O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio Noronha abriu uma divergência em um julgamento realizado no mês passado na corte especial e votou pela soltura do empresário Adailton Maturino e de sua mulher Geciane Maturino.
Eles foram presos na Operação Faroeste, que apura corrupção na Justiça da Bahia.
A postura do ministro chamou atenção de fontes que acompanham a investigação. O GLOBO revelou ontem que o grupo do empresário Adailton Maturino pagou passagens aéreas para a filha de Noronha, a advogada Anna Carolina Noronha. Ela foi contratada para atuar em parceria com Geciane Maturino em um processo envolvendo a disputa de duas empresas da Bahia. Ao GLOBO, Anna Carolina Noronha afirmou que o voo foi pago para que ela participasse de uma reunião para discutir o processo.
No mês passado, Noronha divergiu do relator do processo, o ministro Og Fernandes, e propôs que a prisão do casal fosse substituída por prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. O ministro defendeu com ênfase a soltura de Maturino e de sua esposa. Na ocasião, o vínculo entre o casal e a filha do ministro do STJ não havia se tornado público. Mesmo assim, Noronha ficou isolado, já que seus colegas votaram pela manutenção da prisão. | O Globo.