A corporação informou que o inquérito, aberto em 2015, foi concluído em janeiro de 2017 sem nenhum indiciado, em virtude deste pedido de propina. O motivo pelo qual o empresário, vítima da extorsão, foi investigado é mantido em sigilo.
A PF fez buscas na casa do delegado e na empresa de Clodoaldo. Foram apreendidos celulares e computadores. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada: Clodoaldo ficou detido em Londrina, e Sandro Viana foi levado para Brasília.
Ainda de acordo com a PF, o delegado vai responder pelos crimes de corrupção, organização criminosa e concussão, que é a extorsão praticada por funcionário público. Além do processo criminal, Viana vai responder a um processo disciplinar dentro da PF, e pode até ser demitido do cargo de delegado.
Antônio do Espírito Santo, advogado de Clodoaldo Pereira dos Santos, que foi preso suspeito de ser o intermediador da extorsão, disse que não vai se manifestar sobre o caso porque ainda não teve acesso ao inquérito.
De acordo com a Polícia Federal, com a ajuda do intermediador, o delegado solicitou vantagem indevida a um empresário para não indiciá-lo. A Polícia Federal informou que o inquérito, aberto em 2015, foi concluído em janeiro de 2017 sem nenhum indiciado, em virtude deste pedido de propina. O motivo pelo qual o empresário, vítima da extorsão, foi investigado é mantido em sigilo.
“O delegado Sandro Viana era responsável pela investigação contra esse empresário. Por meio do intermediário, que é dono de uma empresa de vigilância, eles solicitaram o dinheiro. Neste sábado, ocorreu o pagamento”, explicou o delegado Felipe Barros Leal, que é responsável pela operação.
O delegado ficaria com R$ 20 mil, e o intermediador com R$ 15 mil, segundo a Polícia Federal.
A prisão decretada contra o delegado federal e contra o intermediador é preventiva, ou seja, não tem prazo para terminar.
Os dois devem responder pelos crimes de corrupção passiva e concussão – quando o funcionário público exige para si ou para terceiros vantagem indevida em função do cargo que ocupa. A Polícia Federal informou ainda que será aberto um processo administrativo contra o delegado preso. Se ao longo do processo o crime for comprovado, o delegado pode ser expulso da corporação.
A investigação
A Polícia federal investigava o caso havia 40 dias. Foi a própria vítima que denunciou o delegado. A investigação foi conduzida pelo Departamento de Conta inteligencia da Polícia Federal, em Brasília, com o apoio da Polícia Federal de Londrina e Maringá.
Os R$ 35 mil foram apreendidos juntamente com pendrives, celulares e documentos.