Após polêmica em torno da nova campanha de trânsito, a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom) determinou a retirada “imediata” dos cartazes que foram distribuídos em mobiliários urbanos de várias cidades do País.
O material será substituído por outras peças publicitárias que não deverão conter imagens de pessoas como inicialmente divulgado. Com o slogan, “Gente boa também mata”, os anúncios associam crimes de trânsito a pessoas que praticam boas ações, alertando que todos podem cometer imprudências no volante.
“Ao levar essas peças para o cartaz houve um equivoco. A comunicação não foi bem feita. E por isso determinamos a retirada desse cartazes e as imagens que estão associadas”, afirmou o secretário de Comunicação da Presidência, Márcio Freitas. “Fizemos uma reunião com a agência nessa terça-feira e determinamos a imediata substituição deles. A agência já está providenciando isso. Tem que se fazer a confecção de novas peças”, completou.
Segundo ele, a confecção e distribuição das novas peças não acarretarão em novos custos ao governo. Freitas ressalta ainda que as mudanças só deverão ocorrer no material impresso e não deve se estender ao vídeo que também integra a campanha.
Procurado pela reportagem, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, destaca que a campanha não foi idealizada pela pasta e cita também como um dos maiores problema as imagens inseridas do material impresso.
“Essa campanha não é do ministério dos Transportes, é uma campanha produzida e gestada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. A comunicação do ministério só teve acesso ao vídeo, que no contexto é bom. O que deu problema, o que polemizou, foram as peças apresentadas de forma isolada. Por exemplo, o banner com a frase de que quem adota animais também mata. Se você ler isoladamente, parece que a pessoa também mata animal. Deu problema também o banner que tem a frase ‘porque o melhor aluno da sala também mata’ e na imagem foi colocado um negro. Já estão dizendo que somos racistas”, afirmou ao Estado Quintella Lessa.
Segundo ele, desde o fim de semana tem acompanhado com pesquisas internas o impacto da nova campanha.
“O monitoramento mostra que é uma campanha polêmica e com muito mais efeito negativo do que positivo. Por isso, liguei para o Márcio Freitas na segunda-feira e disse que na minha opinião a campanha tinha que ser retirada, mas a Secom defende a manutenção”, ressaltou o ministro. “Ontem à tarde voltei a procurá-lo porque é o ministério que está na linha de tiro. Eles se comprometeram a mudar as peças dessa primeira etapa. Solicitei também que eles retirassem a assinatura do ministério. Eles retiraram e estão mudando as peças”, emendou.