OPERAÇÃO FAROESTE | Agricultor que denunciou esquema de grilagem investigado pela operação é assassinado

Um agricultor de 61 anos foi assassinado a tiros no bairro Bandeirantes, em Barreiras, no Oeste da Bahia, na noite da última sexta-feira (11).

Em 2020, Paulo Antônio Ribas Grendene denunciou à polícia que suas terras estavam sendo invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigada pela Operação Faroeste – que apura a venda de decisões judiciais para legalização de terras no estado.(leia detalhes mais abaixo).

A polícia investiga o crime e, até última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.

O crime

O agricultor passava de carro pelo local quando foi interceptado por dois homens armados e encapuzados. A dupla disparou várias vezes contra a vítima, que morreu na hora.

Os suspeitos fugiram e a delegacia da cidade tenta localizá-los através das imagens das câmeras de segurança da rua.

Denúncia sobre invasões

Uma associação de produtores rurais, da qual Grendene fazia parte, emitiu uma nota sobre o caso.

No documento, a associação informou que, no fim do ano passado, a vítima denunciou à polícia que suas terras estavam sendo invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigada pela Operação Faroeste.

A polícia ainda não detalhou se o assassinato do agricultor tem ligação com a operação. Grendene era paranaense e morava na Bahia há 30 anos.

O corpo dele foi levado para a cidade de Nova Londrina (PR), onde ele nasceu. Ainda não há informações sobre o sepultamento.

Operação Faroeste

A operação começou no final de 2019.

19 de novembro – a primeira fase da Operação Faroeste teve a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados;

20 de novembro – a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento contra os magistrados do TJ-BA.

23 de novembro – a Polícia Federal prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª vara de Substituições da Comarca de Salvador, em mais um desdobramento da Operação Faroeste;

29 de novembro – a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi presa. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), ela estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. Indícios sobre isso foram reunidos pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF);

19 de dezembro – na última fase, que foi batizada de Estrelas de Nêutrons, quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de obter provas complementares da possível lavagem de ativos. Os alvos foram um joalheiro e e um advogado.

Ao longo das fases anteriores da operação foram presos:

Maria do Socorro Barreto Santiago (desembargadora);

Sérgio Humberto Sampaio (juiz de primeira instância);

Adailton Maturino dos Santos (advogado que se apresenta como cônsul da Guiné-Bissau no Brasil);

Geciane Souza Maturino dos Santos (advogada e esposa de Adailton Maturino dos Santos);

Antônio Roque do Nascimento Neves (advogado);

Márcio Duarte Miranda (advogado e genro da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago).


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