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Fazenda flagrada com trabalho escravo na Bahia paga rescisão; valor total é de R$45 mil segundo o MPT
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Os males do amianto ao organismo
A exposição ao amianto causa principalmente asbestose, placas pleurais, câncer de pulmão e mesotelioma. Todas têm longo período de latência, ou seja, podem levar até 45 anos para se manifestarem.
As placas pleurais são formadas pelo espessamento de parte da pleura — membrana que reveste o pulmão — e podem evoluir para asbestose ou câncer de pulmão.
A asbestose também é conhecida como pulmão de pedra, aspecto resultante das tentativas de cicatrização do tecido pulmonar provocada pela inalação do pó de amianto. O paciente perde progressivamente a elasticidade dos pulmões e a capacidade respiratória, o que dificulta a realização de atividades físicas e até de tarefas simples, como andar, quando a doença está em fase avançada. Não há medicamentos específicos para o tratamento. Parte dos pacientes com asbestose desenvolve câncer de pulmão — o risco aumenta quando o exposto ao amianto também foi fumante. Há tratamento, dependendo da extensão do câncer.
O mesotelioma é um tipo raro de câncer de pulmão, maligno, que atinge a pleura. Pode aparecer até 40 anos depois da exposição ao amianto, mas, uma vez instalado, é muito agressivo. Cerca de 80% dos pacientes morrem até 12 meses depois do diagnóstico.
Desativada há 50 anos, mina de amianto oferece riscos à população no sudoeste da Bahia
MISTÉRIO – Jogador contratado pelo Vitória da Conquista diz que foi vítima de sequestro, mas queixa não foi registrada
O lateral-direito Romário sofreu um sequestro relâmpago na Região Metropolitana de Salvador. Segundo informações do representante do atleta, Edmundo Alison, o episódio ocorreu na manhã da última terça-feira. O jogador estava na estrada CIA-Aeroporto, a caminho de Camaçari, quando foi abordado por três homens armados. O trio o obrigou a dirigir até o interior do estado. Romário foi encontrado na manhã desta quarta-feira, em uma região de Euclides da Cunha, município localizado a mais de 300 quilômetros da capital baiana.
– Graças a Deus, conseguimos localizar ele em Euclides da Cunha. Ontem pela manhã Romário estava passando pelo CIA, na região depois do pedágio, indo para Camaçari. Ele reduziu para passar por um quebra-molas e foi abordado por três elementos. Parece que só queriam fugir de uma área para outra. Não fizeram nada com ele. Ficou de posse com os caras até agora de manhã, quando o combustível do carro acabou. Ele está bem. Abandonaram ele em uma estrada, ele nem sabia onde estava. Foi caminhando até o centro da cidade e descobriu onde estava – contou Edmundo Alison ao GloboEsporte.com.
Revelado pelo Vitória, Romário defendeu o Londrina na temporada passada e tem um acordo para defender o Vitória da Conquista em 2018. O representante do lateral disse que conversou com o presidente do Bode, Ederlane Amorim, que não se opôs a um possível atraso na apresentação, que está marcada para quinta-feira.
– A mãe dele [Romário] está comigo. Tive uma conversa com Ederlane, que é um cara bem sensato. Ele não está preocupado com essa questão. Mas vou manter ele informado. Não sei sobre a apresentação. Depende do estado físico e psicológico dele. Estava motivado, alegre. Ontem tinha uma celebração para festejar o retorno. Ficamos sem querer alarmar sobre o desaparecimento. Mas as coisas foram se prolongando, desde ontem à noite quando não teve uma posição, a partir de 23h, meia-noite… Buscamos um levantamento para saber o que ocorreu. Hoje tivemos na delegacia em busca de apoio. Graças a Deus, terminou tudo bem – declarou.
O GloboEsporte.com entrou em contato com a delegacia territorial de Euclides da Cunha, mas o caso não havia sido registrado na unidade policial.
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RIBEIRÃO DO LARGO – Operação resgata 19 pessoas mantidas como escravos em fazenda
município de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia. A força-tarefa responsável pela operação foi realizada pela Comissão Estadual para a Erradicação do
Trabalho Escravo da Bahia, com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do
Trabalho do Brasil (MTB) e da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado (SJCDH), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal
(PRF).
A equipe chegou à propriedade de difícil acesso no fim da manhã para apurar denúncia de trabalho escravo e encontrou uma situação de degradância da condição
humana de 19 homens, que trabalhavam na roçagem de terreno e no manejo de gado.
todos dormiam em casas sem energia, água encanada, banheiros e sem acesso a água potável. Além disso, trabalhavam sem qualquer tipo de proteção como luvas,
máscaras para aplicação de defensivos agrícolas, que eram armazenados o mesmo local em que dormiam. As camas também eram improvisadas, feitas pelos
próprios trabalhadores, que levavam de casa colchões e roupas de cama. A alimentação e o local para as refeições também não eram garantidos.
além de medicamentos para dores musculares, muito consumidos pelos lavradores. Esses produtos eram adquiridos e descontados do pagamento.
nessa fazenda é um amplo conjunto de irregularidades que, somadas, configuram claramente a submissão desses trabalhadores à condição de escravos
contemporâneos. Por isso, retiramos eles da propriedade e iniciamos imediatamente os procedimentos para a garantia de apoio financeiro e social enquanto tentamos
junto ao proprietário obter o pagamento das rescisões de contrato de trabalho e a indenização tanto de cada trabalhador quanto da sociedade, por danos morais”,
explicou o procurador do MPT Ilan Fonseca, que integrou a operação.
requisitado pelo MPT. Eles relataram as condições de alojamento, alimentação e remuneração a que eram submetidos e informaram datas de início de trabalho na
fazenda. Em seguida retornaram para suas casas, todas em Itambé. Na manhã seguinte, terça-feira (28/11), os resgatados foram atendidos na sede do Fórum de
Itambé para regularização de documentos e para receber as guias que darão direito a receber seguro-desemprego por três meses. Os dados colhidos durante as
entrevistas serviram também para que os integrantes da força-tarefa fizessem os cálculos trabalhistas e indicassem quanto cada um dos resgatados tem a receber. O
valor total das rescisões é superior a R$40 mil, mas o MPT ainda vai cobrar o pagamento de danos morais coletivos e cada trabalhador poderá lutar para receber
danos morais individuais.
Gilvandro Froes Marques Lobo e seu filho Rodrigo Filadelfo Lobo serão responsabilizados por todas as irregularidades encontradas. Apesar de a fazenda estar em
nome do filho, era o pai, Gilvandro, conhecido como Lobinho, quem contratava e fiscalizava o trabalho na fazenda. Ele chegou a telefonar para o responsável pelo
gerenciamento da frente de trabalho na segunda-feira à noite para se informar da operação, mas depois não atendeu mais as ligações dos membros da força-tarefa.
Os autos de infração por cada uma das irregularidades e as notificações para audiências em que será apresentada a possibilidade de solução administrativa, sem
necessidade de uma ação judicial, serão encaminhadas para os dois. “A minha carteira é assinada por rodrigo Lobo, mas quem comandava o trabalho na fazenda era
o senhor Lobinho (Gilvandro)”, afirmou em depoimento o vaqueiro Ademilton Dias, o único com carteira assinada entre todos.
identificou graves descumprimentos de normas básicas de higiene e saúde. Alguns estavam com marcas de picada de escorpião e de aranha. Outra grave situação
encontrada foi a aplicação de veneno ao mesmo tempo em que as áreas eram roçadas. Os dois responsáveis por borrifar o defensivo também não usavam máscaras,
luvas ou qualquer outra proteção. E como o líquido era borrifado próximo ao local onde os demais cortavam o mato, todos ficavam expostos aos produtos. Vários
deles se queixaram de dores de cabeça e respiratórias constantes.
suporte a eles”, informou Admar Fontes Júnior, assessor da Secretaria da Justiça do Estado. Ele também providenciou documentos que alguns dos resgatados não
tinham e que eram fundamentais para o recebimento dos benefícios, como identidade e CPF. A Secretaria Municipal de Assistência Social também foi acionada e
fará atendimento especial para os resgatados durante toda a quarta-feira (29/11). As carteiras de trabalho dos que não tinham foram emitidas pelos auditores-fiscais
do trabalho que acompanharam a operação.
garantia do recebimento do seguro-desemprego. Temos que reunir todos os elementos necessários para que eles recebam os valores devidos pelos donos da fazenda”,
afirmou a auditora do trabalho Lidiane Barros, que também integrou a operação. Ele ainda está finalizando o relatório da inspeção, mas informou que serão
expedidos mais de dez autos de infração para a fazenda. As 19 guias para seguro-desemprego também foram expedidas imediatamente.
A dificuldade de acesso à fazenda chamou a atenção dos integrantes da força-tarefa da Coetrae. O policial rodoviário federal Marcus França, que comandou a
unidade da PRF responsável pela segurança da equipe durante a operação, relatou que “foi necessário fazer um levantamento por GPS, com coordenadas, para
chegar ao local, a partir de uma estrada vicinal acessada através da BA-634. De lá, os veículos da força-tarefa passaram por sete cancelas e diversos mata-burros até
chegar à sede da Fazenda Vitória”. Da sede da fazenda à frente de trabalho, foram mais de três quilômetros percorridos a pé num terreno íngreme. Os trabalhadores
contaram, inclusive, que levavam cerca de uma hora entre o local onde dormiam e a frente de trabalho. No retorno, já transportando os resgatados em carrocerias de
picapes, já que nem ônibus nem vans acessam o local, o grupo chegou a utilizar uma balsa para cruzar o rio e chegar à BA-263, que dá acesso a Itambé.