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CÂMARA HOMENAGEIA MULHERES COM DIPLOMA LORETA VALADARES

Instituído pelo projeto de resolução, nº 41/2005, o Diploma Mulher Cidadã Loreta Valadares homenageia mulheres que se destacam na defesa dos direitos da mulher em Vitória da Conquista. Numa sessão solene, nesta sexta, 9, a Câmara Municipal realizou mais uma edição do prêmio, na qual seis mulheres foram homenageadas com o diploma.
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Compuseram a mesa da solenidade o presidente da casa, Hermínio Oliveira (PPS), a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Irma Lemos, as vereadoras Nildma Ribeiro (PCdoB), Lúcia Rocha (DEM) e Viviane Sampaio (PT), a diretora da escola Monteiro Lobato, Maristela Rocha Borges, a professora e mestre em Educação, Lídia Nunes Cunha, a advogada e diretora da União de Mulheres, Luciana Santos Silva, e a presidente do Conselho Municipal da Mulher, Arlene Ribeiro.
Da luta contra a Ditadura à militância pelos direitos humanos – Loreta Valadares foi militante do movimento estudantil, nos anos 1960, e participou da luta contra a ditadura militar. Sequelas da prisão e da tortura comprometeram profundamente sua saúde, mas não a impediram de prosseguir na militância. Na década de 1970, parte para o exílio e só retorna ao Brasil em 1980, quando se torna professora de ciência política na Universidade Federal da Bahia, assim permanecendo até se aposentar, anos depois. Ao falecer deixou como resultado de sua trajetória – além do testemunho de vida, uma enorme contribuição ao movimento de mulheres e de luta para a conquista e garantia dos direitos humanos no país.  Loreta faleceu aos 61 anos, em 2004, na Bahia.
Lideranças destacam luta das mulheres – A vereadora Viviane Sampaio (PT) disse ser um prazer poder promover na Câmara Municipal a homenagem a mulheres que se destacam na cidade na defesa dos direitos e igualdade de gênero. “O Dia Internacional da Mulher é um momento de luta, resistência. Temos que reafirmar as garantias de nossos direitos”, disse ela, lamentando a desigualdade de gênero e as violências em suas variadas formas que ainda vitimam as mulheres.
Ainda em seu pronunciamento, a parlamentar informou que apresentou à Casa, em parceria com a vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB), um Projeto de Lei que tipifica a violência obstétrica no município. “Violência muito velada, subnotificada, que acontece principalmente nos ambientes hospitalares. Muitas vezes essa violência parte desde a entrada na unidade de saúde”, disse ela.
A vereadora Lúcia Rocha (DEM) refletiu sobre o número de mulheres nos espaços políticos. “No plenário desta Casa Legislativa, dentre os 21 vereadores temos apenas três mulheres. (…) Somente pela segunda vez, em 177 anos de emancipação política de Conquista, temos uma mulher vice-prefeita”, pontuou. Segundo Lúcia, no Brasil, apenas 14% dos cargos de vereadores são ocupados por mulheres. Na oportunidade, a vereadora propôs a criação de uma frente parlamentar de prevenção e defesa da mulher vítima de violência, “para que juntas, possamos ter ainda mais força na luta pelos nossos direitos”, justificou.
A vice-prefeita e atual Secretária de Desenvolvimento Social, Irma Lemos, defendeu mais espaço para as mulheres em todos os âmbitos da sociedade, sobretudo na política. Irma, que já foi vereadora, destacou: “Sabemos que nós somos maioria. Mas quando chegamos nessa Casa, somos minoria”. Ela relatou sua trajetória de vida, veio da zona rural e enfrentou dificuldades variadas para se estabelecer como empresária e política. Para ela, aumentar a representação da mulher na política é um desafio que deve ser enfrentado, sobretudo nesse ano eleitoral.
A vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB) destacou que, em todo o Brasil, o dia 8 de Março foi marcado por mobilizações de movimentos feministas. “Mulheres estiveram na rua lutando por mais direito e contra qualquer forma de discriminação”, contou. “Os movimentos pedem mais espaço, mais democracia, e são contra as reformas previdenciária e trabalhista que tirarão ainda mais os direitos das mulheres”, completou. “Viva a luta feminista e emancipatória”, finalizou.
A professora e Mestre em Educação, Lídia Nunes, falou sobre a diversidade do movimento e luta feministas. Representando o movimento de mulheres negras, Lídia trouxe o questionamento: “Será que o crescimento de Conquista vem alterando também a vida da mulheres e famílias negras?”. Ela pontua que as mulheres negras continuam chorando a morte dos seus filhos, e sendo as principais vítimas de violência física e fatal. A educadora falou também sobre a ameaça da reforma trabalhista e acredita que apenas o movimento social poderá impedir o retrocesso. “Só a nossa organização de luta pode alterar a tenebrosa opressão que a reforma trabalhista deixará na vida das mulheres negras”, afirmou.
Uma das homenageadas, a diretora da Escola Monteiro Lobato, Maristela Borges, agradeceu à Câmara Municipal pela honraria que marca a passagem de um dia tão significativo para a sociedade, pelas reflexões que ele nos traz. “Sinto-me honrada por ser homenageada nesta data tão significativa em nossa sociedade”, disse Borges.
A presidente do Conselho Municipal da Mulher, Arlene Ribeiro, lamentou que a violência contra a mulher continue avançando em Conquista. “É um momento de tristeza por ver os índices de violência cada vez crescendo mais”, disse ela, destacando que, atualmente, em Conquista, 3.762 processos de pedido de medida protetiva para mulheres estão tramitando. Ela apontou ainda que o Conselho da Mulher ainda não tem uma estrutura para atender às mulheres em Conquista. “Precisamos do poder público para que nos auxilie. Não temos quase nada. Precisamos ter, no mínimo uma sede decente para que a gente possa atender às mulheres”, disse ela.
A advogada e diretora da União de Mulheres, Luciana Santos Silva, afirmou que o dia oito de março não é só de comemorações. É também de reivindicações. “Porque ainda não conquistamos uma sociedade igualitária”, disse. Ela advertiu que as conquistas das mulheres não foram “dadas”, são resultados da luta dos movimentos feministas. Ela defendeu que os movimentos de reivindicações devem continuar porque o machismo continua articulada como cultura dominante. Ela lamentou que ainda ocorra desqualificação do movimento. “Nós queremos ser respeitadas nas nossas diferenças”, falou.
Vereadores se posicionam em favor das mulheres 
O vereador Luís Carlos Dudé (PTB), Líder do Prefeito, afirmou que todos os dias do ano devem ser reflexão e reconhecimento dos direitos da mulher. Ele defendeu uma participação igualitária da mulher na política e em outros espaços da vida social. Dudé frisou que a quota de 30% destinada a candidaturas de mulheres deve ser aumentada para 50%. O parlamentar afirmou que é preciso avançar no debate para ações efetivas que garantam oportunidades de igualdade para as mulheres.    
O vereador Fernando Jacaré (PT) destacou que o Dia Internacional da Mulher pede uma reflexão sobre a inversão de valores que estamos vivenciando com o machismo avançando. “Estamos regredindo a uma cultura do ódio, onde as minorias estão sendo massacradas”, disse o parlamentar, que defendeu maiores avanços nas políticas públicas voltadas para as mulheres.
O vereador Danillo Kiribamba (PCdoB) parabenizou as mulheres pelo 8 de março e informou que, recentemente, esteve com a secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Julieta Palmeira. Ele e a colega Nildma Ribeiro (PCdoB) discutiram ações para o segmento e Kiribamba ainda aderiu à Campanha “Eles por Elas”, esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade.
Em sua fala, Gilmar Ferraz (PMDB) homenageou Dona Iraci Rocha, presidente da Associação de Agricultores Familiares Remanescentes de Quilombo de Corta Lote, pelo trabalho em defesa da mulher rural e quilombola. Na oportunidade, ele saudou também Sheila Andrade pelo seu trabalho à frente da Câmara de Dirigentes Lojista (CDL).
O vereador Coriolano Moraes (PT) acredita que um dos grandes desafios da sociedade do século XXI é a luta pelo fim da violência e da discriminação contra a mulher.  Ele aponta que o machismo é fruto de algo errado na educação e na mídia que transforma as mulheres em objetos. “Precisamos rever nossos conceitos”, pediu.  “É preciso construir uma sociedade na linha de direito e participação das mulheres em todos os espaços”, defendeu.
O vereador Osmário Lacerda (PMDB) apontou que a Bíblia aponta que a mulher deve se doar para a sua família através do seu trabalho, onde quer que ela atue. “Tenho certeza de que ao lado de um grande homem sempre há uma grande mulher”, disse.
Já o vereador Luciano Gomes (PR) destacou que as mulheres alcançaram muitas conquistas, mas ainda existe um caminho de novas demandas. Ele afirmou que o homens e mulheres precisam caminhar juntos na construção de uma sociedade em que as mulheres sejam reconhecidas e valorizadas.  
Homenagens Titulo Mulher Cidadã Loreta Valadares
Durante a sessão, foram homenageadas Kêu Souza, militante do movimento negro e feminista, a Capitã Lorena da Silva Santos, a subtenente Vânia da Cruz Silva, Iraci Sena Rocha Ramos, Elza Ferreira Mendes e a pesquisadora e militante feminista, Ivana Patrícia.
Kêu Souza (Klêicia Souza da Silva), indicada ao prêmio pela Marcha Mundial das Mulheres, ao receber o Diploma disse estar muito feliz pelo reconhecimento. “Estou muito feliz neste momento. Inevitavelmente eu me lembro de pessoas que estiveram comigo. Quero dedicar ao Fórum de Mulheres, ao Conselho da Mulher, e dizer que esse lugar é nosso. Estou aqui representando todas as mulheres negras. Esse lugar é nosso por direito”, disse ela.
A Capitã Lorena da Silva, responsável pela elaboração e execução de projetos como “Garota Comunidade BCS”, “Patrulha Comunitária, entre outros projetos em defesa das mulheres vítimas de violência e situações de vulnerabilidade social, agradeceu pelo prêmio e por estar representando todas as policiais femininas que acreditam no poder da transformação social através do seu trabalho. “A comunidade conquistense merece o nosso melhor. Nosso trabalho é servir a comunidade”, afirmou.
A subtenente Vânia agradeceu a homenagem. Ela frisou que são muitas as mulheres guerreiras do município, o que a deixa emocionada por ter sido uma das escolhidas para receber o Loreta Valadares 2018. Vânia agradeceu o apoio da Polícia Militar e o espaço para que possa atuar. Ela frisou que os policiais militares são peças importantes na sociedade e podem ajudar a construir um mundo melhor.
Iraci Ramos, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Corta Lote, indicada para receber o diploma pelo vereador Gilmar Ferraz (MDB), agradeceu pelo reconhecimento. “Isso aqui é uma dádiva. Diante de tudo isso eu só tenho a agradecer ao Senhor Deus por tudo. Tudo isso eu devo também a cada um que me escolheu como presidente do sindicato”, disse ela.


A assistente social Elza Ferreira Mendes parabenizou a comissão organizadora da solenidade, e em especial a vereadora Viviane Sampaio(PT). Para Elza, o dia 8 de março é um momento para refletir o que já foi feito e o que ainda é preciso conquistar com a luta feminista. “Precisamos lutar para que as nossas conquistas sejam asseguradas, para chegar em uma sociedade com igualdade de gênero justa e igualitária”, disse.
Ivana Patrícia agradeceu a homenagem, especialmente por levar o nome Loreta Valadares, “uma mulher aguerrida, uma mulher de luta, que deu a sua vida em prol de uma melhor condição pra nós mulheres”. Ela ainda agradeceu à União de Mulheres. “Sou muita grata a esse espaço. Espaço de acolhimento. Espaço de afeto. E espaço que me mostrou, na prática, o sentido da palavra sonoridade”, falou. Ivana agradeceu, emocionada, à família, especialmente à avó, campesina que sofreu violência doméstica, e ao pai. “Eu represento o movimento de muitas mulheres”, detalhou. A militante feminista finalizou com uma frase da feminista negra, Audre Lorde. “Não serei livre enquanto alguma mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”.
Além do Diploma Loreta Valadares, a Câmara concedeu outras homenagens e distribuiu flores para as servidoras. (Ascom/CMVC)

COMANDO EM AÇÃO – Sargento Fábio Moreira é o novo comandante do DPM de Potiraguá

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O sargento Fábio Moreira (foto) é o novo comandante do Destacamento de Polícia Militar de Potiraguá, microrregião de Itapetinga, a 560 km de Salvador. A cerimônia de passagem de comando foi realizada no plenário da Câmara de Vereadores do município de Potiraguá e
contou com a presença de colegas de farda do novo comandante, moradores e políticos. Fábio assume no lugar do também sargento José Roberto. 



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O ato simboliza os conceitos e tradições da corporação, além de expressar o reconhecimento ao oficial que deixa o comando e dar boas vindas ao policial que assume
a função.
No comando do sargento José Roberto, várias ações foram executadas a favor da segurança pública. 

Ele esteve à frente do Destacamento de Polícia Militar de
Potiraguá por quatro anos. Depois de tantos anos de relevantes serviços prestados a sociedade, o militar foi para a reserva. 

O comandante da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), major Edmário Araújo, também participou da solenidade. “Desejo a você sucesso na sua nova missão. Honre essa farda que nós ostentamos. Desejo também que você trate essa comunidade com dignidade e respeito e que
faça as leis serem respeitadas”, disse o major ao novo comandante da PM local.
 
(Itapetinga Repórter)

LUTO: Morre dona Maviael, mãe do educador Adão Albuquerque e do jornalista Fernando Sodake

Maria Maviel  Fernandes, mãe do educador Adão Albuquerque e do jornalista da Rede Bahia, Fernando Sodake, morreu nesta quinta-feira, 8, vítima de complicações em seu quadro clínico. Em suas redes sociais o professor Adão publicou o seguinte texto: “Gente, o amor da minha vida foi embora. Minha mãezinha está de volta ao seu lugar, que é o céu. Obrigado a todos pelas orações”. O local do velório e sepultamento ainda não foram divulgados. 

Comércio informal flui nas imediações do Fórum Eleitoral de Conquista

Imagem: Jussara Novaes/Sudoeste Digital
Jussara Novaes (Sudoeste Digital) – Além de água mineral, refrigerante e salgadinhos, o comércio informal nas imediações do Fórum Eleitoral de Conquista oferece muito mais. Assim que o atendimento é concluído e o eleitor deixa as dependências do prédio, o assédio dos vendedores começa:

– Moço, moço, quer plastificar o título? Fica legal, veja como fica.

– E o preço, pergunta o eleitor, na saída do Fórum Eleitoral.

– Só R$2,00, responde uma garota, estrategicamente disposta nas imediações do prédio, em Vitória da Conquista.

Mais adiante, um grupo de rapazes oferece um serviço similar, com custo R$0,50 abaixo do concorrente. “Aqui é no plástico simples. É só colocar op título e pronto”, tenta convencer.

Nem mesmo quem tem multa eleitoral a quitar, pela Guia de Recolhimento da União (GRU), fica livre do assédio. Em vez de ir ao banco, que fica bem distante do local e tem horário de atendimento limitado, que tal pagar ali mesmo? Sim, por um aplicativo de celular. 

É a tecnologia em ação. “O serviço é rápido e garantido. Custa R$5,00”, explica um jovem, aparentando 16 anos, de posse de um smartphone. Em instantes a reportagem confere a execução do pagamento via aplicativo. 

E funciona mesmo. “A gente debita o valor da multa da nossa conta e o eleitor paga o mesmo e mais R$5,00 pelo serviço”, reforça. Como não interfere no atendimento dos funcionários do TRE, nem ocorre no interior do prédio, a oferta dos informais deve continuar até o encerramento dos serviços do TRE.

O prazo para realização dos serviços vai até 9 de maio de 2018. Nos locais em que o serviço é oferecido, o eleitor pode agendar atendimento para os seguintes serviços: emissão do título de eleitor pela primeira vez, transferência, segunda via, regularização/atualização dos dados cadastrais e recadastramento biométrico.

Esporte conquistense de luto. Morre Pedro Emílio, vice da LCDT

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O esporte de Vitória da Conquista está de luto pela morte do vice-presidente da Liga Conquistense dos Desportos Terrestres (LCDT), Pedro Emílio Passos, 53 anos (foto). Atualmente ele presidia o Conselho Municipal de Educação. Graduado em Direito pela FAINOR, Pedro morreu em sua casa, na Rua Santos Dumont, Bairro São Vicente, de causas ainda não informadas.

ITAPETINGA: MORRE ADEVAL BRITO, O “BOLINHA” DA CHURRASCARIA

Faleceu na manhã desta quarta-feira (07) o senhor Adeval Souza Brito, conhecido carinhosamente por todos como “Bolinha da churrascaria”.
Bolinha ficou muito conhecido com sua churrascaria na Nova Itapetinga, possuindo uma grande clientela, fruto de um tratamento especial que compartilhava com cada cliente. O comércio cresceu e ele se mudou para o parque da lagoa e continuou com o seu comércio.
Bolinha Tinha 70 anos e segundo informações foi vítima de um infarto. A família enlutada comunica que o corpo está sendo velado no Cerimonial Pax Perfeição, na avenida cinquentenário. Ainda não foi divulgado o horário e local do sepultamento.

“Todos nós passamos por tempos de luto e de tristeza. E ficar triste e chorar não é algo mau, não é pecado. Jesus também chorou quando soube que um amigo seu tinha morrido.

O Senhor é refúgio para os oprimidos,
uma torre segura na hora da adversidade”.
Salmos 9:9

Por Wagner Ribeiro
/Fala Itapetinga

FOTO DO DIA – A Natureza pede socorro!


Bastou uma leve chuva na manhã desta quarta-feira, 7, para que ruas e avenidas de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, ficassem alagadas. Desta vez um dos problemas mais graves foi detectado num canal pluvial da Rua Coronel Gugé, bem em frente a uma loja de produtos naturais, vizinha ao prédio da Câmara Municipal. O asfalto cedeu com a força da enxurrada. Motoristas que trafegam pela via desconhecem o risco de um eventual rompimento do canal. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre o problema.

Foto: Jussara Novaes/ Ag. Sudoeste Digital

ARTIGO: 10 dicas de como passar no concurso da Polícia Federal

Um novo edital de concurso da Polícia Federal deve ser lançado em breve. Separamos algumas dicas fundamentais para de ajudar na preparação. Confira!

Recentemente o concurso da Polícia Federal foi autorizado e em breve o edital com 500 vagas deve ser publicado. Pensando nisso, separamos dicas valiosas a respeito da preparação para o certame, que é um dos mais concorridos e desejados do Brasil.
Lembre-se sempre que estudar para concursos públicos é um processo contínuo. A aprovação pode não vir na primeira tentativa, mas o mais importante é manter o foco e continuar estudando para as próximas oportunidades.
Confira os tópicos abaixo e comece o planejamento rumo a aprovação na carreira que você almeja!

1 – Mantenha-se atualizado

Principalmente em temas polêmicos e julgamentos recentes. Estes assunto podem ser cobrados de diversas maneiras tanto na prova objetiva, quanto na prova discursiva.
Da mesma forma é importante estar por dentro das atualidades ao redor do mundo. Em 2018 o Supremo Tribunal Federal (STF) deve tratar de temas importantes como o Novo Código Florestal, registro civil de transsexuais, terras quilombolas e alteração de limites dos Parques Nacionais da Amazônia, dentre outros. Fique de olho!

2 – Esteja preparado para a prova da aptidão física

Conseguir estudar todo o conteúdo programático é um desafio. Porém, ele não deve ser encarado sozinho. O exame de capacidade física é uma etapa que acaba eliminando muitos candidatos com excelente preparo de conteúdo mas sem nenhum preparo físico.
Durante a preparação é preciso ter uma visão ampla e planejar todas as etapas do certame. De modo geral, a prova de aptidão física é composta por teste em barra fixa, teste de impulsão horizontal, teste de natação (50 metros) e teste de corrida de 12 minutos.
Ou seja, o candidato precisa ter desempenho físico de alto rendimento. Para isso, comece a treinar todas as modalidades da prova. Intercale os dias de treinamento e lembre-se que conforme o teste for se aproximando, é preciso treinar todas as modalidades no mesmo dia, como é feito no dia da prova oficial.

3 – Tenha certeza sobre a carreira que deseja seguir

Se preparar para um concurso público é uma tarefa árdua e desgastante que pode durar anos. Este desafio é intensificado quando se trata de um grande concurso como o da Polícia Federal.
Portanto, tenha mente quais são as atribuições e dificuldades da carreira que escolheu. Os salários das carreiras de Policial Federal são muito atrativos, mas a rotina de trabalho pode ser extremamente desgastante e estressante. Portanto, analise sua vocação com cautela.
Se chegar a conclusão de que esta é mesmo a carreira que você deseja, mergulhe fundo nos seus sonhos e dedique-se ao máximo para ver o seu nome na lista final dos aprovados.

4 – Preze pela qualidade do estudo

Não importa quantas horas por dia você tem disponível para estudar, faça com que elas sejam o mais proveitosas possível. Busque sempre por ambientes tranquilos, onde não será interrompido.
Além disso, parece evidente dizer, mas mantenha-se afastado de eletrônicos como celular e televisão, e caso você estude usando computador, faça log out de todas as contas em redes sociais.
Além de diminuir a concentração, estes equipamentos podem roubar bastante do tempo que você tem disponível para estudar. Se não consegue ficar longe da tecnologia, programa-se e faça pequenas pausas a cada hora de estudo ou conteúdo finalizado, por exemplo. Mas fique atento para não se prolongar para não sair do foco. Lembre-se que o conteúdo programático para a Polícia Federal é extenso de demanda muito tempo para ser visto em sua totalidade.

5 – Encontre a sua forma de estudar

Não existe uma fórmula de estudos correta, uma vez que cada indivíduo possui características específicas e únicas. Porém, alguns métodos já foram bastante testados e garantem bons resultados no sentido da aprovação.
O principal deles, e que deve estar presente em todos os planos de estudos é a resolução de exercícios. Não tem como evitar, esta é a maneira básica de se preparar e verificar os conhecimentos em relação à teoria.
As possibilidades são infinitas. Entre elas estão matrícula em cursinho presencial ou online, videoaulas, resumos, estudos por arquivos em PDF, entre outros. Encontre o meio de estudo em que você consegue absorver e fixar melhor o conteúdo e faça dele seu melhor aliado.

6 – Escolha bons materiais

Uma vez definida a sua tática de estudos, opte por materiais específicos para a carreira escolhida. Por ser um dos editais mais esperados e concorridos do país, a quantidade de material disponível é enorme.
Porém, nem todos os materiais são eficientes. Alguns inclusive trazem conteúdos desnecessários e desatualizados, fazendo com que os candidatos percam um tempo extremamente precioso.
Dê preferência a materiais ofertados por empresas consolidadas e que possuem tradição de aprovação. Invista seu dinheiro somente se tiver certeza de que há procedência do que está consumindo. Assim, as estratégias de estudo serão mais eficazes e você vai otimizar seu tempo indo direto ao ponto.

7 – Tenha um plano de estudos

Planejar é tão importante quanto executar. Por isso, gastar um tempinho nessa função pode facilitar a vida durante a preparação para o certame. Saiba quais são todas as matérias que estão no conteúdo programático e qual o método você vai usar para estudá-las.
Tenha sempre em mente quais são as outras atividades diárias e quanto tempo você gasta com elas. Inclua também neste plano as horas gastas com a preparação física e momentos de descanso.
Mesmo que o edital ainda não tenha data de abertura, os futuros candidatos devem ter este plano já bem estruturado. A preparação antecipada vai aliviar o excesso de conteúdo acumulado às vésperas das provas.
Estabeleça metas de estudo diárias e tente ao máximo cumpri-las. Depois de aberto o edital, tenha ciência de quanto tempo disponível e de tudo que precisa ser revisado ou estudado e ajuste seu plano nesses moldes.

8 – Realize outras atividades

Tenha sempre em mente que a preparação para o concurso da Polícia Federal leva algum tempo. E que mesmo depois de realizar as provas teóricas, ainda há  muitas etapas pela frente, inclusive o Curso de Formação Profissional, que possui caráter eliminatório e classificatório.
Portanto, tenha o hábito de realizar atividades prazerosas e que não vão prejudicar o seu plano de estudos. Mantenha o equilíbrio entre os momentos de estudos  e outras atividades a fim de manter a saúde da mente.
Além disso, não se esqueça de ter momentos de descanso e sono de qualidade, para que o conteúdo estudado seja completamente assimilado.

9 – Mantenha o foco nas disciplinas em que possui maior dificuldade

Para estes concursos, o nível de escolaridade é superior, portanto todos os candidatos tem uma área de formação, seja humanas, exatas ou biológicas. Um erro muito comum e que pode passar despercebido, é focar nas áreas que você já possui afinidade e estudar pouco as que não tem.
Nos últimos concursos da Polícia Federal a banca examinadora foi o Cebraspe. É importante saber que esta banca procurar ao máximo cobrar todo o conteúdo presente no edital.
Portanto não deixe de lado nenhuma matéria, mesmo aquelas que você menos gosta ou não tem nenhuma empatia. Reserve os momentos mais tranquilos para elas e aprofunde os conhecimentos. Uma boa maneira de verificar como está a teoria já estudada é realizar simulados e voltar ao conteúdo teórico das questões que errar.

10 – Estude Legislação Especial

Este está entre os temas de maior recorrência nas provas da Polícia Federal e muitas vezes esquecido pelos candidatos. Leis dos crimes de tortura, crimes financeiros, drogas, organizações criminosas, crimes hediondos e estatuto do desarmamento estão entre os temas que apareceram nas últimas provas.

Para estudar, tenha o texto das leis sempre em mãos. Lembre-se que de modo geral as atualizações são cobradas somente até a data de publicação do edital. Portanto, não se ocupe com versões pós-publicação do edital.

DTE de Conquista é destaque nacional no combate ao tráfico de drogas

Imagem: DTE/acervo
A grande apreensão de drogas – seguida da posterior destruição, além da prisão em flagrante de traficantes que aterrorizavam comunidades inteiras na sede e na zona rural, a Delegacia de Tráfico e Entorpecentes (DTE) de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, tem representado na Justiça por diversas prisões preventivas de bandidos ligados a facções criminosas na região.

Dentre as ações mais recentes da DTE, sob o comando do delegado Neuberto Costa, estão as prisões em flagrante delito dos irmãos Júlio César, de 26 anos, e Rômuno Giuseppi Narici Pinto, de 25 (foto acima). A dupla é suspeita de crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os trabalhos da DTE são destaques na mídia nacional.

Os investigadores da DTE, após investigações, efetuaram uma busca na casa dos autores, localizada no Bairro Urbis I, onde encontraram uma grande quantidade de maconha em tabletes grandes prensados e pedaços cortados da droga e cocaína em pó pura, para comercialização.

Os policiais também apreenderam uma balança de precisão, dinheiro do tráfico e embalagens usadas no comércio ilícito das drogas.

Caça aos líderes do tráfico

O delegado também representou pela prisão preventiva dos traficantes Willians Alves de Souza Filho, vulgo Nem Bomba, e de Diogo Oliveira Campos , vulgo Kiko. Eles são apontados como  líderes do tráfico em Conquista. As prisões foram decretadas pela Justiça. 

Eles são apontados como  líderes do tráfico em Conquista
Os dois criminosos estão sendo procurados pela polícia,  pois segundo as investigações comandam o tráfico na cidade,  sendo apontados como autores intelectuais de vários homicídios relacionados à disputa dos pontos de venda de substâncias entorpecentes neste Município.

Neuberto informou que a polícia já representou pela prisão preventiva dos referidos traficantes em vários inquéritos policiais instaurados na DTE. Qualquer informação sobre o paradeiro dos criminosos poderá ser comunicada através do disque denúncia da Delegacia especializada de Tóxicos e Entorpecentes de Vitória da Conquista,  pelos números  (77) 98817- 1481 ( Wathsaap)  / (77) 3425 – 8341.



Em fevereiro a polícia incinerou cerca de 100 Kg de drogas, distribuída em dezenas de tabletes de cocaína, maconha e crack, além de centenas de comprimidos de Ecstasy, que se encontravam apreendidos na DTE de Vitória da Conquista.

A destruição das drogas contou com a presença do representante do Ministério Público da comarca. “Todas as apreensões resultaram em inquéritos policiais instaurados na DTE e todos os traficantes identificados estão sendo indiciados pelos crimes descritos, com prisões preventivas representadas à justiça”, destacou.
Preso na praça

Já nesta semana os policiais prenderam em flagrante delito Paulo David Galvão Lima, de 24 anos (acima), acusado de tráfico de drogas. Após investigações os agentes efetuaram buscas na casa do acusado, localizada no Bairro Alto Maron, próximo à Praça Gerson Sales, onde encontraram maconha e cocaína, embaladas para comercialização, além de uma balança de precisão, dinheiro do tráfico e embalagens usadas no comércio ilícito das drogas.
O acusado já possui antecedentes policiais por tráfico de drogas em Goiás, sendo conduzido e interrogado na Delegacia especializada, onde confessou o crime de tráfico e confirmou que fracionava a cocaína em “petecas” da droga e vendia por R$ 40,00 cada para vários usuários em Vitória da Conquista.



ARTIGO: A realidade das ciências policiais aplicadas no âmbito da Polícia Federal

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I – O estudo das ciências policiais
O estudo das ciências policiais tem sido fomentado em universidades no mundo a fora, há muito tempo. O professor e historiador de ciências policiais Eliomar Pereira assim sintetiza suas pesquisas:
“A origem da Ciência Policial se encontra na obra de Johann Heirinch Gottlob von Justi (1717-1771), especialmente em seus ‘Elementos Gerais de Polícia (1755)[1]‘, ( ) situa-se histórica e geograficamente no Estado germânico do século XVIII, no qual se desenvolve a doutrina cameralista[2]. (…) Na América Latina, tem-se considerado Enrique Fentanes como pioneiro da Ciência Policial, ao sistematizá-la em seu ‘Tratado de Ciencia de la Policía’ (1972)”.
Para Fentanes (apud Pereira, 2015, p. 60), “a Ciência da Polícia tem como objeto o estudo sistemático e metódico da polícia como Instituição e com estrutura”, ou seja, como nos explica Pereira[3], a denominação de ciência implica afirmar que “o estudo da polícia assume a qualidade de conhecimento científico considerado como um sistema de conhecimentos”, uma ciência cujo objeto é a polícia, como instituição e estrutura.
Álvaro Lazzarini[4] (apud Nassaro, 2009[5]), cuida do tema de “Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública” como: “conjunto sistemático e objetivo dos fenômenos que interessam à atividade policial para o regular exercício do poder de polícia, balizado pelos princípios jurídicos das Ciências do Direito e afins, como também pelas modernas técnicas da Ciência da Administração Pública, com a finalidade de realizar o bem comum”.
Célio Egídio da Silva[6], citado por NASSARO (2009), traz um conceito muito próximo à realidade policial, sem se afastar da dogmática e da pesquisa acadêmica e conciliando a atividade de policiamento ostensivo e a de polícia judiciária:
“Ciência na área das humanidades que verifica, analisa, pesquisa e desenvolve uma metalinguagem da “praxis” policial que envolve as atividades de polícia ostensiva e investigativa, em seu sentido restrito. Em sentido amplo, a conceituação abrange também as atividades de ordem e segurança pública, esta sim, na plenitude da atividade estatal de polícia que busca a melhor convivência social e democrática. É uma velha, mas neófita, ciência, pois o conglomerado de conhecimentos acumulados em quase dois séculos de existência das corporações policiais trazem à tona uma seara de conhecimento a ser pesquisada e traduzida à luz da ciência policial, autônoma e tendo as demais como ciências afins”.
Sem dúvida, “o desafio que hoje se apresenta é a organização do conjunto desses conhecimentos, em formato sistêmico e a delimitação dos [seus] contornos[7]”.
E é por essa razão que várias iniciativas de aplicação de metodologia de pesquisa, de ensino policial e de fomento às pesquisas de ciências policiais (observatórios e grupos de pesquisa) têm sido implementadas, por diversas academias de polícia, com o fim de capacitação, profissionalização e humanização da atividade policial.
II – Instrumentos de fomento às pesquisas de ciências policiais
No Brasil, e no âmbito da Polícia Federal, as pesquisas acadêmicas da Diretoria de Gestão de Pessoal, por sua Academia Nacional de Polícia (ANP), levaram à realização, no mês de julho de 2010, do I Seminário Internacional sobre Ciências Policiais e Política Criminal, em Brasília, sob os auspícios da ANP e do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, de Portugal, com o fim de consolidar a ideia de uma ciência policial.
Nas palavras de Santos e Barbosa (2010)[8], que moderaram os debates e destacaram os principais pontos dos painéis:
“As atividades do I Seminário Internacional sobre Ciências Policiais e Política Criminal, constituem os primeiros passos de longo caminho que será percorrido para se conseguir consolidar a ideia de uma Ciência Policial no Brasil, com campo de projeção próprio, mas com perspectivas diferentes, porém convergentes no sentido da importância de ter, por um lado, o ente Polícia como objeto de uma ciência e, por outro, uma Polícia que fomente a dialética, o diálogo que lhe permita figurar no centro do processo de construção de realidade democrática e justa”.
A ideia tomou corpo com a edição da Revista Brasileira de Ciências Policiais(RBCP)[9] e a edição de uma pós-graduação pela Coordenação da Escola Superior de Polícia da ANP (CESP/ANP) sobre “Ciências Policiais e Investigação Criminal”.
No ano de 2017, a especialização mencionada foi aberta, por convite institucional, às polícias Civis do DF, GO e MG, e trouxe disciplinas como Teoria das Ciências Policiais; Criminologia; Direitos Humanos, Polícia e Sociedade; Crime organizado e corrupção; Investigação Criminal; Inteligência Policial aplicada; Análise Criminal; Uso Diferenciado da Força; Atividade pericial criminal nas ciências policiais; Identificação humana nas ciências policiais; Metodologia de Pesquisa e Metodologia do Ensino Superior, todas com parte da carga horária destinada a leituras, pesquisas, debates, oficinas, sem prejuízo de exposições orais e associando-se o conhecimento dogmático ao prático policial.
O programa de pós-graduação foi precedido de edital, dirigido, de forma integradora, universal e democrática, a todos os cargos policiais e direcionado à formação acadêmica do policial como pesquisador e docente. O foco em pesquisas em ciências policiais foi destacado desde o início, quando o candidato foi instado a apresentar o seu pré-projeto de pesquisa como requisito de seleção, que foi muito concorrida.
Na justificativa para implementação do programa de pós-graduação e introdutória para os alunos, constante na página web do curso[10], constaram as linhas diretrizes não apenas do certame, mas também da especialização que se desenhara, do objeto e importância de estudo das ciências policiais:
“Estabelecer a área de conhecimento das ciências policiais é fundamentar a prática profissional policial em conhecimentos que possam ser avaliados, criticados e passar pelo escrutínio de outros profissionais, da academia e de pesquisadores.
Não se consegue desenvolver uma área de conhecimentos se não houver fomento a pesquisas nesta área e não estiverem bem delineados seus espaços dentro da comunidade científica. As ciências policiais, para se afirmarem, enfrentam alguns desafios, pois elas englobam inúmeras outras áreas de conhecimento em suas atividades.
As Ciências Policiais envolvem investigação de soluções para aspectos como: (i) debate sobre o papel da polícia e sua história; (ii) análise do uso progressivo da força e a sociologia da polícia; (iii) análise de criminologia e da política; (iv) polícia judiciária e Estado democrático; (v) estudos teórico-científicos sobre a natureza, método e lógica da investigação e a busca da verdade; (vi) estudos e fundamento de uma teoria da investigação e outros temas que as envolvem tais como: teoria do crime e tipos penais, teoria das provas criminais, direitos fundamentais etc.”
Outro instrumento de fomento às pesquisas em ciências policiais é a RBCP (ISSN 2178-0013), que veiculou inúmeros artigos sobre ciências policiais, com autores nacionais e estrangeiros, publicidade semestral e comissão editorial com expertos de universidades brasileiras e no exterior, sendo objeto de leitura obrigatória quando se trata de temática de ciências policiais, investigação criminal, atuação da Polícia Federal, direitos humanos, segurança pública, combate ao crime organizado, corrupção e desvio de recursos públicos, com uma vasta gama de debates modernos, em evidência nos concursos públicos atuais.
III – Instituições de ensino superior autorizadas pelo Ministério da Educação, no âmbito das ciências policiais
A ANP é uma das escolas de governo, que foram criadas com a finalidade de promover a formação, o aperfeiçoamento e a profissionalização de servidores públicos. As escolas de governo, entre as quais estão as academias policiais, se inserem no contexto de política governamental de implantação, a execução e a avaliação de políticas públicas, com foco na formação de servidores públicos em inúmeras áreas técnicas, bem como de direitos humanos, ética e cidadania.
Em consulta ao sistema e-MEC[11], com as palavras chaves “ciências policiais”, foram encontradas seis instituições de ensino superior credenciadas pelo MEC e que ministram curso de especialização sobre essa temática, no DF, GO, MS e SP, entre elas o Instituto Superior de Ciências Policiais (ICSP) da Polícia Militar de Brasília e a Academia Nacional de Polícia, da Polícia Federal (ANP/PF).
Em relação ao credenciamento do Instituto Superior de Ciências Policiais, o Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (CNE/MEC), no Parecer CNE/CES 68/2013[12], registrou que as ciências policiais “devem ser inscritas no universo das ciências desenvolvidas no Brasil”:
“Um outro aspecto, este, sim, merecedor da reflexão deste Conselho, consta do Parecer nº. 1.295, de 11 de novembro de 2011, do antigo Conselho Federal de Educação, que reconheceu as ‘Ciências Militares no rol das ciências estudadas no Brasil, resguardando-se os aspectos bélicos, exclusivos das Forças Armadas.’ Por analogia, penso que as Ciências Policiais devem ser inscritas no universo das ciências desenvolvidas no Brasil”.
Ao tempo do credenciamento do ICSP, texto de Fábio Evangelista[13] para a página da PM-DF na internet enalteceu o depoimento de um dos avaliadores do MEC e a capacitação policial:
“Durante a avaliação realizada pelo MEC, profissionais da educação acompanharam o processo. Entre eles, o professor do departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Rondônia, Vinício Carrilho. ‘Quem imaginaria encontrar um soldado com mestrado em filosofia? Custei um pouco para crer, mas na PMDF encontrei. Na academia de polícia, convivem lado a lado a autoridade e o saber. A Polícia Militar do DF é inteligente, uma referência nacional’, afirmou Carrilho”.
Em São Paulo, a Lei Complementar 1.036/2008[14], definiu que o sistema de ensino da Polícia Militar manterá, além de cursos sequenciais, de graduação e formação, os seguintes programas de educação superior:
“a) curso de especialização no sentido lato, destinado a ampliar os conhecimentos técnico-profissionais que exijam práticas específicas, habilitando ou aperfeiçoando a formação do policial militar para o exercício de suas funções nas respectivas áreas de atuação;
b) programa de mestrado profissional no sentido estrito, direcionado para a continuidade da formação científica, acadêmica e profissional, e destinado a graduar o Oficial Intermediário, capacitando-o à pesquisa científica, à análise, ao planejamento e ao desenvolvimento, em alto nível, da atividade profissional de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, de bombeiro e de execução das atividades de defesa civil;
c) programa de doutorado no sentido estrito, direcionado para a continuidade da formação científica, acadêmica e profissional, e destinado a graduar o Oficial Superior para as funções de administração estratégica, direção e comando nas áreas específicas de polícia ostensiva, preservação da ordem pública, de bombeiro e de execução das atividades de defesa civil, bem como o assessoramento governamental em segurança pública”.
Inúmeros debates importantes e atuais são trazidos à baila no seio das academias de polícia, o que destaca a imprescindibilidade curricular de disciplinas como Direitos Humanos, Sociologia e Criminologia, que enalteçam a construção de um raciocínio crítico e que possibilite à sociedade e aos profissionais de segurança pública discussões profícuas sobre temas candentes como os meios de investigação e resolução de crimes, acertos e desacertos da política criminal, a legitimidade do sistema penal e a atuação policial como um todo, assuntos que são reiteradamente veiculados em seminários de ciências policiais.
Por fim, à medida em que se consolida o ensino policial, as ciências policiais e as boas práticas, deve-se buscar a simultânea modernização das estruturas acadêmicas. Muitas das longas aulas teóricas e de textos normativos poderiam ser substituídos por videoaulas em plataforma educacional a distância, sem necessidade de pagamento de passagens aéreas e diárias para um enfadonho ensino de leis, atos normativos e tratados internacionais. Em contrapartida, importantes cursos de aperfeiçoamento profissional para progressão de classe e para se atingir o nível mais alto da carreira (a classe especial) não deveriam ser jamais a distância, mas, sim, presencial, para debates e oficinas que (re)discutam o papel da polícia na sociedade, experiências, questões de gestão e estratégicas, bem como para que se desfaça o mantra de que a polícia “enxuga gelo” e que aumentar o efetivo policial e recursos materiais e logísticos seria apenas “dar mais do mesmo”.
Enfim, o ensino é um pilar sem o qual nenhuma instituição, policial ou não, sobrevive e evolui, portanto, as instituições devem respeitar e investir o quanto puderem nessa área; que é a única capaz de verdadeiramente transformar não apenas o perfil do profissional, mas o do exercício de toda a atividade desempenhada.

[1] PEREIRA, Eliomar da Silva. Introdução às Ciências Policiais: a Polícia entre Ciência e Política. São Paulo: Almedina, 2015, p. 49.
[2] Idem, p. 50.
[3] Ibidem.
[4] Revista A Força Policial, PMESP, n. 58, 2008. São Paulo.
[5] NASSARO, Adilson Luís Franco. Ciências Policiais de Segurança e ordem pública. 2.nov.2009. Disponível em: http://ciencias-policiais.blogspot.com.br/2009/11/ciencias-policiais-de-seguranca-e-ordem.html. Acesso em 3.mar.2018.
[6] SILVA, Célio Egídio da. A Autonomia das Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, CAO-II-09, PMESP, 2009.
[7] NASSARO, idem.
[8] SANTOS, Célio Jacinto dos; BARBOSA, Emerson da Silva. Polícia Federal e as ciências policiais. In Migalhas. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI115725,101048-Policia+Federal+e+as+ciencias+policiais. Acesso em 3.mar.2018.
[9] https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/issue/archive. Acesso em 3.mar.2018.
[10] https://ead.dpf.gov.br. Acesso em 3.mar.2018.
[11] E-MEC. Cadastro e-MEC de Instituições e Cursos de Educação Superior, base de dados oficial e única de informações relativas às Instituições de Educação Superior – IES e cursos de graduação do Sistema Federal de Ensino. Disponível em: http://emec.mec.gov.br/emec/nova#simples. Acesso em 3.mar.2018.
[12] Relator José Eustáquio Romão (e-MEC 201100815), aprovado em 13/3/2013 (Portaria 716, publicada no DOU 1, de 9/8/2013).
[13] EVANGELISTA, Fábio. MEC Credencia Instituto Superior de Ciências Policiais da PMDF. 20 ago.2013. Disponível em: http://www.pmdf.df.gov.br/site/index.php/noticias/destaques/978-mec-credencia-instituto-superior-de-ciencias-policiais-da-pmdf. Acesso em 4.mar.2018.
[14]http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2008/lei.complementar-1036-11.01.2008.html
 é delegado da Polícia Federal, mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília, especialista em segurança pública e defesa social e professor da Academia Nacional de Polícia. Foi assessor de ministro do Superior Tribunal de Justiça e da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal.
Texto originalmente publicado em: Revista Consultor Jurídico, 6 de março de 2018