LIVRE – Tribunal do Júri inocenta assassino de “Léo gordo”; decisão causa revolta em Itapetinga e MP vai recorrer

O corpo de jurados do Tribunal do Júri em Itapetinga, a 560 km de Salvador, absolveu nessa quarta-feira (15) o réu Lucas José Lacerda de Santana, 26 anos, assassino confesso do empresário Léo Barros, o “Léo gordo”, há oito anos.

Lucas assumiu que havia matado Léo a tiros após um desentendimento entre os dois. Léo foi morto com dois tiros, um na cabeça e o outro pelas costas.

Imagem Itapetinga Agora

A decisão foi apertada, com quatro votos a favor da absolvição e três pedindo a condenação. Com isso, o assassino saiu livre pela porta da frente, inocentado pela acusação de homicídio. De acordo com o Blog Itapetinga Agora, a absolvição de Lucas causou revolta na população de Itapetinga.
O Ministério Publico afirmou que irá recorrer da decisão.

ENTENDA O CASO



Lucas José Lacerda de Santana, de 26 anos, (imagem acima) sentou-se no banco dos réus, nessa quarta-feira (15), depois de três adiamentos do seu julgamento. A sessão teve início às 8 horas, no Fórum Desembargador José Alfredo Neves da Rocha, em Itapetinga.

Ele é apontado como autor do assassinato do empresário Leandro Ferreira Barros (imagem abaixo), há há sete anos. A justificativa do adiamento do júri se deu ao fato de o advogado de defesa realizar, na mesma data, duas sustentações orais no Tribunal de Justiça, em Salvador.

Como já havia sido previamente intimado para o ato na capital baiana, pediu o adiamento.

‘Léo Gordo’, como era conhecido, foi morto com dois tiros e teve o corpo encontrado em uma estrada de terra, próximo ao bairro Recanto da Colina. O crime ocorreu em 25 de julho de 2011.

                   

O corpo foi encontrado no banco do motorista de um carro de passeio, em uma estrada que dá acesso à fazenda de Dona Naná. Os tiros acertaram a cabeça e as costas da vítima, que tinha 29 anos. Logo depois do homicídio, Lucas, acompanhado por advogados, se apresentou á polícia.

No interrogatório, o acusado confessou que matou a vítima após um desentendimento. Disse que o empresário lhe ameaçou com uma arma de fogo para manter relações sexuais com ele.

“Consegui segurar a arma de Léo e, quando lutava com ele, a arma disparou na direção de sua cabeça. Léo caiu sobre o banco e eu saí do carro, passando em frente do veículo, me dirigindo até o lado do motorista, onde ele estava caído. Nesse momento, fiz um disparo na direção das suas costas”, disse. 

O acusado foi liberado do Complexo Policial, mas a Polícia Civil pediu a prisão preventiva. Dezessete dias após se apresentar na delegacia, o homem acabou preso no município de Porto Seguro. Lucas ficou nove meses detido. No entanto, um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia o colocou em liberdade.

Lucas José responde ao processo em liberdade desde o mês de janeiro de 2012, sendo que ele ficou preso por cerca de seis meses, até que o Tribunal de Justiça da Bahia acatou recurso da defesa que entrou com Habeas Corpus. O júri popular foi adiado por três vezes por motivos justificados desde 2014, mas de acordo com o tribunal do Júri, estará acontecendo nesta quarta-feira, 15/08, a partir das 08:00hs da manhã, no Salão do Tribunal do Júri no fórum local.

De um lado, familiares do réu que esperavam um resultado favorável, tendo em vista que o autor encontra-se em liberdade. Do outro, familiares e amigos da vítima que há sete anos clamam e esperam por justiça. Na época do crime, o autor alegou legítima defesa.

Essa foi a terceira vez que o julgamento do caso foi marcado. A cidade ficou dois anos sem juiz titular. Lucas José Lacerda de Santana foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado. A pena máxima para quem comete esse tipo de crime é de 30 anos de prisão, mínima 12 anos.

RECONSTITUIÇÃO:

Na época, após ouvir a versão de Lucas, o delegado Roberto Júnior solicitou ao DPT de Itapetinga a perícia de Reprodução Simulada dos Fatos (reconstituição). Os delegados Marcus Vinicius, então coordenador, Roberto Júnior, delegado titular, o promotor de Justiça, José Junseira Almeida de Oliveira, investigadores, escrivães, agentes públicos, a equipe do DPT, guardas municipais e agentes da Comutran se dirigiram ao local onde ocorreu o crime. Lá, o homicida contou passo a passo tudo o que ocorreu: (Com informações de Itapetinga na Mídia)

Imagens Itapetinga na Mídia

A imagem pode conter: 1 pessoa
Imagem da vítima, Léo Gordo, que foi assassinado há sete anos.
Imagem Reprodução

SOBRE O TRIBUNAL DO JÚRI

O Tribunal do Júri é uma das formas mais democráticas de julgar alguém. Sete pessoas comuns na sociedade, devidamente inscritas e sorteadas, devem decidir pela condenação ou absolvição do réu. Esse tipo de julgamento só é permitido pela Constituição Brasileira para os crimes dolosos contra a vida. Ao todo são 4 delitos: homicídio, infanticídio, indução ou auxílio ao suicídio e aborto.


COMPARTILHAR