LIVRES | Justiça manda soltar casal acusado de tramar morte de fazendeiro em Itapetinga

SUDOESTE DIGITAL (Conteúdo próprio) – A 2ª Turma da Primeira Câmara Criminal de Tribunal da Bahia concedeu habeas corpus ao casal Alana Nascimento Oliveira, 38 e o esposo dela, Elvis Santos Campos, vulgo “Buga”, 36, presos desde setembro deste ano sob acusação de tramar a morte do fazendeiro Júlio César Correia de Almeida, conhecido como Téo, 50 anos. O Sudoeste Digital teve acesso à sentença de 13 páginas que colocou o casal em liberdade.

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A mãe de Alana, Janes Meres Nascimento, 59 anos (abaixo), que também foi presa à  época, já havia sido posta em liberdade em outubro. A defesa ficou a cargo dos advogados Rodolfo Mascarenhas Leão  e José Pinto de Souza Filho.

A motivação, segundo os delegados Roberto Junior e Irineu Andrade, que coordenaram a operação,  seria a suposta disputa de uma herança em um processo de inventário que a Janes Meres é herdeira de Rosalvo Rodrigues Moreira, falecido em 2012.

Segundo a polícia, a vítima (IMAGEM ABAIXO), casada com Eliane Moreira Lima de Almeida, de 52 anos, irmã de Janes, atrapalhava os direitos hereditários da cunhada, bem como já havia a agredido fisicamente, na presença de sua filha Alana.

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As investigações apontam que Alana se uniu ao seu esposo Buga e mataram Téo, possivelmente com a concordância de Janes. A mulher de Téo também é herdeira, porém não há indícios de participação no crime. A operação “Grande Família” levou esse nome pelo fato de todos os envolvidos pertencerem à mesma família.

DEFESA ALEGOU CONSTRANGIMENTO ILEGAL

A defesa alegou que o casal, preso processualmente desde 05/09/2019, acusado de praticar os crimes previstos no art. 121, (homicídio) § 2º, incisos I e IV, e no art. 211 (ocultação de cadáver), ambos do Código Penal, “sofrem constrangimento ilegal em suas liberdades de locomoção, uma vez que permanecem custodiados preventivamente por força de Decisão que não apresenta plausível fundamentação”.

RELEMBRE O CASO

O corpo do pecuarista, que estava desaparecido desde o dia 27 de maio deste ano, na zona rural de Itapetinga, foi localizado em Potiraguá três dias depois.

As investigações foram conduzidas pelo coordenador da Polícia Civil de Itapetinga, delegado Roberto Júnior. A família chegou a oferecer R$3 mil em recompensa a quem informasse sobre o paradeiro do pecuarista.

Téo saiu de casa por volta das 13 horas do dia 27 em direção à Fazenda Camponesa, distante 18 km de Itapetinga, nas imediações da Balsa de Hermógenes, pilotando uma motocicleta Honda Bros, cor preta, de placa PLF – 6668.

As investigações apontaram para latrocínio (roubo seguido de morte), sem descartar outras hipóteses, como vingança e até mesmo crime passional, já que o corpo foi abandonado em outro município, a quilômetros do local onde Téo teria sido abordado. Até então a polícia não havia informado sobre o andamento das investigações.

RELEMBRE OS BASTIDORES 

Segundo a esposa, Eliane Moreira Lima de Almeida, de 52 anos, o marido saiu de casa dizendo que voltaria no final da tarde, o que não aconteceu. Disse que, contudo, não lhe causou estranheza, porque era comum ele dormir na fazenda e retornar no dia seguinte.

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No depoimento à policia, Eliane disse que por conta de seu trabalho em uma instituição pública, na terça-feira, não acompanhou o esposo até a fazenda e, quando se dirigiu para lá, já preocupada com a falta de notícias, foi informada pelos funcionários que ele não teria aparecido na segunda-feira, motivando o registro do desaparecimento,

Ela também não conseguiu contato com o telefone. Imediatamente após o registro, uma equipe da Delegacia Territorial de Itapetinga se dirigiu para a região da fazenda da vítima e conseguiu localizar o seu capacete jogado às margens da estrada de terra, distante 13 km da cidade, apresentando marcas de sangue e duas perfurações por disparo de arma de fogo.

No local também havia marcas de sangue no chão e um projétil de arma de fogo calibre 38. O delegado Irineu Andrade disse que foram feitas diligências nos arredores de onde estavam os sinais de ação violenta, contudo, nada foi localizado.

Foi identificada uma testemunha que informou que na segunda-feira, entre as 14h30 e as 15h horas, viu quando uma motocicleta com as mesmas características da pertencente à vítima passou em alta velocidade pela estrada, acompanhada de um veículo modelo hatch de cor cinza ou prata, vindo na direção da cidade.


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