ITAPETINGA – Técnico do Vitória divide condição de ídolo com Charles Fabian e é festejado em sua terra-natal

Wesley: o pacato baiano de Itapetinga pela frente mais um Ba-Vi decisivo
A afirmação de Wesley Carvalho como técnico do Vitória dividiu a cidade de Itapetinga, a 560 km de Salvador. Nascido nessa cidade do sudoeste da Bahia, Wesley Carvalho é conterrâneo de Charles Fabian, ídolo do rival Bahia, na década de 1980, e com passagens também pelo comando do tricolor baiano.

Com isso, a torcida na cidade pelos dois grandes clubes da capital se divide para a final do Baianão, no próximo domingo, 7. De um lado, os apaixonados torcedores do Bahia e, agora, os também apaixonados pelo Vitória, comandado por “Caminhão”, como é mais conhecido o técnico do rubro-negro em Itapetinga.
Toda a cidade celebra o conterrâneo ilustre, mas é no bairro Vila Riachão, onde nasceu e morou boa parte da infância, que Wesley é mais idolatrado. “Ele é merecedor disso, de glórias e, se Deus quiser, será campeão baiano pelo Vitória”, acredita o estudante Roberto Pereira Dias.
Igualmente ídolo na cidade-natal, Charles está afastado do futebol profissional. Residindo em Itapetinga, administra seus negócios e acompanha os jogos pela TV. A reportagem não conseguiu contato com o ex-atleta  e ex-técnico do Bahia. 
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Charles Fabian ou Charles Baiano, é um ex-futebolista brasileiro, que foi atacante do Bahia
Já Wesley Carvalho está confiante no crescimento do Vitória, que joga por um empate para se tornar bi-campeão baiano. Perfil pacato e jeito sereno, ele é funcionário do Vitória há 16 anos e integrante fixo da comissão técnica rubro-negra há dois.
Wesley já atuou como interino em 2015, na vaga de Claudinei Oliveira. Na época, comandou o time em quatro rodadas da Série B: venceu três e perdeu uma. Aos 42 anos, ele vive uma chance única, e sabe disso. “Se eu me considero pronto? Sim. Pronto entre aspas. Sou auxiliar, estou no clube há 16 anos, isso tudo dá bagagem, mas se eu achar que estou pronto, já posso parar. Qualquer profissional tem que se atualizar, o tempo inteiro. Me considero pronto para seguir como técnico profissional, e não só interino, pela experiência que vivi dentro e fora do clube. Se vai ser no Vitória, não sei”, diz, com segurança de veterano.
Seguro, ele não está temeroso da responsabilidade. Pelo contrário. Está grato por ter pela frente dois duelos tão importantes, contra o maior rival, o Bahia. “É um momento de grande emoção, um clássico, uma experiência muito boa. Tenho que agradecer ao clube por estar me dando essa oportunidade. Não acredito em crise ou momento ruim. Os grandes gestores, principalmente os de pessoas, precisam saber transformar momentos ruins em oportunidades. 
É com essa ideia que eu vou conversar com meus atletas. É uma oportunidade única de trazer a torcida para o nosso lado, de mexer com a emoção do torcedor. Imagine se não tivesse Ba-Vi agora? Ou um jogo tão importante quanto, para os próprios atletas darem uma resposta à torcida? Tem que aproveitar”, analisa.
Mas nem só de clima paz e amor vive Wesley. O novo treinador temporário do Leão, que também já treinou os times do sub-17 e sub-20, carrega um escudo. E não é aquele vermelho e preto, do lado esquerdo do peito. É um mecanismo de defesa: o mistério dentro das quatro linhas. Diferente de Argel Fucks, ele não pretende expor a escalação.
“Eu não gosto muito de dar a relação, não. Prefiro deixar que Guto fique imaginando se eu vou com A, B ou C. Não vou entregar o ouro. Não falo que escondo sempre, mas nesse momento que preciso corrigir as coisas, eu prefiro esconder”, admitiu o técnico, que pelo menos tranquilizou o torcedor ao garantir um time bem diferente no clássico.
“Temos que ser diferentes. Se nossa equipe não for diferente, não tem como pensar em ser campeão. Temos pouquíssimo tempo para trabalhar. O que posso prometer para o torcedor é que vamos fazer o máximo para sermos diferentes em relação ao jogo passado. Temos deficiências e vamos corrigir”, completou.
Redação de Jussara Novaes, com informações do G1 Bahia

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