Operação da PF abrange 10 cidades do sudoeste da Bahia; Conquista, Itambé e Ribeirão do Largo estão entre elas

Os contratos fraudados somam R$ 140 milhões, dos quais R$ 45 milhões teriam sido desviados. A operação conta com a participação de 160 policiais federais e 16 auditores da CGU.


A quinta-feira começou agitada, com uma mega-operação da Polícia Federal que objetiva alcançar empresários, políticos e servidores de prefeituras.em Barra do Choça, Cândido Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Itambé, Jequié, Piripá, Vitória da Conquista, Tanhaçu, Gandu, Ipirá, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto. As dez primeiras estão localizadas no sudoeste da Bahia.

A iniciativa visa investigar, principalmente, desvio de verbas na educação entre os anos de 2010 e 2016. Segundo a PF, os criminosos utilizavam três cooperativas de fachada, já que não havia concorrência nas licitações. Os mandados também estão sendo cumpridos em Mata Verde, norte de Minas Gerais.


“FACHADA”
Segundo as investigações, iniciadas em 2013, três falsas cooperativas que pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações recorrentes, desviavam recursos públicos obtidos através de contratos celebrados com diversos municípios, na área de transporte, sobretudo escolar. 


Com os dados obtidos foi possível verificar que essas cooperativas serviam apenas de “fachada”, não havendo concorrência entre elas uma vez que as vencedoras eram definidas previamente.Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU), cumpre, na manhã desta quinta-feira (23), 9 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão temporária, 13 mandados de medidas cautelares e 41 de busca e apreensão em cidades na Bahia e em Minas Gerais.


A operação Lateronis tem objetivo de combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da educação no centro-sul baiano. Um grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores, fraudava licitações, principalmente em contratos na área de educação, para desviar recursos públicos.


O nome da operação, Lateronis, é uma referência aos soldados da Roma antiga, que guardavam as laterais e as costas do imperador e que, de tanto estarem ao lado do poder, passaram a acreditar que eram o próprio poder e que podiam atuar de forma impune ao cometerem delitos contra os mais pobres.


Será concedida coletiva à imprensa na Delegacia de Polícia Federal em Vitória da Conquista, às 9 horas. 


G1, com informações adicionais de Celino Souza, editor de Notícias da Polícia Federal


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