RADARES E A INDÚSTRIA DAS MULTAS | A intenção é faturar mesmo!



Sou a favor dos radares eletrônicos nas principais vias da cidade e da retirada imediata dos quebra-molas, ou quebra-carros.

No entanto, como cidadão, com livre direito de se expressar, não concordo com o limite “maluco” da quilometragem, principalmente nas avenidas Luis Eduardo Magalhães, Juracy Magalhães e na Via Perimetral, entre 50 e 60 quilômetros.

Não me venham com esse papo de reduzir os acidentes porque é subestimar a inteligência dos outros, tentar enganar, como sempre fazem nas propagandas institucionais. Vamos no popular: A intenção é faturar mesmo! Colocar 50 quilômetros na Luis Eduardo é deixar o motorista irritado, sendo obrigado a manter o veículo na terceira, forçando a marcha. Ele vai ter que segurar nos 40 para o ponteiro não ir para os 50 e exceder.
O propósito é provocar o condutor para o ponteiro chegar aos 55 quilômetros. Nessa via, poderia colocar o limite de até 80, sem problemas de acidente, mas aí vai ter menos flagrantes de velocidade e menor faturamento. Esse limite imposto pela prefeitura com seu consórcio pode até provocar batida e lentidão demasiada no trânsito.
Nessas condições, melhor evitar passar pela Luis Eduardo e pela Via Perimetral. Nas subidas e descidas, o motorista vai ter que se segurar na terceira, com mais gasto de combustível. Esse limite obrigatório é um absurdo, feito para faturar mais. O resto é moralismo barato que se ouve todos os dias neste país do Deus verá, do sempre foi assim que Ele quis.
Tem gente que não se sente bem contestar certos tipos de coisa como essa, com medo de ser discriminado, visto como vilão e transgressor das leis e das normas, mas a verdade tem que ser dita. Vamos rodar no compasso tartaruga. Quem mora nessas bandas da Juracy Magalhães e precisa ir às imediações da Olívia Flores e Centro de Cultura, melhor ir mesmo por baixo, pegando o “Gancho” e a Otávio Santos, porque chega mais rápido e não vai passar tanta raiva.
O critério principal nessas mudanças tecnológicas no trânsito, bem-vindas e necessárias, diga-se de passagem, é ganhar dinheiro e menos preservar acidentes e vidas. Fala mais alto a grana que vai cair nos cofres. O resto é enrolação e ôba-ôba. Nas outras avenidas, o limite já é controlado por causa do movimento intenso do dia a dia, a não ser na madrugada quando aparecem uns malucos dirigindo em alta velocidade. Vamos ver no que vai dar!
Já que está se optando pelos meios tecnológicos no controle do trânsito, o que é o correto e veio tarde na terceira maior cidade da Bahia, esperamos que o poder público retire de vez metade dos quebra-molas da cidade que, além de ser um atraso, servem para quebra veículos, gastar mais gasolina e deixar o motorista nervoso e estressado. Vamos deixar de ser a capital do quebra-molas. Assim esperamos que aconteça.

O RELAXAMENTO DA COVID-19

Mudando de assunto, ontem à tarde (sexta-feira), fiquei assustado quando tive que sair da minha casa e ir a um mercadinho na Avenida Filipinas. De cara vi muita gente andando sem máscaras, inclusive dentro dos carros. No mercado me senti mais ainda horrorizado quando me deparei com funcionários e clientes sem proteção. Uma senhora idosa berrava aos gritos com a criança (filho ou neto), expondo gotículas de cuspe no ar.
No caixa do estabelecimento, só a menina usava máscara e, em torno dela, pessoas sem nenhuma proteção contra o vírus. Voltei apressado e percebi que muita gente transitava normalmente, inclusive dentro de uma lanchonete, num açougue e numa borracharia. Foi aí que cai na dura realidade de que as pessoas estão achando que tudo passou como se fosse uma “gripezinha” do Bozó presidente.
A recomendação, ou o protocolo (termo mais repetido nesses tempos de pandemia), é que o uso de máscaras é obrigatório nos supermercados e casas comerciais, mas pelo visto isso só é seguido no centro da cidade. Nos bairros existe um relaxamento, propagando a contaminação, mesmo porque a fiscalização municipal não dá conta de cobrir outras áreas mais distantes. A população está baixando a guarda e é aí que corre o perigo. | *Jeremias Macário, jornalista, escritor e compositor.


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