A Brazil Iron, empresa inglesa de capital fechado, cuja subsidiária brasileira tem sede em Piatã, Bahia, demitiu, esta semana, cerca de 100 funcionários após ter parte da mina de minério de ferro “Fazenda Mocó”, em Piatã, na Bahia, interditada. Em julho deste mesmo ano a empresa já havia iniciado um processo de demissão em massa e os desdobramentos ameaçaram até um eventual encerramento das atividades na região da Chapada.
Caso contornado no início do segundo semestre, mais uma vez – por meio de rede social – a companhia informou que iniciou “desligamentos” de funcionários.
A companhia já investiu mais de US$ 100 milhões em sua operação no Brasil e reafirmou que planeja investir outros US$ 200 milhões até 2023. O negócio da empresa é a produção e comercialização de minério de ferro, além da pesquisa de manganês.
A companhia foi formada a partir da aquisição de direitos minerários no estado da Bahia entre 2011 e 2017. Ao todo, possui 25 áreas no Brasil, que totalizam 433 km².
História
A Brazil Iron e sua subsidiária brasileira foram formadas para produzir e comercializar produtos de minério de ferro como granulado (lump) e hematite (sinter feed e pellet feed). A empresa foi constituída após a compra de direitos minerários no Brasil entre os anos de 2011 e 2017.
Operações
A Brazil Iron possui 3 depósitos e outros 22 atualmente em fase de exploração, com alvos com mais de 590 milhões de toneladas de minério de ferro e potencial geológico para mais 2 bilhões de toneladas, além de 5 milhões de toneladas de manganês em alvos já mapeados.
A operação da mineradora está concentrada no estado da Bahia, com acesso a cinco rodovias, duas ferrovias (Ferrovia de Integração Oeste-Leste e Ferrovia Centro-Atlântica) e dois portos (Porto de Aratu e Porto Sul, em construção) para escoamento e comércio exterior.
A Brazil Iron possui uma mina em fase de pré-produção, a mina Fazenda do Mocó, que já completou entregas de carregamentos de teste sob guia de utilização para Espanha, Holanda e China e que tem capacidade de mais de 2 mtpa. Mais de 90% do potencial geológico nas áreas da empresa está inexplorado.
NOTA – A empresa afirma que está “trabalhando para reverter a situação”. Em contato com o Sudoeste Digital a empresa emitiu a seguinte nota:
A Brazil Iron vem a público informar que iniciou essa semana o processo de transição que colocará a empresa em uma nova era e mudará conceitualmente a planta localizada na região de Piatã. A partir desta transformação, a companhia implementará uma das mais modernas, eficientes e sustentáveis operações de extração e beneficiamento de minério de ferro no país.
Ao término dessa verdadeira metamorfose, a Bahia terá sua primeira mineradora a trabalhar com emissão zero de carbono e 100% alinhada com as metas do Plano Nacional de Mineração 2050. A alteração ampliará substancialmente a capacidade produtiva, possibilitando atingir a marca de 10 milhões de toneladas por ano.
Para que todas essas mudanças sejam possíveis e os objetivos possam ser alcançados, a Brazil Iron suspenderá grande parte das operações de extração, beneficiamento e comercialização de minério da Mina Mocó. A interrupção ocorrerá durante o processo de readequação da planta atual, cujo prazo ainda não é conhecido, pois depende da emissão das licenças ambientais necessárias.
