NOVOS NOMES – Alvo de condução coercitiva da PF é assessor de Carletto; Gabinete de Clóvis Ferraz foi alvo de buscas

[Alvo de condução coercitiva da PF é assessor de Carletto; vereador do PP é afastado]
Alvo de condução coercitiva no âmbito da Operação Condotieri, deflagrada hoje (30) pela Polícia Federal para desbaratar esquemas de fraude eleitoral em Vitória da Conquista, Vivaldo Góis de Oliveira (imagem abaixo) é assessor do deputado federal Ronaldo Carletto (PP).

Além de auxiliar do parlamentar, ele é presidente do Pros na Bahia. Segundo a Polícia Federal, uma arma foi apreendida na casa do dirigente. “Muito material foi apreendido. Em Salvador, nenhum valor em espécie. Na casa de um assessor, apreenderam uma arma Taurus. Também foram apreendidos documentos que a gente já esperava”, disse o delegado Daniel Justo Madruga.

Também integrante do braço político do esquema, o vereador de Conquista, Rodrigo Moreira (PP), foi afastado do cargo. Então candidato em 2016, o pepista teria oferecido emprego a eleitores no novo presídio de Vitória da Conquista, que estava prestes a ser inaugurado, em troca de apoio na campanha e de votos.

O gabinete do ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Clóvis Ferraz (PSD), também foi alvo de busca e apreensão.

A operação, com mais de 100 policiais envolvidos, cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de medidas cautelares diversas da prisão e 61 mandados de intimação nos municípios baianos de Vitória da Conquista, Itabuna, Wenceslau Guimarães, Salvador e Lauro de Freitas, além do Rio de Janeiro (RJ) e Cuiabá (MT).

Além disso, dois dos mandados cumpridos na operação são em desfavor de empresários alvos na operação Calicute, que representou a 37ª fase da operação Lava Jato, que em 2016 desvendou esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa em obras do Rio de Janeiro.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações sobre os crimes eleitorais foram iniciadas, em 2017, pela delegacia de Polícia Federal em Vitória da Conquista. Conforme a PF, o vereador, então candidato, oferecia empregos no novo Presídio de Vitória da Conquista, que estava prestes a ser inaugurado, em troca de apoio na campanha e em troca de votos.

As investigações apontam ainda que a organização criminosa utilizou a estrutura de outros órgãos públicos, como o Detran e a Zona Azul, para o mesmo fim, bem como omitiu receitas e falsificou recibos entregues na prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Os investigados se serviram de pelo menos duas empresas de “fachada” para emissão de notas “frias”, que eram utilizadas para a prestação das contas.

A operação intitulada Condotieri é uma alusão à obra de Nicolau Maquiavel denominada “O Príncipe”, que cita os “condotieri” (mercenários), que eram contratados pelos governantes da época com o intuito de obter conquistas territoriais na península Itálica do século XVI, utilizando-se de força ilegítima e sem qualquer ética política, sob o argumento de que “os fins justificam os meios”. (Por Alexandre Galvão / Evilásio Júnior/Metro1 e G1 Bahia)


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