OPINIÃO – Agora a culpa é do Juiz. Quem sabe, do PT

O prefeito Herzem Gusmão tenta se eximir do caos que será com a saída da Viação Cidade Verde e ignora os exemplos que reforçam a tragédia: Salvador 5º pior transporte público do mundo.

Enquanto a capital baiana luta para reconstruir o transporte público, necessário à rotina de qualquer cidade, em Vitória da Conquista o prefeito não esconde seu desejo de expulsar a Viação Cidade Verde.

Segue  impondo a desastrosa receita, colocando nossa cidade na contramão das boas práticas que assegurem a melhoria contínua deste patrimônio público. Sobre o caos no transporte público em Salvador, LEIA AQUI REPORTAGEM SOBRE ESTE ASSUNTO


Por aqui a  administração pública parece não ter se encontrado, compreendido ou ignora caprichosamente a vital importância deste bem público essencial – tão importante que é – protegido e regido por leis e diretrizes  internacionais, tais como Ministério das Cidade do Brasil e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em uma lógica óbvia para qualquer um, ao prefeito Herzem parece não ser. Até mesmo aqueles tidos como não técnicos, mas que utilizam e são dependentes do ônibus, está óbvio que a tragédia no transporte público de Vitória da Conquista está anunciada e cristalina, menos ao prefeito que segue nivelando o sistema de transporte público por remendos e improvisos, a exemplo da clandestinidade que tomou a cidade de assalto através de seu incentivo, anuência e proteção.

Há cerca de um ano os conquistenses vinham assistindo “pacificamente”  as diretrizes destrutivas deste bem público proferidas e praticadas por parte do poder executivo. Até que a “LUZ VERMELHA” se acendeu, quando o prefeito, exagerando na dose, embriagado no cálice do poder, passou da linha do razoável ao se intitular uma espécie de “todo poderoso”, empoderado pelo povo.

Como disse ele, exaltando o objeto em seu poder, uma certa “caneta poderosa”, onde ele, em radiodifusão, disse que poderia fazer o que bem desejasse com o transporte público da cidade.

Naquele momento a sociedade conquistense percebeu que algo perigoso estava em curso. Foi quando o Conselho de Segurança, CDL, lojas maçônicas, associações de idosos e de deficientes e outras tantas notificaram o prefeito Herzem Gusmão, bem o como o Ministério Público.

Os maus exemplos Brasil afora, os mais próximos, como de Feira de Santana e até da capital baiana parecem não servir de parâmetros ao prefeito, que segue surdo, cego, repetitivo e cansativo de que não é ele o culpado. Ignora até o relatório que ele mesmo encomendou, onde nas considerações finais discorre até de uma certa “MENTIRA COGNITIVA” ou “DESONESTIDADE INTELECTUAL”.

A cidade não quer saber de culpado e tão pouco é papel de líderes buscarem culpados, e sim prover inteligentes soluções de modernidade.

Publicamente Herzem impõe vontade própria, atropelando premissas  mundiais de mobilidade, ao tempo que ignora os interesses de médio e longo prazos da cidade que ele representa.

Aos clandestinos ele defende de unhas e dentes, não respeitando os avisos e até vislumbra levar o sistema ao caos para poder abrir uma suposta licitação e encaixar seus “pupilos” ou aqueles que podem arrancar-lhes os próprios olhos. Seria medo?

Enquanto com a Viação Vitória o gestor é longânime, suportando toda sorte de desobediência por parte da empresa e dos sofrimentos que esta mesma empresa impõe ao povo conquistense.

Por outro lado, Herzem já cometeu toda sorte de ingerência e intolerância com a Viação Cidade Verde. Com menos de 40 dias de seu governo ele mesmo colocou para fora do seu gabinete aos berros os executivos da empresa e seu corpo jurídico.

Ao passo que desfila pelas rádios com o advogado por ele elogiado, responsável pela permanência precária e  jurídica da Viação Vitória e, ao mesmo tempo, responsável  pela ação de expulsão da Cidade Verde – o “famoso xeque mate” exaltado por Herzem ao antecipar o veredito do juiz.

Rodas, janelas e eixos dos carros da Viação Vitória se soltam ou se quebram pelas ruas, mas é a Viação Cidade Verde que recebe legiões de fiscais em sua garagem, multas de mais de mil reais em um friso trincado. Até servir com um ônibus aos cansados bombeiros em uma madrugada no Parque de Exposição foi motivo para auto de infração.

O que o prefeito pode não estar atento é que o povo, aquele que está na ponta da linha – seja madrugada, frio, chuva ou com o sapatos na lama, não quer saber de conceitos jurídicos. O que eles esperam é o ônibus no horário. Com licença do trocadilho, nesse ponto o prefeito dorme no ponto, ignorando a guerra que enfrentará com os passageiros no dia seguinte sem a Cidade Verde no ponto.

Que Vitória da Conquista não se espelhe em Salvador com a triste realidade da  5º pior transporte público no mundo. * (Jussara Novaes é jornalista e repórter especial)


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