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CONQUISTA | Herzem manda zerar salários de duas monitoras; amigos fazem vakinha para ajudar as profissionais em educação

As monitoras Aliny Ribeiro e Nívia Mendes, respectivamente tesoureira e secretária geral do Sindicato do Magistério Profissional (SIMMP) em Vitória da Conquista, tiveram os contracheques zerados por determinação do prefeito Herzem Gusmão (MDB), acatando recomendação da Secretaria de Educação ao setor de Recursos Humanos da Prefeitura.

O caso ganhou contornos nacionais, com uma nota pública da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “O agravante em toda essa situação das monitoras Aliny Ribeiro, tesoureira do sindicato, e Nívia Mendes, secretária geral da entidade, é que a primeira, ainda por cima, encontra-se gestante e a ação do atual prefeito de Vitória da Conquista ganha ares de pura crueldade e perversidade”, denunciou a CNTE. (LEIA MAIS AO FINAL DA MATÉRIA)

No começo do mês passado o secretário municipal de Educação, Esmeraldino Correia, pediu ao coordenador de Recursos Humanos da Prefeitura, Alisson Roberto, as cabeças das dirigentes sindicais Aliny e Nívia.

Dias depois a direção do sindicato fez um protesto humorado em frente à Secretaria de Educação, entregando cabeças confeccionadas em isopor, numa bandeja, ironizando a solicitação da Prefeitura contra as profissionais.

A perseguição, ainda conforme o SIMMP, ocorre há meses, sendo que em 2019 a Prefeitura já havia ameaçado cortar o salário de Aliny e Nívia caso elas não retornassem ao atendimento nas creches. A ameaça se concretizou agora.

A justificativa da gestão municipal é a de que as monitoras não seriam profissionais do magistério e, portanto, vedadas de compor a diretoria sindical. Tanto o SIMMP, quanto a própria legislação pertinente contradizem o município de Vitória da Conquista, tornando sem efeito a medida que pune as monitoras.

A reação à medida partiu de amigos e colegas das monitoras, que lançaram uma vakinha virtual para ajuda-las. O link para contribuição é http://vaka.me/1342878

A Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, no Art. 2°,§ 2°, diz que “por profissionais do magistério público da educação básica entendem-se aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal de diretrizes e bases da educação nacional”.

“Entretanto, apesar de ser ratificado legalmente que o monitor é profissional do magistério, a categoria vem sofrendo repetidas perseguições. Inédito na história dos sindicatos em Vitória da Conquista, as diretoras, Aliny Ribeiro e Nívia Mendes, respectivamente tesoureira e secretária geral da instituição, asseguradas em mandato classista constitucional, tiveram seus salários zerados”, destaca a direção do SIMMP, em nota.

“O SIMMP, entidade sindical com mais de 30 anos, vem cumprindo seu papel de denunciar os desmandos do governo municipal, os ataques à educação e isso tem resultado na perseguição à instituição sindical. Por considerar que é um ataque ilegal, pedimos a sua solidariedade para que Aliny e Nívia continuem o mandato e resistam até o fim”, concluiu a nota. A Prefeitura não se posicionou até o momento. | Imagem: Ag. Sudoeste Online/11.08.2020


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O prefeito do município de Vitória da Conquista/BA, Herzem Gusmão (MDB), por meio de sua Secretaria Municipal de Educação, ataca de forma violenta os direitos dos/as trabalhadores/as em educação do município do sudoeste baiano. Faltando apenas 3 meses para o fim do mandato da atual direção do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista/BA (SIMMP), o poder municipal se volta contra os direitos constitucionais assegurados a seus dirigentes sindicais.

O caso envolve duas dirigentes da entidade que, exercendo o cargo de monitoras escolares e atualmente liberadas por mandato classista para atuarem junto à direção do sindicato, tiveram seus vencimentos abruptamente cortados pela gestão municipal. O mandato da atual direção é de 3 anos, e faltando apensas 3 meses para o fim da liberação sindical dos dirigentes, a Prefeitura do município decide, de forma arbitrária e persecutória, e sem nenhuma justificativa legal que a ratifique, suspender o pagamento das duas monitoras escolares.

Trata-se de ato claramente feito em retaliação às posições políticas independentes do sindicato frente ao atual mandato do prefeito Herzem Gusmão, que tem a sua assinatura nessa ação descabida e desproporcional. O agravante em toda essa situação das monitoras Aliny Ribeiro, tesoureira do sindicato, e Nívia Mendes, secretária geral da entidade, é que a primeira, ainda por cima, encontra-se gestante e a ação do atual prefeito de Vitória da Conquista ganha ares de pura crueldade e perversidade.

Essa ação da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista/BA é um ato claramente antissindical porque se insurge contra um direito constitucional assegurado e sedimentado em nossa legislação maior. As eleições municipais que se avizinham deveriam fomentar disposições mais democráticas da gestão do atual prefeito e essa exorbitância deve ser avaliada pela Câmara Municipal de Vereadores do município e pelo poder judiciário local, sob pena de o terceiro maior município baiano entrar no noticiário político nacional com essa terrível pecha de perseguir seus/uas educadores/as.

Caso essa decisão da gestão municipal não seja revertida de forma a garantir o direito assegurado às profissionais Aliny e Nívia, dirigentes sindicais do SIMMP, a repercussão desse caso, que já ganha contornos nacionais, atingirá os foros internacionais da educação, junto às entidades que essa CNTE está afiliada, como a Internacional da Educação pra América latina – IEAL, com sede em Costa Rica, e a própria Internacional da Educação – IE, com sede em Bruxelas. De todo modo, não está descartado acionarmos as instâncias internacionais de direito do trabalho, como a própria Organização Internacional do Trabalho (OIT), já que esse é um caso típico de perseguição sindical, contrariando até Convenções das quais o Brasil é signatário. Estamos atentos aos desdobramentos desse gravíssimo caso de ataque aos nossos direitos!

Brasília, 31 de agosto de 2020
Direção Executiva da CNTE

ARTIGO | A moral de quem?

Por uma moral dos tempos atuais por Eduardo Ayala | APUSM

Por Carlos Nascimento – Faz algum tempo que provoquei uma discussão entre amigos a partir da constatação de que alguns deles tinham por hábito assistir, com seus filhos pequenos, a lutas de UFC (Ultimate Fighting Championship). Aproveitei a deixa e perguntei se eles também costumavam assistir a filmes pornográficos em companhia dessas mesmas crianças.

Não sem grande surpresa, fui imediatamente repreendido pela minha pouco ortodoxa pergunta. Ouvi coisas como: “Não! Isso aí é putaria, sacanagem. Não tá certo criança assistir”.

Pois então. Como fiz àquela ocasião, repito aqui alguns argumentos que usei para questionar a moralidade de cada atração em meio a sociedade do espetáculo em que vivemos.

A começar pela exposição do corpo, instrumento de trabalho dos partícipes dos shows aqui tratados, templo e objeto de desejo de seu público.

Nos dois casos, atores e lutadores se valem destes – ricos em volumes, músculos, glúteos, peitos e falos – para o deleite de seus espectadores.

De um lado, lutadores(as) os atracam na tentativa de se matar, mediados por um juiz que procura evitar que se chegue às vias de fato.

Enquanto noutros palcos, atores também se pegam, se lambem, se penetram, se beijam e, mesmo que de forma simulada, procuram trocar prazer.

Nestes teatros, Eros, Afrodites, Hércules, Poseidons e Vênus – deidades da guerra e do sexo – se fazem representar nas cenas ofertadas a plateias sedentas por luxúria e sangue.

Em ambas as interações, os envolvidos não amam – nem sequer odeiam – seus parceiros de ação. Suas atuações, sejam ternas ou violentas, se enquadram no script proposto para cada esquete. Estão ali para cumprir seus papeis, ganhar seu dinheiro e seguir vivendo. São profissionais que, como tantos outros, laboram em atividades múltiplas, abarcadas com maior ou menor intensidade pelas demandas de um mercado sem limitações ou escrúpulos, cuja moral declina a cada oportunidade de lucro.

Seguindo nas semelhanças, os dois ofícios perigam a saúde e a vida de seus intérpretes, seja pela violência, pelas mirabolâncias sexuais ou pela troca de fluidos diversos. Se lançam estes artistas em peripécias mil, se fazendo dublês para os espectadores que não tem a oportunidade – ou a coragem – de incorrer em tão ousadas aventuras. Profissões de risco, de risco sem dúvida.

Ocorre contudo que, no caso dos ringues, há ampla divulgação na mídia, com análises em programas esportivos e exibição em TV aberta. Gladiadores pós-modernos tratados como heróis. Garotos-propaganda de sabão, cerveja, bancos e celulares. Embaixadores da paz e exemplos de boa conduta para jovens e adultos.

Já na pornografia: canais fechados e estrelas de um universo paralelo. Marginais do mundo “próprio”, excomungados a serviço de desejos de difícil assunção à luz do dia. Uteis? Uteis sim! Como todos os profissionais do sexo, estão dispostos à realização das diversas fantasias íntimas de seu público.

Sim, por diversos motivos, tanto a brutalidade quanto a pornografia nos atraem. Sentimos todos alguma volúpia nas brigas e nos desastres dos filmes hollywoodianos, nos acidentes da Fórmula Um, nas colunas policiais e nos arranca-rabos dos vizinhos. E não por razões distintas, também o sentimos no imagético erótico da nudez na pintura, no cinema ou na fotografia. Violência e o sexo que remetem à mesma pulsão pelo gozo, recalcado por imposições morais e de ordenamento social[1].

E falando em repressões, importa lembrar que cabe ao patriarcado definir qual a “correção” de cada uma das atrações. Sendo assim, campanhas de TV exibem mulheres seminuas, que escorrem sua lascívia em garrafas suadas de cerveja, ao tempo em que homens, também seminus, são sacralizados enquanto sangram a golpes e pontapés.

Com efeito, vivemos em um país onde um ex-ator pornô se elege deputado federal por um “novo” partido conservador, amparado em discursos da preservação da família, dos valores cristãos e dos bons costumes. Discursos sustentados sem a necessidade de qualquer menção de rompimento com seu passado, pouco condizente com a atual postura. Será que uma atriz pornô teria as mesmas chances neste ambiente político?

Penso na Cicciolina[2], que se manteve coerente a “imoralidade” de sua plataforma eleitoral, reivindicando direitos para seus colegas de profissão, assim como outras pautas como a educação sexual nas escolas.

No Brasil, defensores desses “bons costumes” convertem temas como o aborto em um pecado inominável, enquanto promovem a morte com tiros na “cabecinha”, de pretos e pobres (usualmente chamados de bandidos) como política de pacificação social.

Qual a moral? Qual a moral que determina que marginais, crianças e mulheres – vítimas de estupros físicos e sociais – paguem com a vida por escolhas que não tiveram a oportunidade de fazer? Qual a moral que estas pornografias escondem? Qual a moral que estas violências expõem?

Então condenemos o beijo gay da Globo, ou da Bienal; o pelado do Masp; a exposição Queer e as viadagens de Jean Wyllys. Vendamos o sexo da mulher. Compremos o corpo da negra (doméstica). Façamos arminhas com as mãos e vamos todos à igreja.

Salve Dercy Gonçalves, Caetano Veloso, Nilton Bonder. Viva a imoralidade que permeia nossa resistência histórica às normas que nos foram – e permanecem a ser – impostas pelos “homens certos”.

Somos “errados” por natureza, e há de ser este um motivo de nosso orgulho pois, no fundo da alma, nunca nos formamos brancos, nem cristãos, nem fiéis. Não curtimos ternos, tênis e meias. Talvez Ternos de Reis, orgias carnavalescas, alegrias coletivas. Viva a capoeira! Viva o samba!

Viva a cultura! Acochada em tempos obscuros, mas reativa e perseverante na inteligência e na experiência popular. Inteligência que há de superar a pequenez e a hipocrisia que desumaniza o mundo. E a educação, aberta e universal, caminho para a iluminação de ideias e para a quebra de preconceitos que alicerçam esta moral excludente e tacanha. Moral que mata e escraviza em favor da manutenção de poderes ilegítimos, perpetuados em ilegalidades e mascarados em ideologias inúteis a quem efetivamente “trepa e sangra” para sustentar este país.

[1] SILVA JÚNIOR, Jurandyr Nascimento; BESSET, Vera Lopes. Violência e sintoma: o que a psicanálise tem a dizer?. Fractal: Revista de Psicologia, v. 22, n. 2, p. 323-336, 2010.


[2] Atriz pornô nascida na Hungria e naturalizada italiana. Eleita deputada para o parlamento italiano no final dos anos 1980.

RELIGIÃO | Sobre Profetas e Orgulho

O Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo | VindeACristo.org
Por Mikaela Anderson* – Nos ensinamentos de Samuel, o lamanita, em Helamã 13-15, ele é rápido em apontar o orgulho que dominou a sociedade nefita. Samuel, o lamanita, declara:

(…) Pois, como vive o Senhor, se um profeta vier entre vocês e lhes declarar a palavra do Senhor, que testifica de seus pecados e iniquidades, vocês estão irados com ele e expulsam-no e procuram todos os meios para destruí-lo ; sim, você dirá que ele é um falso profeta e que ele é um pecador e do diabo, porque ele testifica que suas ações são más.  

Mas eis que se um homem vier entre vós e disser: Fazei isto e não haverá iniquidade; façam isso e não sofrerão; sim, ele dirá: Siga o orgulho de seu próprio coração; sim, andai segundo o orgulho de vossos olhos e faça tudo o que vosso coração desejar — e se um homem vier entre vós e disser isto, vós o recebereis e direis que ele é um profeta.  

HELAMÃ 13: 26-27

Samuel demonstra o orgulho do povo nefita, convidando-os a refletir sobre como reagem aos profetas que confirmam ou rejeitam suas inclinações naturais. No entanto, a tendência de rejeitar conselhos inconvenientes dificilmente é exclusiva dos nefitas nos anos que antecederam o ministério mortal de Cristo. A mesma rejeição aos profetas é manifestada de forma consistente em todas as escrituras. 
O viés de confirmação é definido pela American Psychological Association como “a tendência de reunir evidências que confirmam as expectativas preexistentes, normalmente enfatizando ou buscando evidências de apoio ao rejeitar ou deixar de buscar evidências contraditórias”. Numerosos estudos descobriram que esse é o caso quando as pessoas estão avaliando novas informações. As pessoas tendem a ser muito mais críticas às informações que contradizem suas opiniões e mais receptivas aos dados de apoio. Não é de se admirar que esse preconceito tenha afetado nossa percepção da legitimidade dos profetas modernos.
Livro de Enos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Na palestra de Jeffrey R. Holland “ O Custo – e as Bênçãos – do Discipulado ”, ele observa esta tendência na sociedade atual:
“Infelizmente, meus jovens amigos, é uma característica da nossa época que, se as pessoas querem algum deuses, eles querem que sejam deuses que não exigem muito, deuses confortáveis, deuses suaves que não apenas não balançam o barco mas nem mesmo reme, deuses que nos dão tapinhas na cabeça, nos fazem rir e depois nos dizem para correr e colher malmequeres. ”
Ele prossegue explicando: “… há uma diferença crucial entre o mandamento de perdoar o pecado (que [Cristo] tinha infinita capacidade de fazer) e a advertência contra perdoá-lo (o que Ele nunca fez nem uma vez).”
Como os profetas são chamados por Deus para serem “vigias na torre”, alertando-nos contra os perigos do pecado, eles necessariamente devem falar verdades desagradáveis. Portanto, é nossa responsabilidade como discípulos de Cristo buscar em espírito de oração compreender aqueles ensinamentos que são particularmente difíceis de entender, em vez de rejeitá-los imediatamente e dizer simbolicamente “aos profetas: Não profetize para nós coisas certas, fale-nos coisas suaves, profetizar enganos ”( Isaías 30:10 ).
Hoje, em minhas tentativas de discernir a verdade por mim mesma, serei cautelosa para não dispensar o conselho de líderes de minha igreja. Vou exercer fé e procurar entender a vontade de Deus, em vez de confirmar minha própria vontade. 
| *Mikaela Anderson, estudante universitária da BYU, nasceu em Charlotte, Carolina do Norte (Estados Unidos). Atuou por 18 meses no Brasil como missionária da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias na Bahia, com reconhecida atuação na Ala Candeias, em Vitória da Conquista. Para o conteúdo original, em inglês, acesse AQUI.  

CONQUISTA | Cartazes de protesto com rosto do prefeito relembram demolição de casas no Cidade Bonita

O bairro Nova Cidade, parte leste de Vitória da Conquista, amanheceu com diversos cartazes relembrando a reintegração de posse que ocorreu no local.

No ano de 2017 máquinas e homens a serviço da Prefeitura derrubaram as casas de mais de 200 famílias que viviam na Ocupação Cidade Bonita.

“A reintegração foi extremamente violenta, com bombas de efeito moral e balas de borracha atingindo idosos e crianças”, relembrou um morador.

Apesar de diversas reuniões com a Defensoria Pública, Câmara de Vereadores e Secretaria de Desenvolvimento Social, a Prefeitura não trouxe qualquer resolução no que tange à habitação popular para as famílias desalojadas.

Para relembrar a data, vários cartazes com a imagem do prefeito Herzem Gusmão (MDB) foram espalhados pelo local. Com o rosto do gestor marcado em X, os moradores sugerem que a resposta às demolições será dada nas urnas.

AGENDE AÍ | Reunião urgente do SIMMP hoje à noite;

Hoje, às 19h30, o SIMMP realizará uma reunião de caráter urgente, com a participação de vários representantes sindicais e de movimentos sociais. Reiteramos a importância da participação de todos, visto que discutiremos uma pauta de extrema importância.
Além de Heleno Araújo (CNTE), Berenice D’Arc (CTB) e o escritório Cincurá Advogado, têm presença confirmada os representantes da Adusb, Andes, CSP-CONLUTAS, SINASEFE/IFBA, Asprolf, Unidade Classista, Sindicato dos Bancários, entre outros. A reunião será realizada através do Google Meet, o link para acesso é: https://meet.google.com/vsz-xygz-mpd.

CONQUISTA | David Salomão protocola revogação de decreto que penaliza panfletistas

Como montar uma empresa de distribuição de panfletos – Novo Negócio

O vereador David Salomão (PRTB) protocolou pedido de projeto de lei para revogação, “em seu inteiro teor do art. 4º do Decreto Municipal nº. 20.496 de 30 de agosto de 2020 que proíbe a distribuição de folhetos, panfletos ou qualquer tipo de material impresso veiculando mensagens de qualquer natureza, entregues manualmente a pedestres ou motoristas no âmbito do Município de Vitória da Conquista”.

O decreto foi assinado pelo prefeito Herzem Gusmão (MDB), sob a alegação de se evitar a propagação da pandemia. A reação foi imediata, com centenas de panfletistas protestando nas redes sociais, lamentando a perda de renda com a suspensão da atividade.

Ao contrário do que sugere o prefeito, o decreto municipal vai na contramão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que nunca disse que o papel, seja dinheiro ou não, podia ser um veículo de transmissão da Covid-19. LEIA MAIS AQUI.

Caso seja transformado em lei, o projeto do vereador David Salomão autorizaria os profissionais das atividades e de prestação de serviços supramencionados no art. 1º a exercer a atividade com máscaras e EPI’S necessários para evitar a transmissão comunitária do COVID-19 e manter o achatamento da curva de proliferação do vírus”, embora isso já viesse acontecendo antes mesmo do decreto. | Imagem de arquivo.

CONQUISTA | Papel não é um veículo de transmissão da Covid-19. OMS fala em “erro de interpretação”

Ver a imagem de origem

Uma “canetada” do prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão (MDB), em decreto assinado nesse domingo, 30, deixou centenas de entregadores de panfleto sem atividade.

A medida, sob alegação de se evitar a propagação da pandemia, vai na contramão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que nunca disse que o papel, seja dinheiro ou não, podia ser um veículo de transmissão da Covid-19.

Tudo não passou de um mal-entendido ou de um “erro de interpretação”, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado pelo jornal espanhol ABC e repercutido elos principais meios de comunicação do mundo.

Num comunicado divulgado, Fadela Chaib, porta-voz da organização, reconheceu que “nunca” foi dito que o dinheiro era um veículo de transmissão do novo coronavírus. “As nossas palavras foram deturpadas”, disse.

Segundo a OMS, foi a resposta à pergunta “pode o dinheiro transmitir a Covid-19?” que deu origem a toda esta desinformação.

A OMS também admitiu que estas dúvidas surgem porque há ainda muitas incertezas por parte da comunidade científica em torno do Covid-19 e sobre a sua forma de contágio. dados extra-oficiais, já que a atividade é feita por autônomos, remunerados de acordo a produção, existem cerca de 200 panfletistas em Conquista.

Na manhã desta segunda-feira o Sudoeste Digital foi às ruas e encontrou muitos panfletistas reunidos na Alameda Lima Guerra. Alguns só foram informados da proibição pelos colegas. O desânimo e a revolta eram sentimentos comuns entre eles. ‘Quero ver se esses políticos vão ficar sem distribuir os santinhos, inclusive o próprio refeito”, disparou um entregador.

“Esse prefeito está agindo como ditador, prejudicando quem menos pode, porque se fosse assim ele teria de proibir os bancos de liberar dinheiro e o comércio de receber cédulas”, protestou a panfletista Sinara Oliveira, mãe de duas crianças. “Vamos pra porta da Prefeitura cobrar emprego ao prefeito”, sugeriu.

“Muito, muito tempo antes e até mesmo desde que essa pandemia começou a gente entrega panfletos e eu nunca soube de alguém que adoecesse ao ter recebido”, emendou outra panfletista, que preferiu o anonimato. “O povo agora vai ficar sem ler jornal, revista, livro, fazer cópia e até a Vitória da sorte”, ironizou. “Invenção da cabeça desse prefeito para prejudicar a gente e querer aparecer na mídia”, continuou.

DECRETO – De acordo com o Decreto 20.496, desse domingo, que estabelece as medidas de prevenção ao contágio da Covid-19 em Vitória da Conquista, “com o objetivo reduzir a circulação do coronavírus e proteger a população, o decreto ainda veda, enquanto durar o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia da Covid-19, a distribuição de folhetos, panfletos ou qualquer tipo de material impresso, entregues manualmente a pedestres ou motoristas“.

A Prefeitura ainda não se manifestou sobre as críticas, nem informou se esse trecho do decreto será revogado, como defendem fontes ligadas ao governo municipal. | Imagem: arquivo.

CONQUISTA | Tremores não causaram danos a edifícios em Vitória da Conquista, diz defesa civil

Um terremoto de magnitude 4,6 foi registrado no interior da Bahia na manhã deste domingo (30). Segundo cálculos do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o epicentro foi em Mutuípe, na região de Amargosa.

A Defesa Civil municipal de Conquista foi acionada e realizou vistorias nos edifícios onde os tremores foram sentidos com maior intensidade. A constatação dos técnicos do órgão é de que, apesar do susto, não houve danos às estruturas dos imóveis avaliados.

O engenheiro da Defesa Civil, João Gabriel Santos Queiroz, disse que  todas as ocorrências vistoriadas foram situações leves, sem patologias que ofereçam riscos às edificações.

Vitória da Conquista fica distante cerca de 230 Km em linha reta do epicentro do terremoto.
Os tremores foram sentidos em pelo menos 43 municípios, inclusive em Vitória da Conquista, como no alto do Bairro Guarani (imagens/Sudoeste Digital) na parte leste.

Na zona leste da cidade, região com maior concentração de edifícios, moradores relataram que sentiram o abalo acompanhado de um forte barulho. Assustados, muitos ligaram para a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Alguns chegaram a desocupar os imóveis após presenciarem o tremor das paredes, móveis e objetos.

Em Salvador, a cerca de 130 Km do epicentro, a Codesal (Defesa Civil de Salvador) recebeu 22 telefonemas de moradores de 16 diferente bairros relatando os tremores. Na capital do Estado, assim como em Vitória da Conquista, também não houve ocorrências graves nem feridos.

Os danos mais expressivos foram registrados em São Miguel das Matas, próximo a Mutuípe. De acordo com a Defesa Civil local, até o fim da tarde, pelo menos 50 casas na zona rural do município apresentaram rachaduras. Cerca de 20 famílias tiveram que sair de suas residências devido ao risco de desabamento.

Ao todo, nove registros de terremotos na região de Amargosa aparecem no site do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Todos na manhã deste domingo, com magnitudes entre 1,6 e 4,2.

Em nota, o Instituto de Geo Ciências (IGeo) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), disse que as rochas da região possuem fraturas onde elas se movimentam umas em relação às outras. Como estas estruturas possuem grandes dimensões, mesmo movimentos de alguns centímetros, quando ocorrem, liberam muita energia. Essa energia é então transformada em vibração e som, que são sentidos pela população.

O IGeo disse ainda que os relatos de terremotos na Bacia do Recôncavo são descritos desde o início do século passado.

De acordo com o Centro de Sismologia da Universidade do Estado de São Paulo, foram relatados abalos em 43 municípios – Ilhéus, Itabuna, Dário, Meira, Itacaré, Aurelino Leal, Jequié, Maracás, Camamu, Piraí do Norte, Gandu, Teolândia, Cravolândia, Jaguaquara, Itiruçu, Presidente, Tancredo Neves, Jiquiriçá, Ubaíra, Santa Inês, Mutuípe, Laje, Valença, São Miguel das Matas, Amargosa, Brejões, Santo Antônio de Jesus, Muniz Ferreira, Elísio Medrado, Nazaré, Cruz das Almas, Conceição do Almeida, Itaberaba, Iaçu, Feira de Santana, Salvador, Ipirá, Sapeaçu, Castro Alves, Varzedo, Lauro de Freitas, Capim Grosso, Euclides da Cunha, Dom Macedo Costa e Vitória da Conquista.

Como começou

Moradores de municípios do Vale do Jiquiriçá e do Recôncavo Baiano acordaram assustados na manha deste domingo (30). Dois terremotos foram registrados em Amargosa na Bahia, entre as 7h44 e 8h18.

Os eventos sísmicos foram registrados por estações internacionais e por todas as estações da rede sismográfica do Brasil, entidade integrada pelo Serviço Geológico Brasileiro e por universidades e centros de pesquisa de todas as regiões do país.

IBGE | Na Bahia, as cidades médias crescem absorvendo habitantes dos municípios pequenos

Catolândia é o segundo município menos populoso da Bahia e vem perdendo habitantes, principalmente, para Barreiras, que fica a 29km de lá

O de cima sobe e o de baixo desce. Assim como na música baiana Xibom Bombom, do grupo As Meninas, os municípios baianos têm visto as diferenças se intensificarem quando o assunto é índice demográfico.

Cidades como Barreiras e Vitória da Conquista, que estão entre as dez mais populosas em território baiano, seguem recebendo mais residentes e se transformando em centros regionais. Enquanto localidades menores como Catolândia (imagem acima) e Lafaiete Coutinho, que estão entre as cinco com menor população do estado, amargam uma queda contínua no número de cidadãos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

No ranking populacional da Bahia, enquanto 80% das cidades que mais crescem são de médio porte – que têm de 20 a 150 mil habitantes -, 86,3% dos municípios que mais perdem residentes já são pequenos – tendo menos de 20 mil habitantes – segundo dados do IBGE.

Os dados são resultado da estimativa apurada por um cálculo matemático e da distribuição das populações dos estados – projetadas por métodos demográficos – seguindo como critério a tendência de crescimento que cada município mostrou nos dois últimos censos demográficos, de 2000 e 2010. 

Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, explicou como o cálculo é realizado e o que é considerado para chegar nesta estimativa. “O IBGE tem um dado de projeção populacional para os estados, que é atualizado de cinco em cinco anos e é formado a partir de um cálculo demográfico que leva em consideração nascimentos, mortes e migração.

No caso das taxas de mortalidade e natalidade, utilizamos estatísticas do registro civil. Para a migração, usamos os dados dos censos. A partir da avaliação desses números, o IBGE desenvolve uma projeção das populações dos estados. Considerando a projeção, nós distribuímos a população entre os municípios tendo como critério a tendência de crescimento ou queda que cada uma dessas cidades mostrou no último censo”, clarifica.

Há quem não aprove o método de aferição dessa estimativa. O presidente da União dos Municípios da Bahia, Eures Ribeiro, questionou a eficácia do cálculo.

“Não é censo, nós não tivemos esse ano. Essa metodologia para encontrar a estimativa faz com que o resultado não honre a realidade dos municípios. Como você vai fazer uma estimativa a partir de um dado que tem mais de 10 anos? Eu, sinceramente, não vejo eficácia nos métodos que o IBGE utiliza para achar os números que foram apresentados aí”, declara Eures, sem, no entanto, qualquer comprovação científica de suas alegações.

O censo demográfico das cidades baianas iria ser realizado em 2020, mas, por conta dos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus, a execução do projeto teve que ser adiada. A divulgação anual das estimativas de população obedece ao artigo 102 da Lei nº 8.443/1992 e à Lei complementar nº 143/2013.

Através destas, o Tribunal de Contas da União (TCU) realiza cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios (FPE e FPM) e elabora indicadores econômicos e sociodemográficos municipais, nos períodos intercensitários.

Os fenômenos de evasão dos municípios menores e crescimento demográfico das cidades de médio e grande porte não é de exclusividade da Bahia. Segundo informações do IBGE, o Brasil inteiro é formado por milhares de localidades de pequeno porte, que pelo tímido ou nulo desenvolvimento, não conseguem oferecer um espaço que atraia ou mesmo mantenha moradores.

Os fatores para essa evasão são inúmeros. Economia pouco dinâmica, baixa oferta de empregos e ausências de universidades são uns dos principais porquês para a migração intraurbana. E são esses porquês que mostram como estes fenômenos estão diretamente relacionados. As cidades maiores têm como trunfo de atração a presença de tudo que falta nos municípios menores.

O fluxo direcionado para os locais com mais estrutura faz surgir o que Mariana chamou de centros regionais, cidades do interior que absorvem o quantitativo populacional de quem está ao seu redor. “A gente tem, aqui na Bahia e em outros estado do país, com um alto grau de concentração em cidades médias e grandes, que acabam atraindo a população. As médias têm se beneficiado populacionalmente falando porque as pessoas optam por ir para locais que estão mais próximos, o que chamamos de centros regionais”, diz.

Entre as cidades que se caracterizam como centros regionais, estão municípios como Feira de Santana, Vitória da Conquista e Camaçari. Conquista conta com duas universidades públicas reconhecidas, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que atraem estudantes de toda região sudoeste do estado, Camaçari recebe milhares de profissionais que trabalham no maior polo industrial do estado e Feira, entroncamento rodoviário e sede de um comércio bem desenvolvido, é ponto de chegada para muitos empreendedores e cidadãos que procuram oportunidade no mercado de trabalho.

Carlos Brito, secretário de planejamento de Feira de Santana, diz que o crescimento populacional é positivo, mas exige responsabilidade. “A nossa cidade tem um comércio muito bem estabelecido e que representa uma oportunidade de renda para as pessoas. Receber essa demanda faz com que a cidade cresça e que a verba direcionada para a administração municipal acompanha o aumento de pessoas. Mas é necessário entender que isso reforça a necessidade de pensar políticas para que esse desenvolvimento aconteça de maneira ordenada”, fala Carlos.

Quem mais diminui

Locais que funcionam como ímã do fluxo populacional retiram habitantes de cidades menores que estão próximos. Essa lógica se repete em todo o estado onde pequenos centros continuam caindo demograficamente e cedendo moradores para diferentes centros regionais. No caso de Catolândia, segunda cidade com menos população no estado, a vilã é Barreiras, que agora está entre as dez mais povoadas da Bahia, com quase 157 mil habitantes, e fica a 29km do povo catolandiano.

O prefeito Gilvan Pimentel confirma o processo migratório dos cidadãos da cidade para Barreiras, embora alegue que a situação tem ficado menos recorrente. “Isso é um fluxo já tradicional. Muitos saem daqui e vão para lá, mas essa evasão está diminuindo. A gente cansou de ver pessoas de malas prontas para fazer essa mudança. Qualquer lugar de Barreiras que você chegar, pode procurar gente de Catolândia que vai ter, com certeza”.

Segundo o prefeito, a administração da cidade aposta na reestruturação e otimização dos serviços básicos para frear a evasão. “O que podemos fazer é melhorar a educação, saúde e demais aspectos de nossa responsabilidade. Fazer com que o povo se sinta confortável para ficar”, diz.

Em Lafaiete Coutinho, terceira menor população da Bahia, com apenas 3.693 residentes, a prefeitura também tenta brecar a saída dos moradores para Jequié, que fica a 37km de distância. Segundo Lucas Almeida, secretário de administração, o que se tem feito é proporcionar oportunidade emprego para os habitantes.

“A maioria das vagas de emprego que ofertamos são destinadas para pessoas daqui. Tentamos minimizar o número de profissionais de fora que atuavam na cidade e costumavam morar em outro local. Com a população nativa empregada e com renda, esperamos atenuar esse êxodo”, declara. | com informações do Correio.

ATUALIZADO | Terremoto histórico na Bahia abalou casas, pessoas e a fé delas

Imóveis do município de Mutuípe tiveram rachaduras após o tremor de terra

Como diria a parlenda, o domingo “pede cachimbo”. Mas ontem a sensação é de que na verdade a gente é fraco e, literalmente, pode cair num buraco. Se o buraco é fundo, então, “acabou-se o mundo”.

Foi o que pensaram os moradores de diversas cidades baianas, após sentirem um terremoto histórico no estado, que abalou casas, pessoas e a fé delas. Em Vitória da Conquista, principalmente nos bairros altos, moradores disseram ter tido a mesma sensação de tremor.Uma moradora do alto do bairro Guarani nos relatou que em sua rua todos os vizinhos saíram assustados na porta após o acontecido.

O que aconteceu na Bahia? Geólogo explica por que terra tremeu

Na região do Recôncavo, portões, janelas e camas trepidaram, enquanto as pessoas tentavam entender o que acontecia. Algumas, ligando para os seus compadres, outras escutando hinos evangélicos sobre o apocalipse nas alturas. “As placas tectônicas se movimentam, causando maremotos e destruições…”, entoava a JBL da dona de casa Ana Celeste Santos, 51, de Santo Antônio de Jesus.

Chão tremeu: moradores de várias cidades baianas acordam com 'terremoto'

Às 14h33 minutos do domingo, pelo menos 50 mil pessoas já haviam pesquisado no Google por “terremoto na Bahia”. No mesmo horário, o Centro Integrado de Comunicação da Polícia Militar do estado, no Recôncavo, mantinha aberta a ocorrência com a identificação “sinistro”, ou seja, à espera de informações sobre danos patrimoniais em cidades atingidas por um dos maiores tremores já sentidos no estado.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, às 07:44:31, foi registrado um tremor de 4.6 na escala Richter, a 6 km a sul para sudoeste de Mutuípe e com 10 km de profundidade. “O nosso laboratório e a Universidade de São Paulo (USP) recalcularam o número e o resultado deu muito parecido; foi um pouco menor: 4.2”, afirma Áderson Nascimento, coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O Centro de Sismologia da USP registrou ao todo sete tremores na região de Amargosa até a noite do domingo. O maior, de magnitude 4.2. Autoridades não reportaram vítimas do terremoto. “O maior problema não é saber a magnitude e, sim, o efeito sentido pelas pessoas”, ressalta o pesquisador da UFRN.

O tremor sentido, principalmente em cidades como São Miguel das Matas, Varzedo, Castro Alves, Cruz das Almas, Valença e Camamu levou moradores a buscarem lugares abertos e grupos do WhatsApp , na tentativa de compreender o que acontecia. Houve relatos do tremor também em Salvador e região Metropolitana; em Feira de Santana, Euclides da Cunha e Itabuna, destinos distantes entre 100 e 400 km de Amargosa e Mutuípe.

Em Feira de Santana, o estudante de engenharia Valdivam Figueiredo, 26, trabalhava em seu notebook quando ouviu um barulho vindo da cozinha. “Os pratos caíram e eu achei que foi impressão minha porque por volta das 3h da  manhã não havia ninguém falando sobre isso ainda”, revelou.

Apavorados


Nos grupos de WhatsApp de Amargosa, uma mensagem do prefeito Júlio Pinheiro tentava tranquilizar a população. “As nossas equipes estão atentas e à disposição para qualquer situação”, dizia no áudio. Imagens feitas pelo engenheiro da prefeitura em seis residências e na igreja do distrito Corta-Mão evidenciavam rachaduras verticais nas alvenarias, mas a situação não foi considerada grave.

Numa barbearia em Santo Antônio de Jesus, o aposentado Adalberto Estrela, 67, lembrou de uma frase que a mãe dele, natural de Amargosa, sentenciava: “Um dia Amargosa vai amargar”. Mas o presságio só ficou no ar tempo suficiente para que o barbeiro Nilton Vidigal, 47, descontraísse: “A cidade da sua mãe tem nome amargo, mas se você disser o nome dela devagar, se torna algo bom. Amar-gosa”.

“A quebradeira, as tremedeiras moveu tudo (sic.)”, berrou num vídeo o humorista Pisit Mota, que estava em Valença no momento do sismo. Apesar do tom descontraído, comentários como o de Vidigal e o de Pisit foram um ponto fora da curva. “Eu estava em pé e dei uma desequilibrada. Tive a impressão de que o chão ia abrir e a terra ia me engolir”, se apavorou a empresária Joselita Andrade, 56, de Santo Antônio de Jesus.

 Em São Miguel das Matas, as imagens das câmeras de segurança do Supermercado Silva registraram cenas que viralizaram: produtos das gôndolas chacoalham e caem em pelo menos dois corredores. Moradores da zona rural, em diversas cidades, relataram o tremor e um estrondo. Ao tocar em objetos durante os abalos, a dona de casa Cristiane Santos, 34, de Santo Antônio de Jesus, narrou o pânico: “Minhas mãos começaram a formigar e é como se tivessem ligado uma escavadeira perto de mim”.

Na Fazenda Braga, zona rural de Varzedo, Rafaela Santos, 19, disse que sentiu quatro tremores: “Um na madrugada, o segundo por volta de umas sete e meia por aí, que durou de 5 a 10 segundos. durante o segundo tremor, minha mãe se abalou e, no terceiro, ela começou a passar mal”.

Em Laje, o advogado Rui Andrade, 59, confirmou  sensação: “Um barulho muito forte. Como esse, nunca tivemos aqui na zona rural”. À noite, por volta das 18h12, ele disse ter ouvido dois estrondos semelhantes aos sismos ocorridos pela manhã.

Na zona urbana das cidades atingidas testemunhas fazem alusões a um grande caminhão passando a um trem para descrever o sentiram. Segundo o Centro de Sismologia da USP, entre 2018 e 2019 foram registrados nove tremores na região. “Há um histórico recente de tremores nas cidades de Amargosa, São Miguel das Matas, Varzedo e Mutuípe”, informou.

O governo do estado atestou que o abalo sísmico foi o maior ja´ registrado a Bahia, tanto pela magnitude de 4.6, como em extensão, cerca de 400 km² de raio, atingindo do Recôncavo até Vitória da Conquista (sudoeste), Itabuna (sul) e em Itaberaba (na Chapada Diamantina). “A Defesa Civil do Estado entrou em contato com as prefeituras e coordenadorias das defesas civis dos municípios afetados, solicitando que encaminhassem técnicos e engenheiros  para vistoriar os imo´veis com risco de desabamento”, informou. 

Em Salvador, a Codesal registrou relatos nos bairros de Daniel Lisboa, Ondina, Itapuã, Caixa D’água, Canabrava, Ribeira, Barris, Nazaré, Trobogy,  Perrnambués, Mata Escura, Cabula, Cabula VI, Dom Avelar, Engenho Velho da Federação, Garcia, Brotas, Inbuí e Arenoso.

O geólogo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Carlos Uchôa, explica que os terremotos são causados pela liberação de energias acumuladas. É como se existissem profundas cicatrizes abaixo da terra que, de tempos em tempos, irradiam para a superfície.

“A causa mais provável é a reativação das falhas geológicas, que acumulam tensão, ou seja, energia, que precisa, em algum momento, ser liberada. É um pequeno deslocamento de terra”, explica Uchôa.

Os tremores principais também podem ocasionar tremores secundários, numa margem de dias ou de horas. Em Salvador, onde o abalo foi mais fraco, ressalta Uchôa, pode ter ocorrido um “reflexo”. “As ondas sísmicas viajam até se arrefecer, enquanto estiver campo para viajar, mas a partir do momento que vai ficando mais distante, via perdendo força”, diz.  Por isso, não é descartado que novos abalos sísmicos sejam registrados pelos sismógrafos. | com informações do Correio.