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CONQUISTA | Plenária interage em sessão que debateu saúde mental em Conquista

A sessão especial realizada na Casa do Povo, que discutiu a Saúde Mental, contou com a participação da comunidade conquistense, que acompanhou as discussões e apresentou relatos e considerações sobre o tema. A sessão foi proposta pelo presidente da Casa, Luciano Gomes (PL).

João de May, portador de necessidades especiais, destacou que as pessoas que sofrem de algum transtorno enfrentam inúmeros preconceitos. Ele relatou que mesmo já adulto, ainda é discriminado. 

Zé da Paz lembrou que no passado muitas pessoas morreram socialmente isoladas por falta de um olhar mais empático para com elas. “Todas as pessoas portadores dessa anomalia eram consideradas endemoniadas, eram isoladas da família”, recordou. Ele comemorou o fato de a percepção da sociedade sobre os problemas mentais ter se transformado e estar evoluindo cada vez mais. 

Quem também usou a tribuna livre foi o psicanalista clínico Messias Carvalho, que ressaltou a importância da discussão. Ele lembrou que as pessoas precisam cuidar mais da saúde mental. 
“Se a saúde mental não está bem, nada estará bem”, disse, lembrando que “as questões de ordem externa se resolvem de forma mais fácil, mas as de ordem interna são mais difíceis”. O psicanalista ressaltou que é necessário o atendimento terapêutico para se ter qualidade de vida. “O ser humano não precisa ter, precisa ser; e a família é parte importante nesse tratamento”, concluiu. 

CONQUISTA | Câmara discute saúde mental em sessão especial

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Saúde Mental foi o tema tratado na sessão especial realizada na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, na manhã dessa quarta-feira, 14. A sessão foi proposta pelo presidente da Casa, Luciano Gomes (PL), com o objetivo de debater as políticas públicas, tratamentos e diagnósticos de doenças mentais. 

Segundo o presidente, esse tipo de discussão é importante para que a sociedade possa entender o trabalho realizado pelos médicos, psicólogos, assistentes sociais, pela família desses pacientes e por todos que lidam diretamente com pessoas que apresentam algum tipo de problema mental. “Precisamos trabalhar não só o tratamento dessas pessoas, mas, principalmente, a ressocialização desses pacientes no seio familiar e em toda a comunidade”. 
Falar sobre saúde mental é ter uma visão além do óbvio – O advogado Helson Santos de Lima iniciou os pronunciamentos dizendo que todos devem se preocupar com a temática da saúde mental. Afirmou que é necessário discutir este tema, porque é tratar da dignidade da pessoa humana, e ressaltou que também a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem se preocupado com essa discussão, buscando parcerias com o CAPS e com a Câmara. Helson também comentou que ser vereador é ter uma visão além do óbvio e discutir a saúde mental é ter essa visão. Finalizou pedindo que todos possam visitar o CAPS e ouvir os psicólogos para entender a situação das pessoas que vivem lá.
Laços afetivos são necessários – A psicóloga clínica Márcia Quely Santos Rocha frisou que a ressocialização de pacientes com algum transtorno mental é mais efetiva quando se mantém os laços com os familiares. Ela ainda ressaltou que o estímulo cognitivo e afetivo é fundamental nesse processo, pois diminui flutuações como delírios visuais e auditivos. Essa estimulação ainda ajuda na capacidade de memorização dos pacientes, sobretudo àqueles que utilizam muitos medicamentos.
Reintegração à família – A assistente social Mércia Caroline Leal falou sobre sua função de acolher os pacientes, participar de trabalhos terapêuticos junto com eles e posteriormente reintegrá-los ao convívio familiar e à sociedade.
É preciso defender os avanços conquistados – O presidente da Comunidade Terapêutica Fazenda Vida e Esperança (Cotefave), Padre Edilberto, lembrou que a Saúde Mental sempre foi um problema no Brasil. “A saúde mental foi sempre um problema no Brasil. As pessoas eram tratadas como loucas, desprezadas pela família e isso vem percorrendo ao longo da nossa história. De 25 anos pra cá abriu-se uma discussão de que a sociedade deveria discutir a respeito da saúde mental”, destacou o padre. Ele ponderou, no entanto, que é preciso cuidado para não perder os avanços construídos. “Tivemos um avanço, porém está havendo um certo retrocesso nessa discussão. Precisamos ampliar a discussão, porque podemos cair no risco de perder esses avanços”, disse ele, ressaltando a necessidade de promover a vida de pessoas com doenças mentais.
Hospital de Conquista atende metade da Bahia – Representando o Complexo de Saúde Unidade Crescêncio Silveira, Lígia Matos iniciou sua fala relatando toda a parte legislativa que trata da reforma psiquiátrica, criação de Caps e hospitais especializados, e equipes multidisciplinares. Ela pontuou a questão do Hospital Afrânio Peixoto e explicou que todos os serviços anteriormente realizados lá, agora são feitos no Hospital Crescêncio Silveira. Segundo ela, apenas o atendimento ambulatorial foi reduzido: “Mais de 4 mil pacientes atendidos no Afrânio Peixoto eram de Vitória da Conquista e agora são assistidos pelo município”. Ela contou ainda que atualmente mais de mil pacientes são atendidos pelo hospital, que atende boa parte do Estado. “Temos 21 leitos de internamento e hoje atendemos metade da Bahia. Cocos, Bom Jesus da Lapa, Ilhéus, Teixeira de Freitas, entre outros”, contou. Matos destacou que o hospital funciona como uma UTI, tratando a crise do paciente e a mudança só beneficiou a população. Disse que todos os pacientes realizam os exames necessários, muitas vezes, no mesmo dia. Finalizou ressaltando todos os investimentos do governo do Estado e lamentou que recursos do governo federal não sejam liberados para que novos investimentos sejam feitos na área. 
Valorização profissional – O policial militar Tarsio Oliveira explicou que a corporação tem o Serviço de Valorização Profissional (SEVAP) para atender os policiais e seus familiares em questões de saúde, inclusive a mental. Ele explicou que existe uma equipe de psicólogos e não é necessário fazer agendamento, uma forma de facilitar o acesso e quebrar o preconceito. Segundo Oliveira, podem ser tratados temas pessoais e relacionados ao trabalho. 
É preciso união – Representando o Centro de Recuperação e Amparo ao Menor de Vitória da Conquista (Creame), Jailton de Jesus, ressaltou ser uma grande responsabilidade acolher pessoas com dependência química. “Nós temos uma responsabilidade muito grande em tratar com essas pessoas que infelizmente tiveram um envolvimento e acabaram presas na dependência química”, disse ele. Jailton ressaltou que é preciso mais união para uma ação mais efeetiva no combate à dependência química. “Que nós possamos dar as mão para realizar um trabalho melhor, nós precisamos nos unir. Esse trabalho é de toda a sociedade conquistense”, finalizou.
A participação da família é fundamental – O psicólogo Edgard Filipe Carvalho de Oliveira explicou que a saúde mental vem sendo bastante discutida pela sociedade. Ele relatou todo o funcionamento e atendimentos oferecidos pelo Hospital Dia e que o mesmo está entre a lacuna do ambulatório e a internação. “Lá é feito um trabalho humanizado 24h por dia”, contou.  Outro ponto tratado por ele foi o trabalho feito junto com a família: “Sem a família no ciclo terapêutico, o tratamento não funciona. Às vezes não temos êxito porque a família não está participando. 
O cuidado deve ser completo – A coordenadora de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Thayse Andrade Fernandes, afirmou que é de uma grande responsabilidade estar representando a garantia das políticas públicas da saúde mental.  Thayse salientou que é necessário reafirmar a lei da reforma psiquiátrica e que não se pode pensar em saúde mental apenas considerando alguns dispositivos, mas deve-se atentar a toda a integralidade do cuidado nas portarias da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial. “Se olharmos isso apenas como o problema, não estamos observando o cuidado com as pessoas”, afirmou a coordenadora.

CONQUISTA | Vereadores defendem investimentos e ações do poder público no tratamento da saúde mental

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Durante a Sessão Especial realizada dessa quarta-feira, 14, com o tema Saúde Mental, o líder da Bancada de Situação, Luís Carlos Dudé (PTB), comentou sobre o Hospital Crescêncio Silveira e o atendimento potencial da unidade à metade dos municípios baianos.
O vereador afirmou que conhece pessoas dos quatro cantos da região e do estado que vêm a Vitória da Conquista para serem atendidas, apesar da unidade apresentar apenas 21 vagas para tratamento da saúde mental. Segundo Dudé, é necessário extrair dessa discussão algo que sirva para melhorar as condições de saúde mental das pessoas.
O parlamentar salientou ainda a necessidade de cobrar aos deputados de Vitória da Conquista que consigam junto ao governo estadual, investimentos para a saúde mental do município e melhorias no Crescêncio Silveira. “Respeitem Vitória da Conquista que é a 3ª maior cidade da Bahia, mas acima de tudo, respeitem o ser humano que precisa cada vez mais de saúde”, finalizou.
A vereadora Viviane Sampaio (PT), líder da Bancada de Oposição, parabenizou o presidente da Casa, Luciano Gomes (PL), pela iniciativa da sessão. Ela destacou que se trata de um tema bastante relevante e que necessita de debate e ações do poder público. A edil relatou políticas públicas para a saúde mental, muitas delas pioneiras, implantadas no município, como o Centro de Estudos e Atenção às Dependências Químicas (Cead), que foi substituído pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Em sua fala, ressaltou a importância de outras intuições públicas e do terceiro setor que fazem parte da rede de saúde e atendem pessoas na área de saúde mental.

CONQUISTA | Câmara busca intermediação entre sindicatos e prefeitura sobre aumento salarial

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Representantes do Simmp, Sindacs e Sinserv, estiveram na Câmara, nessa quarta-feira, 14, para uma conversa com o legislativo sobre o reajuste salarial dos servidores da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.

Na oportunidade, estiveram presentes os vereadores Nildma Ribeiro (PCdoB), Fernando Jacaré (PT), Viviane Sampaio (PT), Jorge Bezerra (SD) e o presidente do legislativo, Luciano Gomes (PL).
A reunião aconteceu após a audiência pública realizada na Casa do Povo na última terça-feira (13), quando os representantes dos sindicatos puderam mais uma vez manifestar suas reivindicações e pedir aos vereadores para mediar as negociações com a prefeitura, já que os secretários se negam a recebê-los. 
Ao final da reunião, ficou acordado que o líder do Governo na Câmara, vereador Jorge Bezerra, entrará em contato diretamente com a Secretaria de Administração e com o Prefeito Herzem Gusmão (MDB) para que as negociações avancem. Até a próxima segunda-feira (19), sindicatos e vereadores devem realizar uma nova rodada de discussões.

ABSOLVIDO | Tribunal do Júri absolve acusado de tentativa de feminicídio em Conquista

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Nessa quarta-feira, 14, foi levado a julgamento pelo Tribunal do Júri de Vitória da Conquista, Bahia, o réu Eugênio Ferreira Reis Santos, acusado da prática de tentativa de  feminicídio.

Segundo a acusação, o fato teria acontecido no dia 5 de abril de 2018, por volta das 23h30, em via pública, na Rua Itambé, no Bairro Brasil, tendo como vítima  Jamile Lima Oliveira. O acusado estava preso há um ano e quatro meses.

Submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença decidiu pela absolvição.  O julgamento foi presidido pelo Juiz de Direito, Reno Viana Soares, que na sentença revogou a  prisão preventiva do acusado e determinou a expedição de Alvará de Soltura. 

No julgamento pelo Tribunal do Júri, atuou na acusação o Promotor de Justiça José Junseira Almeida de Oliveira. Na defesa atuou a Defensora Pública Ana Luíza Brito Silva.

Na próximo dia 28 de agosto de 2019, será julgado pelo Tribunal do Júri, pela segunda vez, o vigilante Adriano Silva dos Santos. Ele é acusado, juntamente com os Pastores Edimar da Silva Brito e Fábio de Jesus Santos, da autoria dos assassinatos da Pastora Marcilene Oliveira Sampaio e da sobrinha dela Ana Cristina Santos Sampaio, fatos acontecidos em janeiro de 2016.

LUTA SOCIAL | Marcha das Margaridas 2019 reúne mais de 100 mil mulheres em Brasília

Organizada por mulheres do campo, da floresta e das águas, Marcha das Margaridas ocorre desde 2000, sempre em Brasília (DF) - Créditos: Foto: Pedro França/Agência Senado
A capital federal recebeu, nessa terça-feira, 13, cerca de 100 mil participantes da Marcha das Margaridas 2019, que reúne especialmente mulheres do campo, da floresta e das águas. Ao lado da deputada federal, Alice Portugal, a vereadora conquistense Nildma Ribeiro (ambas do PC do B) são as maiores incentivadoras da marcha na Bahia.

A programação incluiu atividades culturais, formativas e políticas ao longo do dia, anunciando a chegada da tradicional passeata, que percorreu a Esplanada dos Ministérios nesta quarta (14), a partir das 7h.
Em sua sexta edição, o evento traz este ano uma plataforma política em vez de uma pauta.  O documento, produzido a partir de diálogos e debates com mulheres da base, reafirma a defesa de temas como a terra, a água, as práticas agroecológicas, as políticas de educação e saúde, o combate à violência de gênero, além da Previdência Social, hoje no centro da principal queda de braço no Congresso Nacional.
“É uma plataforma que anuncia qual é o modelo de sociedade que as mulheres defendem. Esse documento tem a cara das mulheres de todo o Brasil”, afirma a coordenadora da Marcha, Mazé Morais, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O movimento se traduz na mais importante mobilização conjunta de mulheres da América Latina, além de contar com um raio de apoio que extrapola os limites do continente. Ao todo, a passeata vai contar com representantes de cerca de 26 países, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Guatemala, Austrália, Inglaterra, Suíça e Quênia.
“Pra gente, [isso] é extremamente importante porque potencializa nossa luta como trabalhadoras rurais. As nossas reivindicações acabam sendo convergentes, não muito diferentes. Os problemas que a gente tem no Brasil nos outros países as mulheres vêm sofrendo”, afirma Mazé Morais.
Uma homenagem à Margarida Alves
Nomeada em referência à líder sindical paraibana Margarida Alves, assassinada em 1983 a mando de latifundiários, a marcha é espaço para o compartilhamento de dramas comuns e para a vocalização dos anseios que pautam a luta das trabalhadoras. A experiência e a força da trajetória da paraibana servem hoje de farol para iluminar os passos das mais de 100 mil mulheres que são esperadas no evento.  
“Ela foi uma grande lutadora e tinha muita coragem pra lutar por direitos. Isso cada vez mais, sobretudo no momento que a gente está vivenciando agora, nos dá mais força, mais coragem pra continuar lutando pelos direitos da classe trabalhadora, sobretudo os das mulheres”, frisa Mazé Morais.
A coordenadora também celebra a união com as participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, evento que ocorre desde a última sexta (9), também em Brasília (DF), e que realiza uma passeata nesta terça (13). Uma dobradinha entre elas fará com que parte das trabalhadoras da Marcha das Margaridas prestigie a programação das indígenas, bem como o oposto está programado para ocorrer na quarta (14), numa caminhada conjunta pela Esplanada.
“Acho que vai ser um momento muito simbólico. Isso mostra, mais do que nunca, que a gente precisa, pra romper, pra conseguir superar toda a desigualdade e os retrocessos, estar juntas. Mais do que nunca, essa unidade nos fortalece e nos potencializa”, finaliza. | Cristiane Sampaio, Brasil de Fato

ESTRADA DO IGUÁ | Rui Costa autoriza estudo para asfaltar estrada da BR-116 até o distrito conquistense

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O governador Rui Costa (PT) garantiu que irá solicitar estudo técnico para asfaltar a estrada vicinal que parte da alça do aeroporto, na BR-116, até o Iguá, atendendo a uma reivindicação da comunidade do distrito do iguá, a 14 km de Vitória da Conquista.

O anúncio foi feito durante o programa “Papo Correria”, nesta quarta-feira, 14, que contou com a participação de Marcus Cavalcanti, secretário de Infraestrutura do Estado. Cavalcanti destacou que o projeto será clocado em dotação orçamentária

“É uma estrada vicinal, portanto é uma estrada do município, mas a população pede que a gente faça o asfalto para conectar o aeroporto à cidade”, frisou o governador. Vamos fazer o projeto, vem quanto custa para colocar no orçamento”, reforçou Rui, que cobrou à Viabahia a implantação de um viaduto sobre a rodovia federal.

“O retorno (para o aeroporto) foi importante para viabilizar a abertura do aeroporto, mas aquela passagem tá muito complicada e perigosa e portanto, o ideal, o mais rápido possível, é ter um viaduto ali, sobre a BR-116”

A estrada tem pouco mais de 4 quilômetros de extensão e é a principal ligação entre o distrito e a BR-116, no trevo conhecido como “Pé-de-galinha”.

CONQUISTA | CPI dos combustíveis é prorrogada por mais 45 dias

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga irregularidades na formação dos preços de combustíveis, no incentivo dado às distribuidoras, na composição dos preços de venda e impostos nas refinarias, nas distribuidoras e ao consumidor final, bem como os Preços do Gás GLP (Gás de Cozinha), em Vitória da Conquista, teve o prazo para a conclusão dos trabalhos estendido em mais 45 dias.

A prorrogação foi requerida pelo vereador Professor Cori, que integra a comissão e foi aprovada pela mesa. O requerimento tem como base o artigo 76 do Regimento Interno da Câmara de Vereadores. Dentre os combustíveis alvo da investigação estão a gasolina, o álcool e o etanol. | Blog do Sena

ARTIGO | Privacidade Hackeada e o Brasil (Padre Carlos)


Já escrevi outras vezes sobre estas questões, mas, volto a repetir, porque é de fundamental importância para entendermos as condições necessárias da sobrevivência da nossa democracia.

Como professor de filosofia, não poderia perder a oportunidade de explicar o assunto através de um silogismo simples: 1) a democracia pressupõe liberdade; 2) a liberdade pressupõe conhecimento e cultura; logo, 3) a democracia pressupõe conhecimento e cultura. Não é um conceito burguês: ela foi criada assim mesmo, e não dá para voltar atrás.
 
N.R.: Silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita. É um argumento dedutivo constituído de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que, a partir das duas primeiras, é possível deduzir uma conclusão. 


A chave está no início da frase 2) do silogismo: de fato, só com conhecimento e cultura é que posso fazer escolhas livres e assim, bem informadas, terei instrumentos de análise e de crítica que poderão permitir separar o joio do trigo, e saber se, ou até que ponto, está sendo enganado/ influenciado/ condicionado nas minhas escolhas – o que em política é determinante.

O que vou dizer aqui incomodará muita gente, mas corresponde exatamente ao que penso sobre o assunto e o que a realidade mostra cada vez mais, todos os dias. E o que realmente mostra esta realidade? Ela revela cada vez mais, que a ignorância está se generalizando, crescendo cada vez mais e se espalhando em um ritmo assustador – e em particular no domínio mais essencial da democracia: a comunicação.
 
A maioria dos nossos jovens já não consegue ler um livro, a não ser que seja forçado e não tem o hábito de ler jornais (e quando o fazem é no celular, em uma tela onde cabem pouco mais do que os títulos: o texto fica muito pequeno e é uma chatice aumentar a tela e corrê-la com os dedos para poder ler um texto completo); e o que é pior, “informam-se” nas redes sociais – o mais poderoso veículo de propagação de mentiras e distorções da realidade que jamais tivemos notícias desde a invenção da escrita.

Não é por acaso que os políticos cada vez mais, se dedicam à comunicação através das redes sociais, contratando especialistas, quando não abertamente hackers e peritos na dark web, capazes das mais incríveis manipulações da realidade.

Se já ouviu falar de deep fake (vídeos falsos elaborados com recurso de inteligência artificial, tão perfeitos que parecem absolutamente reais e verdadeiros – eu “vi” um com o Reron Clinton dizendo as maiores barbaridades, feito com tão espantosa manipulação e realismo da cara, boca e expressões faciais dela que torna absolutamente” real” aquelas imagens e aquelas palavras), assim percebemos até onde a loucura chegou e pode chegar.

Agora é só imaginar porque os grandes poderes (Estados Unidos, China, Rússia) estão investindo a fundo nestas formas de “comunicação” para vocês terem uma ideia do grau que tudo isto pode atingir e ferir de morte as democracias – estão armazenando cada vez mais informação sobre praticamente tudo o que nos diz respeito, obtida precisamente através dos smartphones de uso intensivo e constante.

Informação que podem permitir e controlar e criar “informação” (falsa) destinada precisamente a cada um de nós da forma mais eficaz possível, pois corresponde ao nosso “perfil” exaustivamente traçado e estudado.

Diante de todas estas informações, como poderemos defender a nossa democracia? Só agora poderemos entender, porque a educação o conhecimento e a cultura são tão desprezados para os novos governos autoritários. Mas, como é que estas pessoas medíocres vão saber que é medíocre, se é medíocre? Parece engraçado se não revela-se uma triste realidade.
   
Os milhões que elegeram Trumps, Bolsonaros, Orbáns, Salvinis e os mais que com certeza aparecerão (e estou aqui só me referindo os que são declarados de extrema-direita prontinhos para darem o golpe de misericórdia na democracia), esses milhões não dispõem de ferramentas – falta nesta gente, discernimento: conhecimento e cultura – que lhes permitam perceber como foram enganados/influenciados/condicionados nas suas escolhas.

Portanto, afinal é muito fácil matar a democracia: basta deixar a ignorância espalhar-se e, pelo controlo das redes sociais, levar os eleitores a votarem naqueles que a irão extinguir Não podemos esquecer que fato semelhante já aconteceu nos anos 1930 com Hitler; e todas as aberrações chegaram ao poder pelo voto.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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