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REVOLTA | População cobra punição ao casal que agrediu idoso em Conquista
As redes sociais foram invadidas por postagens denunciando a agressão a um idoso de 69 anos praticada pelo empresário Lucas Maltez no último final de semana.
O ato que provocou repulsa geral foi flagrado por câmeras e monitoramento, o que possibilitou a identificação do agressor e da esposa dele, Hanah Marielly, envolvida num acidente de transito que culminou com o crime de lesão corporal.
VEJA O VÍDEO ( CENAS FORTES)
Nas redes sociais, além de prints com as imagens do casal, internautas relatam o ocorrido. “Um idoso foi brutalmente espancado depois de um acidente de trânsito. Tudo aconteceu depois que um HB20 de cor branca, dirigido pela arquiteta Hanah Marielly, teve uma colisão com um veículo Hilux dirigido por Rodinei, de 69 anos de idade”, conta uma das postagens.
Conforme relato da ocorrência feita pelo Simtrans, foi exatamente isso que ocorreu. De acordo com as postagens, “como a motorista do HB20 não é habilitada, ligou para o esposo, o engenheiro Lucas Andrade Maltez (proprietário da Comercial Andrade, na Av. Presidente Vargas) para resolver o problema”.
Testemunhas asseguram que o esposo já chegou em tom alterado, “e sem querer fazer a ocorrência como a lei determina, ele ordenou para que a esposa entrasse no carro e se evadisse do local, e munido de tamanha covardia o engenheiro agrediu severamente o idoso de forma cruel e desumana, o desferindo chutes,murros e empurrões”.
A reportagem do Sudoeste Digital tenta contato com o casal. Em contato com a imprensa, o advogado do casal não informou se a mulher possui habilitação para conduzir veículo automotor, mas antecipou que os clientes irão ser apresentados na Delegacia de Polícia Civil, que apura os fatos. A família do idoso não informou sobre seu estado de saúde. O conteúdo está em atualização.
ARTIGO ESPECIAL | Lá vem o Brasil descendo a ladeira – Vende-se uma Nação
Por Márcio Higino* – Caros leitores, não é de hoje que a nação brasileira, independente dos períodos históricos que experimentou, desde o descobrimento até os nossos dias – com raros e curtos períodos de exceções – é espoliada nas suas riquezas naturais e também naquelas produzidas pelo povo brasileiro, que parecem inesgotáveis.
Do período pré-colonial até hoje, sempre foi assim, por governos sem amor pela Pátria.
Não é objeto deste comentário percorrer e analisar esses períodos históricos. Para tal, recomendamos a leitura de Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, História Econômica do Brasil, de Caio Prado Júnior, etc.
Tomaremos como ponto de partida período histórico mais contemporâneo, como por exemplo o ambiente da abertura econômica estabelecida a partir dos anos 1990, governo de Collor de Mello, sem desconsiderar o golpe militar de 1964, que instituiu uma política educacional orientada fortemente para auxiliar um capitalismo dependente dos Estados Unidos.
Esse modelo de subserviência aos americanos do norte, desde o golpe militar, passando por Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e agora Jair Bolsonaro, trabalham sem dó nem piedade para entregar as riquezas nacionais, enfraquecendo a nossa soberania, humilhando e empobrecendo a nação, com aplicação das denominadas políticas econômicas neoliberais e agora as ultraliberais, destruidoras e altamente prejudiciais a quaisquer economias.
O livro A Privataria Tucana, de autoria do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, utilizou-se de um neologismo criado pelo jornalista Elio Gaspari, para explicar a combinação de privatização com pirataria.
Nas suas 140 páginas discorre sobre o entreguismo neoliberal do governo FHC, com farta documentação que demonstram indícios e evidências de irregularidades nas privatizações ocorridas naquele período.
Esse filme, que já assistimos não faz tanto tempo assim, apresenta-se agora remasterizado pela tecnologia do ultraliberalismo do Paulo Guedes.
Na história, na prática e na integridade, entrega-se o Brasil e suas riquezas a outros interesses que não são os pátrios, sustentados por governos entreguistas e subservientes.
Observamos que uma das principais bandeiras do atual governo é o desmonte das estatais: entregar tudo para o capital privado.É a privataria ampla, geral e irrestrita, como está registrado no blog Conversa Afiada.
O atual governo está com pressa e cobra, insistentemente, do secretário de Desestatização Salim Mattar, uma privatização por semana.
Segundo levantamento do portal G1, o governo federal já realizou 29 leilões de ativos públicos neste ano – entrega de aeroportos, terminais portuários, concessões de rodovias e ferrovias e a venda de ativos no setor de óleo e gás. Até o final do ano devem ser realizados mais 22 leilões. Para 2020 são previstos mais 45 leilões.
Dentre as estatais na mira do governo federal estão os Correios, Dataprev, Casa da Moeda, CBTU, Eletrobrś, Telebrás.
Com essas privatizações em curso e as que ainda virão, se já estamos vivendo um desemprego estrutural, decorrente de mudanças ultraliberais da estrutura econômica, projeta-se com essas políticas conservadores um aumento considerável de desempregados, subempregados e afins, flagelizando a população brasileira.
* Márcio Higino Melo, administrador.
URÂNIO | Mineração de urânio no sertão da Bahia traz à tona memória de contaminação
Uma reportagem publicada pela BBC News no último sábado relembrou acidentes ocorridos durante a mineração de urânio em Caetité. A publicação ainda apontou relação entre a atividade e a incidência de câncer de tireoide e de pulmão em moradores do município.
A reportagem lembra que deste 2014 as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) encerrou a mineração de urânio na região, no entanto, no mês passado, as autoridades que regulam a atividade de mineração de materiais radioativos autorizou a extração em uma nova mina no município.
A BBC News fez alarde na publicação aos riscos ambientais e à saúde da população que pode ser exposta à materiais radiativos. A reportagem teve acesso a um relatório produzido pela Secretaria de Saúde da Bahia que aponta a ocorrência de pelo menos cinco acidentes que expuseram o solo e os cursos d’água à radiação, entre 2000 e 2014, período do primeiro ciclo da mineração de Urânio em Caetité.
CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO
Foram ouvidas autoridades de saúde que confirmaram a alta incidência de tumores cancerígenos em paciente de Caetité e Lagoa Real. A causa provável da contaminação estaria relacionadas às explosões usadas para extrair o urânio do solo. As partículas radioativas se espalham pelo ambiente ao redor, contaminando a vegetação com um gás tóxico, o radônio. Esse gás pode agredir a pele dos trabalhadores e também se espalha por comunidades próximas.
A publicação também teve acesso a um relatório da Comissão de Pesquisa e Informação Independentes sobre a Radioatividade (CRIIRAD), que acompanha há anos o caso no sertão baiano, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras instituições.
Este relatório, produzido em 2018, aponta que foram encontrados locais com incidência de radiação até 10 vezes mais alto do que o tolerável
Ainda segundo a reportagem, órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada reclamam da falta de transparência da INB sobre os riscos das atividades da empresa.
A INB nega a relação da atividade mineradora com a contaminação e com os casos de câncer. A empresa diz ainda que sempre teve uma política de “portas abertas” e que suas atividades em Caetité são repletas de “desinformação e os mitos” em torno da mineração de urânio. | Agência Sertão
Veja a reportagem da BBB News:
Um dos objetivos do governo de Jair Bolsonaro é retomar projetos da indústria nuclear. Em 26 de setembro, foi anunciada a construção de seis novas usinas no país até 2050, como parte do Plano Nacional de Energia, com investimentos previstos de R$ 30 bilhões.
Dias depois, em 7 de outubro, o governo liberou os trabalhos, ainda que preliminares, em uma mina de urânio no sertão da Bahia, sob responsabilidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Não há exploração nessa área há cinco anos.
A autorização trouxe de volta à memória de quem vive nos municípios de Caetité e Lagoa Real problemas graves ligados à mineração do material radioativo. Autoridades denunciam casos de câncer na população local provocados pelo contato com a radiação e danos ainda pouco conhecidos ao meio ambiente.
Só entre 2000 e 2009, houve pelo menos cinco acidentes que contaminaram parte dos rios e solo da região, de acordo com um relatório da Secretaria de Saúde da Bahia ao qual a BBC News Brasil teve acesso. Antes da atual retomada, a INB explorou a área até 2014.
A licença concedida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no último dia 7 autoriza extração na mina do Engenho, que é parte da usina de beneficiamento nuclear da INB em Caetité.
A retomada da mineração de urânio no sertão da Bahia tem apoio do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque – que foi diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha no governo de Dilma Rousseff.
Em setembro, Albuquerque defendeu o investimento em energia nuclear brasileira na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena, e disse que prevê “um novo modelo de negócios para a mineração de urânio e a gestão de rejeitos de mineração, incluindo parcerias público-privadas”.
Os trabalhos da INB em Caetité são marcados por críticas, denúncias e processos em relação a sequelas tanto na população quanto no meio ambiente. Próximas às suas instalações ficam pequenas comunidades agrárias como Barreiro, Juazeiro e Maniaçu, além do Quilombo de Malhada.
Em Caetité, cidade de 51 mil habitantes no sertão baiano, autoridades estaduais atribuem uma maior ocorrência de câncer nos moradores locais às atividades da usina.
“Há uma incidência muito alta [de câncer] em Caetité, alguns [tipos] possivelmente ligados à mineração de urânio – como câncer de tireóide e de pulmão, mais prováveis graças à emissão de gases tóxicos na mina”, diz à BBC News Brasil Letícia Nobre, diretora de Vigilância da Saúde do Trabalhador do governo da Bahia (Divast).
Para atender a esses pacientes, em setembro de 2019 o governo da Bahia anunciou um acordo com a prefeitura de Caetité para criar um hospital especializado em oncologia no município.
Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, estudos de impacto ambiental da usina realizados há mais de 20 anos já apontavam problemas no empreendimento.
Por causa das explosões usadas para extrair o urânio do solo, partículas radioativas se espalham pelo ambiente ao redor, contaminando a vegetação com um gás tóxico, o radônio. Esse gás pode agredir a pele dos trabalhadores e também se espalha por comunidades próximas.
Os estudos de impacto ambiental previram que haveria contaminação de mananciais subterrâneos, assoreamento dos rios por causa do depósito de sobras da mineração e inviabilidade do uso da água em pontos como o Córrego do Engenho.
Durante a mineração de urânio nessa área, órgãos como o antigo Instituto de Gestão de Águas e do Clima da Bahia identificaram contaminações radioativas de cursos d’água próximos ao complexo da INB.
Tanto o governo estadual quanto organizações civis criticam a falta de transparência da INB em relação às suas atividades e à saúde de seus funcionários. A Diretoria de Vigilância da Saúde do Trabalhador da Bahia disse à BBC News Brasil que, desde 2000, seus técnicos foram impedidos de fiscalizar o complexo da INB por diversas vezes. No total, houve apenas cinco inspeções do órgão ali, realizadas espaçadamente desde 2008.
“Temos dificuldades de acesso a informações sistemáticas sobre os cuidados epidemiológicos e sanitários [implantados pela INB] dentro do complexo”, diz Letícia Nobre.
Procurada pela BBC News Brasil, a estatal afirma que sempre teve uma política de “portas abertas” e que suas atividades em Caetité são repletas de “desinformação e os mitos” em torno da mineração de urânio.
A INB afirma ainda que “desenvolve permanentemente programas de monitoramento ambiental e de proteção radiológica para assegurar a qualidade do meio ambiente e preservar a saúde de seus empregados e da população das proximidades”.
Acidentes ‘mal explicados’
Acidentes dentro das instalações da INB nem sempre foram devidamente divulgados à sociedade.
Segundo relatório de 2009 feito pela Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde da Bahia, à época já havia ocorrido pelo menos cinco acidentes “mal explicados ou ainda sigilosos”. Um exemplo foi o vazamento de 5 milhões de m3 de licor de urânio e lama radioativa no solo e no Riacho das Vacas por mais de dois meses, sem parar, em 2000.
“Só após um ano [ou seja, em 2011] a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) admitiu o acidente, estimando que 67 quilos de concentrado de urânio vazaram por 76 dias”, consta no documento do órgão estadual baiano.
Ainda segundo a secretaria estadual, técnicos da CNEN chegaram a recomendar o fechamento da mina de Cachoeira “por risco de desabamento e contaminação da água”. A extração, porém, seguiu até 2014.
Por causa das irregularidades, a empresa estatal enfrenta processos na Justiça federal e do Trabalho.
Hoje, o Ministério Público Federal mantém aberto um inquérito civil para “fiscalizar as atividades [da INB], em especial quanto à eventual contaminação de fontes de abastecimento humano ou reservatórios de água pelas atividades de extração, transporte ou beneficiamento de urânio”.
Contaminações e falta de segurança
Em janeiro de 2019, a INB foi condenada pela Justiça do Trabalho por manter funcionários terceirizados trabalhando por anos sem proteção em locais com alto risco de contaminação radioativa.
Segundo a decisão da Vara do Trabalho de Guanambi (BA), “em 2011 a área [da mina da Cachoeira] foi interditada, justamente porque a operação de embalagem ou reembalagem de tambores, contendo material radioativo, era realizada sem a proteção adequada do pessoal envolvido”.
Na mesma decisão, a Justiça determinou que a INB pague R$ 100 mil de indenização por danos morais. O processo foi movido pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia, que também pediu a elaboração de estudos independentes sobre a incidência de radiação na área.
A BBC News Brasil teve acesso a parte desses relatórios. Os estudos são da Comissão de Pesquisa e Informação Independentes sobre a Radioatividade (CRIIRAD), que acompanha há anos o caso no sertão baiano, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras instituições.
Os pesquisadores estiveram em Caetité entre 7 e 14 de novembro de 2018, percorrendo locais como Baixa da Onça, Bela Vista, Gameleira e Pega Bem – todos nos arredores do complexo da INB. Os técnicos mediram os níveis de radiação no solo, na água e no ar, além de ouvir moradores, promotores de justiça e autoridades sobre a mineração de urânio ali.
O relatório assinado pelo diretor da CRIIRAD, o engenheiro nuclear Bruno Chareyron, traz dados preocupantes sobre os impactos da extração do minério radioativo na região.
No documento, há medições que apontam uma concentração de urânio em cursos d’água que superam em quase 10 vezes o que é considerado aceitável para o corpo humano, segundo padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Dependendo do nível de exposição à radiação, o corpo humano pode apresentar sintomas como náuseas e vermelhidão no corpo, ou danos mais graves, como problemas no sistema cardiovascular, cerebral, hemorragias internas, mutações genéticas, queimaduras e aumento no risco de câncer.
Em seu relatório, a equipe francesa também demonstra preocupação com os restos do urânio extraído pela INB. A concentração radioativa nos rejeitos é muito alta: cerca de 80% da radiação inicialmente encontrada no urânio no subsolo se mantém nas sobras da mineração, descartadas e armazenadas perto das instalações em Caetité.
Em pontos como ao sul da mina do Engenho – recém-liberada pelo governo – a radiação chega a índices que superam em até 10 vezes o que é considerado seguro para a saúde. Por isso, o diretor da comissão francesa recomenda cuidados redobrados na proteção dos trabalhadores e terceirizados que circulem nessa área.
No poço Baixa da Onça, ao norte da hoje desativada mina de Cachoeira, há veios d’água que seguem para comunidades próximas. Esse cenário, segundo os pesquisadores, é ainda mais preocupante. Foram encontrados rastros de escavações recentes em busca de urânio, feitas sem cuidados com o meio ambiente.
“Um trabalho recente de prospecção consistiu na abertura de valas, poços exploratórios, perfurações profundas. No final do trabalho, os prospectores/garimpeiros deixaram um terreno completamente devastado”, diz o diretor da comissão francesa.
Como base de comparação, Chareyron afirma que, se uma pessoa ficar por apenas 2 minutos por dia durante um ano inteiro nessa área, a quantidade de radiação à qual foi exposta excederá os limites considerados aceitáveis à saúde humana.
“Isso ilustra a falta de treinamento das empresas de perfuração sobre os riscos associados à radiação ionizante”, dizem os peritos franceses, antes de afirmarem que “tal situação não é aceitável”.
Procurada pela BBC Brasil News, a INB diz que “não possui informações sobre como esse levantamento [do CRIIRAD] teria sido feito, nem qual base de comparação de níveis de urânio foi utilizada para fundamentar os supostos resultados, e por isso não tem como se manifestar a respeito”.
Gases tóxicos e discriminação
Quando a mineração de urânio começou em Caetité, todos os aspectos do cotidiano dos pequenos agricultores e moradores do entorno da usina mudaram radicalmente. No total, o Movimento Paulo Jackson – organização civil que acompanha o caso desde 2000, batizada em nome de um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores, nascido em Caetité – estima que 12 mil pessoas vivam em áreas diretamente afetadas pelas operações da INB em Caetité, Lagoa Real e também no município de Livramento.
Rachaduras nas casas tornaram-se comuns por causa da alta concentração de gases tóxicos como o radônio, segundo pesquisas de campo conduzidas pelo Greenpeace e pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos.
À BBC News Brasil, a INB diz que implantou, entre 1989 e 1999, um programa de monitoramento ambiental que mostrou “as características do solo, dos sedimentos, das águas, da poeira, e da radiação ambiente na região antes do início das atividades”. Segundo seus estudos, a atual concentração do gás tóxico radônio se mantém dentro do padrão observado antes de seus trabalhos em Caetité.
O complexo da INB fica em um platô, cercado por comunidades agrícolas e esparsos cursos d’água – localizado no semiárido baiano, o lugar tem baixa oferta hídrica. Por sua geografia, há grandes riscos de contaminação radioativa do pouco de água que ali existe. Na inspeção mais recente, a comissão francesa confirmou o risco.
Regiões como Baixa da Onça e Gameleira são fontes de radiação gama – com alto risco não apenas no uso humano da água, mas também de exposição radioativa aos moradores pelo contato com o solo, usado inclusive na construção de casas e barracos.
“Tivemos acesso a estudos que mostravam a contaminação nas águas que os moradores bebiam e também usavam na agricultura. Por isso, a Justiça determinou o abastecimento da região por meio de carros-pipa, como no caso da comunidade do Juazeiro, por exemplo”, diz Marijane Vieira Lisboa, relatora de Direito Ambiental da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, que desenvolve ações em defesa dos Direitos Humanos.
Professora na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ela fez parte de uma equipe independente que foi a Caetité em 2011 para relatar os problemas em torno do complexo da INB.
“Encontramos irregularidades, do começo ao fim”, diz a pesquisadora, que integrou o Ministério do Meio Ambiente entre 2003 e 2004, e também é uma das cofundadoras do Greenpeace Brasil.
Em defesa das atividades na região, INB afirmou à BBC News Brasil que o complexo em Caetité tem sua licença de operação renovada continuamente desde 2009, e que a empresa “comprova ao órgão licenciador o cumprimento das condicionantes impostas para a manutenção da autorização”.
Os altos níveis de radiação também resultam em problemas socioeconômicos aos vizinhos da INB no sertão baiano. Segundo Lisboa, os agricultores não conseguem escoar seus produtos, como mandioca, geleia e queijo, ou vender crias vivas, como aves e gado – tudo graças à má fama da região.
Outras organizações que acompanham o caso têm a mesma percepção.
“Os comunitários tinham suas técnicas de proteção das nascentes e construção de cisternas. Mas, hoje, com sua produção muito reduzida e estigmatizada, em sua maioria sobrevivem da ‘aposentadoria rural’, com tristeza e medo de serem as próximas vítimas de um câncer qualquer”, diz Zoraide Vilas Boas, membro do Movimento Paulo Jackson e da Articulação Antinuclear Brasileira, e que acompanha a mineração de urânio em Caetité há quase duas décadas.
Êxodo em busca da cura
Como a mineração de urânio implica riscos à saúde, era de se esperar que os municípios da região tivessem uma infraestrutura capaz de prevenir e tratar casos de câncer e outros problemas relacionados à radiação. Não é o que acontece em Caetité e Lagoa Real.
É comum que moradores percorram centenas de quilômetros em busca do tratamento de câncer. Muitos são forçados a viajar os mais de 600 km até Salvador. O anúncio da construção do centro especializado em oncologia, feito em setembro de 2019, só veio depois de muita insistência da população.
As obras ainda não têm previsão de início ou inauguração – segundo o governo do Estado, serão gastos mais de R$ 13 milhões na construção e aquisição de equipamentos para o hospital.
“As informações e registros de casos de câncer na região são bastante limitadas, e sabemos que é um problema subnotificado”, diz Letícia Nobre, a diretora de Vigilância da Saúde do Trabalhador da Bahia.
Para a secretaria de Saúde da Bahia, o êxodo em busca de tratamento pode levar a uma noção equivocada dos índices de morte por câncer em Caetité. Pesquisadores também lembram que muitas pessoas morrem longe dali, durante o tratamento, causando distorção nos dados e na relação da doença com os trabalhos da INB.
“É comum que as causas de morte sejam classificadas como ‘não identificadas’, o que inviabiliza uma estatística mais próxima da realidade que conhecemos em Caetité”, diz Zoraide Vilas Boas.
Ressabiada com o atual avanço da mina do Engenho, ela duvida que o problema seja resolvido daqui em diante.
“A população rural da região que não teve condição de sair dali sabe que terá de tolerar o lixo atômico [da mina de Cachoeira] e preparar-se para conviver com os mesmos prejuízos de sempre”, diz Vilas Boas.
À BBC News Brasil, a INB nega que suas operações tenham relação com os casos de câncer na região.
A estatal afirma que “a atividade de mineração [em Caetité] não aumenta a radiação emitida pelo urânio porque ela trabalha com esse mineral em estado natural” e que “pesquisas realizadas em diversas partes do mundo demonstraram que o urânio natural não contribui para o aumento do número de casos de câncer ou de qualquer outra doença decorrente da radiação do urânio”.
Ao longo dos anos, o governo federal já usou argumentos inusitados para defender-se da relação entre a mineração de urânio e a incidência de câncer no sertão baiano.
Em uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados em 2005, Nelson Valverde – médico indicado pela comissão nuclear brasileira – disse que há substâncias mais perigosas que as oriundas da energia nuclear. O médico citou o álcool e até mesmo dietas alimentares mal elaboradas como exemplos mais perigosos.
“O mesmo profissional [Nelson Valverde] ainda levantou a tese de que existe a possibilidade de que uma baixa dose de radiação possa ‘defender’ a célula contra uma outra dose maior. Isto é, que radiação em baixas doses podem servir como antídoto a doses maiores!”, relata um grupo de trabalho sobre o tema, formado por deputados federais em 2007.
As licenças provisórias – um ‘jeitinho’
Os problemas da mineração de urânio são conhecidos pelo poder público brasileiro há mais de uma década. A Câmara dos Deputados instaurou o Grupo de Trabalho Fiscalização e Segurança Nuclear para tratar do tema, cujas atividades foram concluídas em 2017.
No relatório final, constam episódios que permanecem pouco conhecidos ainda hoje. Entre eles, o vazamento radioativo ocorrido há quase 20 anos, com a infiltração de algo como 5 milhões de litros de material radioativo no solo baiano.
“Este acidente ocorreu em abril de 2000, mas somente foi descoberto seis meses depois devido a uma queixa trabalhista que chamou a atenção do promotor público de Caetité, Jailson Trindade. Foi ele quem deu o alerta à Comissão Nacional de Energia Nuclear sobre o acontecido, pois a INB não havia informado a ocorrência do acidente”, informam os deputados no relatório final do grupo.
Em sua defesa à época, representantes da estatal garantiram que o episódio não causou danos relevantes. Segundo a INB, a contaminação não atingiu lençóis freáticos da região graças à contenção por uma espécie de manta, instalada para reter o material.
Na época, porém, não houve consenso sobre como divulgar esse vazamento.
“Aquilo foi uma burrice terrível. Era muito mais fácil admitir, abrir o jogo, explicar tudo, inclusive que não havia perigo”, disse João Manoel Barbosa, ex-assessor de comunicação da INB, em 2004, em entrevista ao jornal A Tarde.
No mesmo relatório, há uma seção dedicada a problemas de legislação em relação à segurança nuclear. O grupo de trabalho criticou o desrespeito da comissão nuclear às normas estabelecidas por ela própria em complexos como Angra 2 e em Caetité.
O maior problema seria a manutenção dos trabalhos apenas por meio de um tipo de licença preliminar, a Autorização para Operação Inicial. Para os deputados, as instalações não conseguiram atingir níveis mínimos de proteção e segurança nuclear à época – por isso, não tinham licenças de operação definitivas.
“Não deixa de ser lamentável que, para se manter uma instalação nuclear que não cumpre as condicionantes de segurança impostas pela legislação, sempre se dê um jeitinho de renovar a autorização”, apontaram os deputados do grupo de trabalho em seu relatório final.
Este post foi modificado pela última vez em 21 de outubro de 2019 – 04:05 04:05 | Caio de Freitas Paes – Do Rio de Janeiro para a BBC News Brasil
BIZARRO | Cão com rosto humano choca internautas e faz sucesso na web
O inglês Pete Murray conseguiu milhares de curtidas no Facebook com seu cão “quase” humano. O pet chamou a atenção por ter um rosto um tanto quanto diferente dos demais cachorros. A expressão dele é muito engraçada, mas chega a assustar um pouco.
“As pessoas acham que eu fiz uma montagem com o rosto do meu cachorro, mas ele é 100% real e incrível”, escreveu na legenda da postagem. O cão com rosto humano chocou mais de mil pessoas em um grupo na rede social, e fez muito sucesso na internet.
CONQUISTA | Audiência Pública discute coleta seletiva do lixo
Lixo Zero – O conceito Lixo Zero consiste no máximo aproveitamento e correto encaminhamento dos resíduos recicláveis e orgânicos e a redução – ou mesmo o fim – do encaminhamento destes materiais para os aterros sanitários eou para a incineração.
EMBASA | Manutenção preventiva interromperá abastecimento em Belo Campo e localidades rurais de Conquista
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informa que para possibilitar a realização de serviços de manutenção preventiva visando proporcionar maior segurança operacional na adutora de Belo Campo, o fornecimento de água será interrompido nesta quarta (23) e quinta (24) em Belo Campo e nas localidades rurais de Vitória da Conquista atendidas por este equipamento.
Após a conclusão do serviço, prevista para o final da tarde de quinta (24/10), o abastecimento será restabelecido gradativamente na cidade de Belo Campo e nas localidades rurais de Pé de Galinha, Lagoa do Boi, Lagoa de José Luís, Campos Vivant, Iguá, Veredinha, Vereda do Progresso, Dantilândia, Mandacaru e São João da Vitória (Batuque). Enquanto realiza a intervenção, a Embasa recomenda o uso criterioso da água armazenada nos reservatórios domiciliares, evitando todas as formas de desperdícios. | Ascom/Embasa
POLÊMICA | Sindicombustíveis questiona lei municipal sobre uso de mangueira transparente nas bombas em Conquista
A aprovação e posterior promulgação em lei do projeto na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, de autoria do vereador Sidney Oliveira (PRB), que dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de mangueiras transparentes nas bombas medidoras de combustíveis pelos postos do município, está gerando polêmica sobre a sua aplicabilidade e regularidade.
Com a lei sancionada, na última quarta-feira (16), os postos de gasolina de Vitória da Conquista serão obrigados a substituir as mangueiras das bombas de combustível por outras transparentes. De acordo com o autor do projeto de lei, o objetivo da medida é permitir que o consumidor acompanhe a saída do combustível da bomba até chegar ao carro.
Os gastos de substituição das mangueiras correrão por conta dos proprietários dos postos e o descumprimento da medida provocará a aplicação de multa de R$ 1 mil além de outras sanções.
Em outros municípios brasileiros, a exemplo de Aparecida de Goiânia, a iniciativa chegou repleta de polemicas. nesse município goiano a lei foi sancionada em abril deste ano, mas especialistas alertar para a dificuldade no cumprimento do dispositivo.
VEJA REPORTAGEM NO PLAYER ABAIXO:
MANGUEIRA NÃO EXISTE – A lei entrará em vigor 180 dias após a data da publicação e o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia) solicita ao Inmetro e Ibametro informações sobre a Norma Brasileira (NBR) com especificação de transparência e alguma aprovação do instituto metrológico sobre uso de mangueira transparente no abastecimento de combustíveis como determina a recém sancionada lei.
O presidente do Sindicombustíveis Bahia Walter Tannus Freitas ressaltou a importância também de informar quais os fabricantes estão aprovados para o fornecimento da mangueira transparente.
“Caso não haja uma Norma Técnica com especificação de transparência, bem como uma Portaria do Inmetro aprovando este tipo de mangueira de abastecimento de combustíveis, é necessário que oficializem junto à Câmara Municipal de Vitória da Conquista a impossibilidade do cumprimento da lei aprovada”, declarou.
Tannus informou que semelhante proposta da transparência das mangueiras também tramita na Câmara Municipal de Feira de Santana. “Solicitamos, por meio de ofício, que seja expedida uma nota do Inmetro e Ibametro para as casas legislativas de Feira de Santana e Vitória da Conquista esclarecendo as questões técnicas para evitar possíveis acidentes no abastecimento de combustíveis”, diz.
De acordo com o sindicato, as mangueiras atuais já têm suas especificações de fabricação definidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), conforme a NBR nº 15.690, e são certificadas pelo Inmetro. Confeccionadas em borracha nitrílica (para evitar a formação de energia estática), com uma trama de aço de alta resistência para pressões de trabalho de 150psi, elas garantem a segurança do abastecimento de combustíveis.
Ainda segundo Tannus, com o projeto de lei aprovado, levando em consideração que as mangueiras transparentes não existem no mercado mundial, “os postos de combustíveis de Vitória da Conquista e Feira de Santana serão obrigados a deixar de comercializar gasolina, diesel e etanol”. | Com informações adicionais do Acorda Cidade/FS
GALERIA | Confira imagens exclusivas do 5º encontro de carros antigos em Conquista
Coroado de êxito, o 5º encontro de carros antigos que aconteceu essa semana, no estacionamento do Boulevard Shopping, em Conquista, foi encerrado em grande estilo no domingo (20).
Mercury Street Rodder (abaixo), réplica do modelo usado por Silvester Stallone, em Stalione Cobra (acima)
Centenas de visitantes apaixonados por modelos que fizeram história sobre rodas tiveram o prazer de curtir uma viagem no tempo, revendo modelos incríveis, como mavericks, opalas, fuscas, caminhonetes, motor home, motos, bikes e tantos outros.
De chapéu (acima) também se fez presente com sua Ford F100, o expoente da psiquiatria, dr. Elcio, residente em Itabuna. Pena que Dr Elcio não trouxera seu Maverick, um presente de seu pai por ocasião em que jovem Elcio estudava Psiquiatria.
O lendário safety car, imortalizado por Ayrton Senna (abaixo) e o caminhão (acima) que participou da construção de Brasília foram os mais “tietados”.
Parecendo ter saído do set de filmagem de Mad Max, caminhão categoria Rat Rod, do empresário Chico de Salvador. Mais que isto, este caminhão protagonizou no esforço de guerra de Juscelino Kubitschek ao construir Brasilia – conhecido como 50 anos em 5.
Para animar a galera, o evento também teve música ao vivo no espaço do Villa Music, em meio a estandes e outros atrativos. A organização ficou a cargo do Clube Antigos de Vitória da Conquista e Conquista Fusca Club.
Casal antigomobilista de Ilhéus, Ivan Carrasco e Michelle (acima). Ivan também faz parte do grupo de Bombeiros da terra do cacau e de Jorge Amado.
E nesta imagem acima, Ricardo e seu herdeiro. Entusiasta, Ricardo é presidente do Conquista Fusca Club de Vitória da Conquista.
ARTIGO INÉDITO
Um pedaço da história de Ayrton Senna em Vitória da Conquista
A 5ª edição dos entusiastas do antigomobilismo na capital Suíça Baiana surpreendeu. A área que parecia um grande (shopping) por pouco não suportava a magnitude do evento que atraiu colecionadores a mais de 1.200 km de distância, como de Pernambuco.
Um deles, entre outras tantas localidades, que também percorreram longas distâncias em seus autos antigos para gozar de nossa hospitalidade, gastronomia e clima europeu se integrando aos colecionadores de Vitória da Conquista.
Um automóvel de 1951, nada menos que uma Mercury, Street Rodder (antigo customizado), semelhante aquele do protagonista do filme Stallone Cobra, avaliada em quase meio milhão de reais, se fez presente.
Capturando o imaginário de muitos, em especial da criançada, foi uma viatura dos bombeiros. Um dos mais visitados no evento foi um motor home ((lar sobre rodas) 1977, do executivo do segmento de transporte de passageiros, Sérgio Hübner. Estima-se que para a cada dia do evento, visitaram esta casa sobre rodas, nada menos que cerca de 400 pessoas ao dia. .
Muitas tendo a experiência em estar a bordo desta casa nada comum à nossa cultura, algo visto somente em filmes, porém, graças ao esforço hercúleo dos organizadores o evento brindou nossa população com esta experiência tridimensional de estar o bordo desta casa rodante chamada de “Metamorfose Ambulante”, em homenagem ao nosso baiano mundialmente conhecido: Raul Seixas.
Comenta-se que a rede hoteleira esgotara as vagas e nosso circuito gastronômico recebera grande demanda. Constatando a importância de apoio e patrocínio para estes momentos que trazem divisas econômicas à cidade.
Apreciando e prestigiando o evento, foram vistas muitas autoridades, empresários e parlamentares circulando pelo local, entre elas o coronel PM Ivanildo da Silva e o vereador Professor Cori.
Professora Inês com uma de suas educandas (acima). Ao fundo, o esposo da professora, Flávio, agrônomo do Estado da Bahia. O casal é proprietário do motor home.
Empresários Diarone e Nelson
Dr. Élcio ⇧
INTERMUNICIPAL | Itapetinga e Itambé vencem e largam na frente nas oitavas
Cinco seleções largaram na frente nas oitavas de final do Intermunicipal 2019. Itapetinga, Itamaraju, Uruçuca, Santo Amaro e Itambé venceram os jogos de ida, neste domingo (20).
Fora de casa, Itapetinga bateu Itajuípe por 1 a 0. Pelo mesmo placar e também como visitante, Itamaraju derrotou Valente.
Valença e Porto Seguro empataram sem gols
Santo Amaro também fez bonito longe de casa e venceu Serra Preta por 2 a 1. Já Itambé, com 2 a 1 sobre Saubara, e Uruçuca, com 3 a 2 sobre Quijingue, foram as únicas mandantes que conquistaram triunfos na rodada.
Os demais três jogos terminaram empatados. Madre de Deus e Santaluz ficaram no 1 a 0, mesmo placar de Conceição da Feira e Conceição do Coité. Já Valença e Porto Seguro não saíram do 0 a 0.
A rodada de volta das oitavas de final será realizada no próximo domingo (27). Na oportunidade, serão conhecidas as oito classificadas para as quartas de final. | Imagens: Geovan Santos / Ligeirinho no Esporte.
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