NA CARNE – Delegado federal é preso ao dividir propina de R$ 35 mil, diz PF

Policiais federais cumpriram mandado de busca e apreesnão na empresa (Foto: Luciane Cordeiro / G1)
A Polícia Federal (PF) vai fazer uma espécie de pente-fino nos inquéritos que eram conduzidos pelo delegado federal Sandro Viana, preso no sábado (25) durante a Operação Corrumpere, quando dividia uma propina de R$ 35 mil com um intermediador que o auxiliou a extorquir o dinheiro de um empresário de Londrina, no norte do Paraná.
Antes de serem distribuídos para outros delegados, as investigações que eram conduzidas por Viana vão passar por uma revisão para apurar possíveis irregularidades, como a que motivou a prisão dele.  A operação
De acordo com a PF, com a ajuda do intermediador, o delegado solicitou vantagem indevida a um empresário para não indiciá-lo.

A corporação informou que o inquérito, aberto em 2015, foi concluído em janeiro de 2017 sem nenhum indiciado, em virtude deste pedido de propina. O motivo pelo qual o empresário, vítima da extorsão, foi investigado é mantido em sigilo.
O diretor de uma empresa de segurança, Clodoaldo Pereira dos Santos, conhecido como Tigrinho, também foi preso em flagrante. Com ele os policiais encontraram os R$ 35 mil que teria sido pagos pelo empresário que denunciou o esquema. Para a PF, Clodoaldo participou da extorsão a mando do delegado. O diretor ficaria com R$ 15 mil reais, e os R$ 20 mil restantes seriam entregues a Viana.

A PF fez buscas na casa do delegado e na empresa de Clodoaldo.  Foram apreendidos celulares e computadores.  Os dois tiveram a prisão preventiva decretada: Clodoaldo ficou detido em Londrina, e Sandro Viana foi levado para Brasília.

Ainda de acordo com a PF, o delegado vai responder pelos crimes de corrupção, organização criminosa e concussão, que é a extorsão praticada por funcionário público. Além do processo criminal, Viana vai responder a um processo disciplinar dentro da PF, e pode até ser demitido do cargo de delegado.
Outro lado
O advogado que defende o delegado Sandro Viana não atendeu aos telefonemas da produção da RPC Londrina.
No sábado (25), a defesa de Clodoaldo Pereira dos Santos informou que iria se manifestar somente após conhecer a denúncia. Nesta terça-feira (28), a produção não conseguiu contato com o advogado.
SAIBA MAIS:
A Polícia Federal afirmou neste sábado (25) que o delegado federal Sandro Viana foi preso no momento em que dividia uma propina de R$ 35 mil com um intermediador que o auxiliou a extorquir o dinheiro de um empresário de Londrina, no norte do Paraná. Ambos foram alvos da Operação Corrumpere.

Antônio do Espírito Santo, advogado de Clodoaldo Pereira dos Santos, que foi preso suspeito de ser o intermediador da extorsão, disse que não vai se manifestar sobre o caso porque ainda não teve acesso ao inquérito.

De acordo com a Polícia Federal, com a ajuda do intermediador, o delegado solicitou vantagem indevida a um empresário para não indiciá-lo. A Polícia Federal informou que o inquérito, aberto em 2015, foi concluído em janeiro de 2017 sem nenhum indiciado,  em virtude deste pedido de propina. O motivo pelo qual o empresário, vítima da extorsão, foi investigado é mantido em sigilo.

“O delegado Sandro Viana era responsável pela investigação contra esse empresário. Por meio do intermediário, que é dono de uma empresa de vigilância, eles solicitaram o dinheiro. Neste sábado, ocorreu o pagamento”, explicou o delegado Felipe Barros Leal, que é responsável pela operação.

O delegado ficaria com R$ 20 mil, e o intermediador com R$ 15 mil, segundo a Polícia Federal.

A prisão decretada contra o delegado federal e contra o intermediador é preventiva, ou seja, não tem prazo para terminar.

Os dois devem responder pelos crimes de corrupção passiva e concussão – quando o funcionário público exige para si ou para terceiros vantagem indevida em função do cargo que ocupa. A Polícia Federal informou ainda que será aberto um processo administrativo contra o delegado preso. Se ao longo do processo o crime for comprovado, o delegado pode ser expulso da corporação.

A investigação


A Polícia federal investigava o caso havia 40 dias. Foi a própria vítima que denunciou o delegado. A investigação foi conduzida pelo Departamento de Conta inteligencia da Polícia Federal, em Brasília, com o apoio da Polícia Federal de Londrina e Maringá.

Os R$ 35 mil foram apreendidos juntamente com pendrives, celulares e documentos.


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