O ex-secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, foi flagrado em grampos da investigação da Operação Faroeste, que apura um esquema de corrupção no Judiciário baiano.
Nas gravações, Barbosa promete pleitear em favor de um empresário em um contrato com o Governo do Estado e diz que não iria fazer licitação por menor preço. As informações são da coluna de Bela Megale, de O GLOBO.
“Fazer porra de licitação pra menor preço não”, afirma no diálogo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) o ex-secretário na semana passada sob acusação de obstruir as investigações contra personagens envolvidos no esquema. Suspeito de comandar uma central de interceptações na SSP, ele teve suas próprias conversas apreendidas pela Polícia Federal (PF) na operação.
De acordo com a coluna, em uma das conversas, o ex-secretário promete interceder por um amigo em uma contratação no governo e relata que não realizará um processo licitatório, conforme a PGR. A mensagem de áudio teria sido enviada em 8 de maio de 2019, após ele ser procurado por um empresário da área de segurança que tinha interesse em um contrato público.
“Valeu meu irmão, tamo junto. É… veja se você precisar de qualquer apoio aí com Mariana, até que a gente interceda lá no processo, fazer porra de licitação pra menor preço não rapaz… botar sua lá… viu…”, diz.
Na denúncia, a PGR afirma que Barbosa acumulou patrimônio acima dos seus salários de funcionário público e que mantinha uma “sociedade ilegal” em uma empresa de segurança privada, apesar de ser o secretário de Segurança Pública do Estado.
A defesa de Barbosa, enviou nota à coluna de O GLOBO, alegando que o ex-secretário não tem nenhuma empresa de segurança e disse que o fato se trata de uma “situação hipotética fruto de um devaneio do Ministério Público Federal”.
Sobre o grampo telefônico, a defesa alega que a conversa precisa ser periciada para saberem se é verdadeira e em que contexto teria ocorrido. “O que se está fazendo com o ex-secretário Maurício Barbosa é de uma absurdez inominável, pois se acusa sem provas, mas com base em conjecturas. No momento apropriado a defesa vai desconstruir esse castelo de cartas do MPF provando a inocência dele”, afirmam os advogados Sérgio Habib e Thales Habib.