Não houve avanço nas negociações salariais entre Prefeitura de Conquista e profissionais da educação da rede municipal de ensino, realizada nesta quarta-feira (20).
Em meio ao impasse, com o governo oferecendo 2,7% de reajuste e a categoria alegando que o percentual está abaixo do repasse do Fundeb, de 6,81%, a greve em julho é quase certa, o que irá prejudicar o ano letivo de mais de 41 mil alunos do ensino médio e crianças em creches.
“É válido ressaltar que o valor está muito abaixo do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é de 6,81% para 2018, e que já ocorreu desde janeiro”, contestou o sindicato.
A próxima rodada de negociações está agendada para terça-feira, dia 26 de junho.
Para que os professores fossem mobilizados e aguardassem o resultado da reunião, o SIMMP, sindicato da categoria, recomendou paralisação nos três turnos.
Enquanto a comissão discutia com os representantes da Prefeitura, no memoria Régis Pacheco, um grupo ocupou os corredores da Prefeitura e realizou apitaço. São cerca de 1.700 professores que trabalham em 184 escolas municipais e 28 creches em Conquista.
Em conversa com a comissão do SIMMP, o secretário de Administração, Jonas Sala, declarou que “os tempos mudaram e as perspectivas desse ano são diferentes das que aconteceram em 2017”. Seguindo essa linha e justificando o percentual exposto em função da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo municipal apresentou a proposta de reajuste de 2,7% para os profissionais da educação, baseando-se na inflação no país.
Além do reajuste, foi apresentado na mesa de negociação, o aumento de 5% no vale alimentação dos servidores municipais, sendo 12,50 reais para os trabalhadores com 40 horas de serviço e 6,25 reais para 20 horas, propondo que esse valor seja incidido somente a partir do mês de agosto.
Além disso, acordou-se a criação de comissão para que seja discutida a questão da carreira dos profissionais da educação no que se refere à reestruturação do plano de carreira dos professores e a construção do plano de carreira dos monitores. Essa comissão tripartite será composta por representantes da categoria, governo municipal e Câmara de Vereadores.
A presidente do SIMMP, Ana Cristina Novais, afirma que, um repasse salarial abaixo do valor que é proposto e garantido através do Fundeb é uma tentativa de quebra da tabela do profissional da educação.
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Imagens: SIMMP/Divulgação |
“Essa recomposição de 2,7% não atende a categoria, sendo um desmonte de carreira do profissional da educação. Nós reivindicamos o repasse do Fundeb mais o ganho real, principalmente porque nossa tabela não atende mais às expectativas de formação da categoria, composta por apenas dois níveis”, enfatizou a presidente.
Durante a negociação, o SIMMP solicitou a divulgação da folha analítica da educação, a previsão de cortes de gastos, que tem a finalidade de enxugar a máquina pública, possibilitando desse modo, a valorização dos servidores municipais, e a revisão da proposta do CET dos monitores escolares.
Ana Cristina afirma que a base não aceitará o reajuste proposto.
“Esperamos que o governo repense sua forma de investimentos e de gastos, de maneira a atender a categoria e proporcionar um reajuste que contemple nossas necessidades, ou no mínimo, respeite o repasse do Fundeb”, afirmou.
Para a secretária geral, Ruth Trindade, o momento é a discussão de reajuste, mas este não é o único anseio da categoria. “Essas mesas de negociação deverão ser contínuas e permanentes, e é nessa política educacional que, ao iniciarmos as discussões dos aspectos pedagógicos, que esperamos também respostas concisas do governo. O que está sendo feito para melhorar a qualidade da educação? Não nos prenderemos a apenas uma pauta, mas discutiremos todos as reivindicações necessárias”, completou.
A Campanha Salarial continua em curso, mesmo durante o recesso dos profissionais da educação, onde o SIMMP almeja a revisão dos gastos e a garantia de um reajuste maior que o apresentado. A categoria não descarta a possibilidade de deflagração da greve, que poderá ser definida após o recesso escolar.