NOVELA SEM FIM – Para a justiça, os ônibus da Serrana não são sucatas. E agora?


O patrimônio garantidor dos direitos de mais de 500 famílias pode estar tirando o sono de alguns e despertando outros. No epicentro da insônia está a instituição que deveria ter sido a guardiã de tudo: o Sintravc e seu presidente, Álvaro Souza.

CLIQUE AQUI e entenda o caso.

Os fantasmas sempre retornam. Nesse momento os ex-funcionários da Viação Serrana estão descobrindo, por força dos fatos, o quanto foram mal representados em seus direitos, infelizmente  negligenciados.

“O que mais dói é que por cinco anos, mesmo tendo a Viação Serrana deixado de operar, continuamos filiados e pagando mensalmente o Sintravc, justamente para que eles cuidassem de nossos direitos e do patrimônio garantidor. Igual a nós, centenas de outros, em vão, pensaram assim”, lamentam os rodoviários Arnaldo e Cléber. “Triste olhar a garagem sucateada”, emendam.

Uma sucata que ninguém se aventura mexer. Mas, por que?

A Construtora PEL arrematou em leilão apenas o terreno da Viação Serrana. Como condição a empresa adquirente exige que os ônibus sejam retirados de lá para que, assim, seja concluído o processo.

Enquanto isso o sindicato dos rodoviários não mexe e tampouco remove os veículos visando dar  cabo às indenizações, após cinco anos de espera, ainda que ao valor seja  1/4 daquilo que é devido à categoria.

Conversando com especialistas para tentar entender as razões da não remoção das sucatas, percebemos que há muito mais do que se imagina ser uma simples remoção de ferro-velho.

Na garagem não repousam simples restos do que foi um bem público.Aquela frota, embora para muitos pareça sucata, para a Justiça são ônibus, com identidade ou chassis. Todos arrolados em processos judiciais de toda sorte ou natureza: tributários, trabalhistas ou cível.

Argumentam que, provavelmente, existam registros judiciais das condições em que esses veículos foram deixados, na madrugada do dia 5 de janeiro de 2014 – último dia de operação da empresa. E mais, a situação atual de sucateamento vai provocar questionamentos da Justiça em diversas instâncias e envolverá muitas pessoas.

Tivemos acesso ao rol de perguntas que devem ser respondidas:

A – Como estão os documentos desses carros?
B – Quantos eram na madrugada do dia 5 de janeiro de 2014?
C – Quantos restaram no terreno que um dia foi a garagem?
D – Em quais e em quantos processos (tributários, cível e trabalhista) cada carro deste está arrolado como penhora?
E – Poderiam ser vendidos como ferro-velho?
G – Quem assumirá a tutela desses veículos?
H – Para onde leva-los já que configuram em outros processos?

O presidente Álvaro foi zeloso? teria ele elementos, provas judiciais para comprovar que denunciou a invasão da garagem da Viação Serrana e alertou as autoridades que o patrimônio “derretia”?

Por fim, como o sindicato dos rodoviários enfrentará os questionamentos judiciais, por assistir os bens garantidores de direitos trabalhistas sagrados serem dilapidados e sucateados por cinco anos?

Esqueletos no armário!

Uma comissão composta por rodoviários e ex-rodoviários se organizam contratando advogados para responsabilizar o sindicato e o presidente da instituição. A novela continua.


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