tiveram ligação ou foi reflexo de uma política pública que não apoiasse.

A Viação Vitória ficou “entorpecida” com a proteção do município e assim viveu quase 24 meses cometendo toda sorte de ingerências:

Desperdiçou o tempo do prefeito
Desperdiçou o tempo dos servidores ligados à Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob)
Desperdiçou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
Desperdiçou um significativo aumento de tarifa: 18%;
Desperdiçou o presente que foi a linha D-38 (Alto Maron);
Desperdiçou uma recuperação judicial que a blindava de pagar dívidas e impostos atrasados.

Os mimos ou a super proteção por parte do Poder Público parecem ter levado a administração da empresa à total “dormência” e, neste sentido, a empresa passou a lesionar tudo que tivesse em sua órbita, entre elas a imagem do governo.

Por fim destroçou a imagem do próprio Sindicato dos Rodoviários – Sintravc, que também ingressou no círculo para blindar essa empresa, causando uma debandada em massa de quase toda a sua diretoria sindical. Motivo: ao se opor a super proteção em detrimento aos interesses dos trabalhadores esses ex-diretores eram perseguidos em força conjunta, tanto pelo presidente do Sintravc, quanto pela própria empresa.

A consequência de tudo isso recaiu sobre os milhares de passageiros que dependiam da Viação Vitória, com péssimos serviços prestados e riscos dentro e fora da sua frota. Pior ainda. O salário que no passado atrasava no máximo cinco dias, saltou para meses de inadimplência, a ponto de os funcionários dependerem de donativos.

O que aprendemos com tudo isto?

Que a relação do município com seus concessionários deve ser estritamente profissional, cabendo ao Poder Concedente fiscalizar e orientar incessantemente as empresas. Ao município caberá apenas zelar pelas relações contratuais sempre que tiver que medir estas mesmas relações com as empresas.

Que seja aquilatando não de forma minimalista, política ou pelo seu grau de empatia desta ou aquela empresa, mas sim pelos serviços garantidos àqueles que estão na ponta da linha, lá no fundão do bairro, na madrugada fria ou chuvosa. Medir a empresa pelo respeito que ela demonstra as todas as regras editalícias ou do contrato assinado município e empresa.

Quem sabe aqui esteja a pista para tantos fracassos dentro e fora da Viaçao Vitória. Esta empresa é tida como uma empresa política, flexível, que encanta seus interlocutores. Seu diretor é conhecido como alguém que possui tino para resolver as coisas com uma “boa conversa”, bem articulado, dado a festividades e que nas mídias sociais registram seu estilo de vida intenso e quem sabe até nababesco.

Imperioso reconhecer que não há nada de errado em gozar de boa vida, desde que a vida daqueles que dependem dos nossos esforços não sejam prejudicados, exemplo dos passageiros, funcionários e fornecedores.

Mas a receita mostrou que em transporte público o que prevalece e garante o interesse coletivo é muito trabalho e singular planejamento. Pura e severa administração com e para os interesses públicos. É sabido que a empresa de ônibus é uma servidora pública.

Aprendemos com as influências impostas pela Viação Vitória que esta espécie de “encantamento” que manipulava todos na órbita da empresa ou que a política não é uma espécie de vara mágica que assegure verdadeiros resultados, como se pneus, feixe de molas e janelas  não se soltem com veículos em movimento.

Aprendemos que os salários dos funcionários e investimentos não irão acontecer como em um passe de mágicas e que o que restou foram os cacos e a aprendizagem.

Embora, diga-se de passagem, o município tivesse elementos para se antecipar, bastava ver o que fez Viação Serrana, empresa da mesma família “Vitória”.

Se pesquisarmos na internet veremos o mesmo traço de ação que este grupo ao qual essas empresas pertencem cometeu em outras cidades. A própria Procuradoria do Município poderia ter se valido dos inúmeros alertas “gratuitos” através da ação da Secretaria da Fazenda da União contra a família que controla estas empresa.

Nesta ação (Mandado de Penhora) se questionava a prefeitura de Vitória da Conquista, entre outros, acerca dos recebíveis  do Vale Transporte dos servidores públicos pagos à empresa Vitória. Teve também o município a oportunidade de concluir que jamais foi intenção por parte da Viação Vitória em se ajustar quando o vereador Cori apresentou extenso diagnóstico na Câmara Municipal.

A verdade é que ficou cristalino que a família e as empresas dos Mansur usaram e abusaram da boa vontade do povo de Vitória da Conquista por uma década e meia. Se sustentaram por anos cometendo toda sorte de desatinos políticos e politiqueiros e não investiram em nada do que prometia o contrato de concessão.

E o pior: juridicamente ainda se acham no direito de serem indenizados em milhões através dos cofres públicos dos sofridos cidadãos conquistenses.

Que nos sirva de lição e que o governo municipal sacuda a poeira e redirecione suas ações em favor do povo que o elegeu.


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