Especialista alerta para a necessidade de desenvolvimento econômico, sem esgotamento dos recursos naturais, e aliado a preservação ambiental
Em plena Semana Mundial do Meio Ambiente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realizou um anúncio que deixou os brasileiros em alerta. A partir do mês de junho, as contas de energia ficarão mais caras, em consequência da aplicação da bandeira tarifária vermelha, com custo de R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos. Isto, devido ao baixo nível dos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), que indica uma redução da geração da hidrelétrica e elevação da produção termelétrica no país.
Com as condições hidrológicas do Brasil desfavoráveis, o tema criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), na década de 70, ganha os holofotes e as pautas de discussões sobre a preservação da natureza no país.
“A circunstância atual nos leva a inúmeras reflexões acerca da importância do desenvolvimento econômico sem esgotamento dos recursos naturais e aliado a preservação ambiental, assim como o bom uso da energia elétrica”, frisou o coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Rede UniFTC, Elton Góes.
O professor explica que no período de estiagem quando os reservatórios não conseguem mais manter níveis satisfatórios de geração faz-se necessário a utilização das Termoelétricas. Fato este que, de maneira inevitável, eleva o custo de geração de energia, embora mitigue um iminente risco de “apagão”. “Então, para livrar-se de contas altas e dessas oscilações tarifárias com o sistema de bandeiras, temos à nossa disposição a utilização de energia através de fontes renováveis, sobretudo, a solar que é facilmente adaptável às instalações habitacionais já existentes. Para isso, só devemos assumir uma postura crítica e com boas práticas de respeito à natureza e todo o ecossistema”, argumentou ele.
De acordo com Elton Góes, as autoridades precisam estimular o equilíbrio entre as esferas social, ambiental e econômica no Brasil. “As empresas e a população necessitam ser estimuladas a terem atitudes conscientes com o uso racional dos recursos naturais sem prejudicar a natureza. Chegamos à era da Contabilidade Ambiental, sob a qual as empresas, principalmente, com ações no mercado de capitais precisam deixar a patente a acionistas e sociedade às suas melhores práticas na gestão ambiental; as quais resultam em ganho de imagem e melhor precificação dos seus produtos e serviços”, acrescentou.
Conservação do Meio Ambiente é papel fundamental de todos
Ações necessárias como a economia de água e energia, evitar uso de materiais que não são biodegradáveis, optar por mercadorias com embalagens retornáveis, diminuir o consumo de produtos que utilizem plásticos (demoram a se decompor na natureza), adotar meios de transportes alternativos, como bicicletas e coletivos, transporte solidários, devem ser prioridades de todos.
As autoridades devem potencializar as políticas públicas para a coleta de lixo em praias e parques, dar preferência ao uso de biocombustíveis, adotar plantio de mudas de árvores em campos e parques públicos, executar limpeza de hortas e jardins, promover reciclagem de lixos, dentre outras atividades consideradas essenciais para o bem-estar das pessoas e ao meio ambiente. Do mesmo modo, foi sancionado no ano passado, o marco legal do saneamento que trará ao Brasil e aos brasileiros mais dignidade com acesso a melhores serviços públicos, sejam de oferta de água, esgoto, tratamento de resíduos. Por fim, o professor mencionou que “na relação homem-natureza a negligência do primeiro resultará na sua própria extinção”.
Dicas para economizar na conta da energia elétrica
Entre as dicas que podem ajudar a reduzir a conta da energia elétrica destacam-se ações simples e que podem e devem ser incorporadas no dia a dia, tais como: luzes acesas apenas nos cômodos ocupados; substituição de lâmpadas incandescentes pelas de LED; diminuir o tempo no banho; adicionar válvula reguladora na descarga; ensaboar a louça com a torneira fechada; reunir uma carga de roupas para lavar e reaproveitar a água; usar pilhas recarregáveis; preferir ventilador no lugar do ar condicionado, escada em vez do elevador; não colocar panos de prato para secar atrás da geladeira, e manter os aparelhos que não estiver utilizando fora da tomada.