OPINIÃO | “Aceite ônibus quebrando!”, aconselha o vereador Jorge Bezerra

“Aceite ônibus quebrando!”, aconselha o vereador Jorge Bezerra (SD).

Se o parlamentar conquistense não tivesse feito uma live (filmagem de sim mesmo) em ação, a rigor, de terno e gravata, ao lado de um ônibus enguiçado, não acreditaríamos se alguém nos dissesse.

Seria difícil crer, até mesmo pela inusitada cena em que se viu Jorge Bezerra, ligeiro, narrador, estando na cobertura do fato, como em um furo de reportagem – semelhante espécie de just in time do jornalismo de campo.

A NARRATIVA DO VEREADOR TEM MUITO A NOS DIZER 

Para quem não conhece ou experimenta o drama do transporte público desta cidade, pode não compreender a mensagem subliminar e os reais motivos desta cobertura “jornalística” do vereador.

ASSISTA AO VÍDEO, e mais adiante vamos interpreta-lo.

De modo sútil o vereador busca desqualificar uma concessionária (nenhuma novidade, sempre que oportuno ele faz …) tentando passar mensagem de que ele compreende a situação da Viação Cidade Verde. E “lamenta”…

Porém, o que o representante do povo não imaginaria é que a leitura de seu vídeo ganhasse outra interpretação aos olhos daqueles que conhecem a precária situação como é conduzida a mobilidade urbana desta cidade, bastando observar no vídeo o vereador como que “tentando confortar” a população para que aceite ônibus quebrados.

Prova da derrocada do transporte público é a saga da própria Viação Cidade Verde. Cada vez mais público vai ficando o desejo de alguns que a empresa não sirva à população.

 “Talvez porque a empresa não sirva para eles, ou que a  empresa não os sirva ”

As cenas do vereador, e a reação de frustração de alguns, arrancaram comentários, em ar de graça. Risos reproduziram piadas que reverberaram nos bastidores da política e até da imprensa na tarde desta quarta-feira. 4.

Pela correria de alguns, vistos semblantes ???? após o afã.

Ônibus em funcionamento, seguindo embora, para frustração dos que torcem contra

Observar o mesmo veículo saindo funcionando do local pode ter desagradado. – “Não foi desta vez”, quem sabe pensaram alguns.

O CORRETO QUE INCOMODA

A população aprovar a Viação Cidade Verde e os meios de comunicação não terem algo relevante para noticiar desta empresa tem colocado até mesmo a própria imprensa local sob ataque destes descontentes.

Empresa exemplar, tendo investido em 90 ônibus zero km em menos de cinco anos, algo que nenhuma outra empresa fez na história de Vitória da Conquista, incomoda aqueles que não andam de ônibus.

Ao agir assim, o vereador riu-se da inteligência do eleitor e passageiro do transporte público de cada dia. Assistindo a auto filmagem de Bezerra fica latente a real intenção: “justificar o festival de ônibus enguiçados da frota da própria prefeitura, a Viação Rosa”.

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Como que se normal fosse ônibus enguiçados ou que um erro justificasse o outro. Dramática a situação em que se fez o representante do povo.

…AVIÕES DEVERIAM CAIR TODOS OS DIAS…

Assim seria, caso a tese sugerida pelo vereador prevalecesse.

Máquinas falham, porem, não podemos fazer disso normalidade, como sugere o vereador em seu vídeo. O vereador, como que se “solidarizando” com a Viação Cidade Verde, tenta fazer comparativo com a Viação Rosa.

Para isso ele deveria colocar as operações das empresas em condições de igualdade operacional:

???????? com quantos ônibus cada empresa entrega os serviços à população no dia-a-dia?
???????? quantas viagens cada empresa realiza?

Bastando  responder a estas duas perguntas podemos concluir que tal comparação que o vereador tenta induzir nem de longe justificam os números escabrosos de carros enguiçados da empresa do governo municipal.

Nessa tarde fica claro, para alguns, que o nosso povo, dependente do busão para ir e vir, não merece empresas, serviços ou transporte público de alto tipo. Para eles, o contentamento é a única saída.

Comparações ou paradigmas para nosso transporte público, no entendimentos deste, devem ser guiadas ou medidas sempre por baixo, pois por cima os incomodam.

Quem sabe resida a explicação no subestimar, ou que para eles o pouco é muito e o nada está bom demais.

Que o leitor, ELEITOR passageiro de ônibus se pergunte: ONDE ESTÁ O INTERESSE PÚBLICO?


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